Vírus 2000

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Novo milênio, novas ameaças, novas atitudes

1999 será lembrado como o ano de duas grandes novidades relacionadas a vírus de computador: a primeira foi o surgimento dos vírus de macro que utilizam o recurso de Auto Spam para disseminação. Em março o W97M_Melissa foi o precursor dos vírus com essa habilidade e obteve ampla cobertura da mídia mundial que noticiou até a prisão do seu autor nos EUA. Um vírus que não causa estragos ao sistema contaminado pois se restringe a uma brincadeira de mau gosto mas assustou a comunidade internauta pela capacidade e velocidade de disseminação, em apenas 16 horas  já havia sido relatado nos cinco continentes. A grande novidade do Melissa foi sua capacidade de contaminação via e-mail por Auto Spam. Ele (ou ela?) envia mensagens eletrônicas contaminadas para 50 endereços de e-mail da lista de correspondentes(Outlook) do usuário cujo computador tenha sido contaminado. Como assim? Assim mesmo, envia mensagens infectadas para 50 pessoas da lista de endereços do Outlook no sistema contaminado sem que o usuário perceba... Cada uma das pessoas que recebe essa mensagem enviada por Auto Spam também tem seu sistema infectado e envia 50 mensagens contaminadas para seus correspondentes, isso se repete em progressão geométrica e fazendo-se umas continhas dá para imaginar a terrível capacidade de contaminação que é o Auto Spam. Isso surpreendeu e assustou a todos porque até então os vírus que se utilizavam do e-mail para propagação, limitavam-se a enviar um arquivo anexo contaminado toda vez que o usuário enviasse uma mensagem (happy99 por exemplo). Essa regra mudou dramaticamente com a chegada do Auto Spam porque um novo vírus que seja lançado hoje no outro lado do mundo pode estar aterrissando em nossas caixas postais hoje mesmo...

No rastro do Melissa já surgiram variantes com cargas destrutivas como por exemplo o W97M_Melissa.AD que tenta apagar os arquivos dos discos rígidos além de alterar o BIOS CMOS e ainda por cima tenta remeter por e-mail o arquivo infectado para 150 endereços eletrônicos pelo MS Outlook. Outra variante nova é o W97M/Prilissa que infecta arquivos do Word97 e propaga-se enviando arquivos contaminados para os primeiros 50 endereços de e-mail encontrados em qualquer catálogo de endereços que encontre, mas só faz isso uma vez. Pode modificar o AUTOEXEC.BAT de forma que todos os dados dos discos rígidos sejam apagados na próxima inicialização do sistema.

O segundo evento do ano que merece destaque foi a aparição do verme (worm) VBS.BubbleBoy. Alguém perguntou a diferença entre vírus e verme? O verme não contamina outros arquivos apesar de replicar-se, o vírus sim. Não me parece uma comparação zoologicamente correta mas, fazer o que né... O BubbleBoy em sua primeira versão também não tem poder destrutivo mas surpreende por sua capacidade de contaminar um sistema sem a interferência do usuário. Até então um e-mail só poderia trazer um arquivo anexo infectado e este só contaminaria o sistema se fosse executado pelo usuário incauto. Agora basta visualizar ou ler uma mensagem (Outlooks) para ter o sistema infectado. Apesar de conter alguns bugs e limitações o BubbleBoy assusta porque abre caminho para que outros mais sofisticados o trilhem. Desnecessário dizer que também usa o recurso de Auto Spam. O pestinha se aproveita de falhas na segurança do MSIExplorer5 e dos Outlooks, sendo que a Microsoft já disponibilizou patchs para remendar essas falhas.

Vários artigos com todos os detalhes sobre o BubbleBoy estão disponíveis para leitura, recomendo um excelente na seção de vírus do Aqui! e também um da Módulo e outro da TrendMicro.

Foi-se o tempo em que era impossível Ter o sistema contaminado por e-mail apenas executando-se os arquivos anexos contaminados. É certo que essa versão do BubbleBoy não assusta muito mas também é certo que outros virão no seu rastro e mais perigosos. Um dos bugs do BubbleBoy impede que ele funcione no Windows NT mas em compensação surgiu o W32.FunLove.4099 que também age nos Windows 95/98 e tem uma notável estratégia para atacar o sistema de segurança de arquivos do NT. 

Novo milênio, novas ameaças

(dados publicados no website da TrendMicro

A passagem do ano de 1999 para 2000 proporcionará uma série de novas ameaças à integridade dos sistemas computacionais, todas elas relacionadas ao Bug do ano 2000 (Y2K). Além dos perigos de panes de softwares relacionados diretamente ao bug, essa mudança de datas abrirá caminho para invasões e outros ataques aos sistemas.

É esperado que os vírus makers (programadores de vírus) aproveitem a passagem do ano para disseminar suas criações, esses novos vírus seriam disparados em datas do bug ou então disfarçados de problemas do bug. Outros planejam espalhar hoaxes (boatos, trotes) sobre vulnerabilidades dos sistemas e ainda Cavalos de Tróia que são programas maliciosos disfarçados. Um exemplo recente foi o recebimento por muitos internautas de um arquivo chamado Y2Kcount.exe que simulava ser um utilitário gratuito da Microsoft mas que na realidade instalava um backdoor (programa de monitoramento e controle remoto) no sistema. O que você pode fazer?

Existe ainda o perigo relacionado a dados não compatíveis com o bug do milênio. Mesmo que os aplicativos já estejam corrigidos para os problemas do bug, as versões mais antigas de programas como o Excel ou Access podem ter armazenado dados de anos como números inseguros com relação ao bug. Quando esse dado for lido em seus programas atuais ele poderá causar cálculos incorretos e corrupção de dados. Problemas com dados.

 Lista de ameaças:

 

Nome:
Tipo:

W97M_MARKER
Vírus de Macro

 

Existem muitas variantes deste vírus. Algumas tentam enviar um arquivo para outro site FTP no 1º dia de cada mês.

       

Nome:
Tipo:

PE_CIH
Vírus

 

Este vírus destrutivo e bastante conhecido tenta alterar a flash Bios do sistema no dia 26 de cada mês.

       

Nome:
Tipo:

TROJ_Y2KCount
Cavalo-de-Tróia

 

Instala um gancho para roubar senhas a fim de permitir que autor acesse o sistema em outra data.

       

Nome:
Tipo:

W97M_CHANTAL.A
Vírus

 

Este complexo vírus detona sua carga destrutiva em 1º de janeiro de 2000, quando ele apaga todos os arquivos no diretório raiz e no diretório atual.

       

Nome:
Tipo:

JOKE_LANCHECK
Joke

 

Simula fazer com que seus sistemas sejam compatíveis com Y2K. Também faz com que os usuários acreditem que os arquivos estão sendo apagados de seus sistemas.

       

Nome:
Tipo:

TROJ_FIX2001
Cavalo-de-Tróia

 

E-mail que afirma solucionar o bug do milênio em conexões da Internet. Adiciona um segundo e-mail a cada mensagem de saída.

       

Nome:
Tipo:

Lump of Coal
Hoax

 

Este hoax tenta alertar os usuários sobre um vírus que pode chegar em 25 de dezembro.

       

Nome:
Tipo:

DELWIN.1759
Vírus

 

Este vírus multipartido faz com que a tela trema em 26 dezembro.

 Lista completa de ameaças relativas ao bug do milênio

 Novas atitudes

Diante dessa gama de possibilidades ameaçadoras que parecem estar preparando  emboscadas digitais para nossos sistemas nos próximos meses, parece-me óbvia a necessidade de uma estratégia de defesa sem que nos tornemos paranóicos em relação à segurança. Como na vida fora das telas segurança 100% não existe mas pode-se perfeitamente dificultar ou não a ação dos “inimigos” minimizando-se assim a possibilidade de surpresas desagradáveis. Considero fundamental a conscientização de que qualquer usuário, qualquer internauta por mais leigo em informática que seja; pode e deve utilizar um bom programa antivírus e atualiza-lo regularmente. Não é preciso conhecimento técnico profundo a ajuda a evitar sérios aborrecimentos. Outra atitude importante a ser adotada é atualizar regularmente os softwares mais usados relacionados à Internet ou sejam: sistema operacional, navegador e sistema de e-mail. Por que isso? Porque todos eles contém bugs (falhas) que vão sendo consertados através de patchs e atualizações, com esses programas atualizados a taxa de risco é bem menor. Quanto mais pessoas usarem softwares antivírus atualizados, menos vírus serão propagados, claro né? Quanto mais pessoas procurarem informações sobre a veracidade de hoaxes recebidos em vez de simplesmente o replicarem, menos trotes e boatos inundarão a rede e consequentemente o fluxo de dados será mais limpo e rápido. Se toda vez que alguém receber um arquivo contaminado ou um hoax, puder identifica-lo e avisar ao remetente que provavelmente o enviou inadvertidamente, certamente os riscos de infecções, invasões e mensagens com baboseiras diminuirão sensivelmente. É o tipo de atitude que parte do individual para beneficiar o coletivo. Fácil e difícil ao mesmo tempo...

Às vezes me sinto um Dom Quixote virtual com essas conversas... Mantenho um site, a Campanha Sanitária Virtual; que tem como objetivo propagar informações e orientações sobre essas ameaças de vírus Cavalos de Tróia, backdoors e outros bichos... Lá faço umas pesquisas interativas online cujos resultados estão disponíveis para consulta e constatei que muitos internautas não usam nenhum programa antivírus e dos que usam muitos nunca o atualizam... Oras, usar um programa desses desatualizado é o mesmo que transar com pessoas estranhas sem camisinha, proporciona uma falsa sensação de segurança. Se as empresas desenvolvedoras desse softwares disponibilizam arquivos de atualização dos dados sobre vírus novos conhecidos até duas vezes por semana, significa dizer que um programa atualizado mensalmente fica grande parte do tempo desatualizado.

Parece utopia desejar ver mudanças nos padrões de comportamento em relação à segurança em computadores enquanto vivemos num mundo em que ainda negligencia-se a própria vida e muito mais a alheia. Muitas pessoas estão morrendo e matando outras de maneiras que seriam facilmente evitáveis com mudanças de atitudes... 8(

Por outro lado creio que muitas pessoas procuram informações de como procederem  para que possam navegar e trocar suas mensagens com uma boa margem de segurança e conforto. Penso que um estudante, uma dona de casa, um profissional liberal ou outros usuários de nível básico têm direito de obter acesso a orientações sobre procedimentos seguros em linguagem simples. Eu mesmo um dia senti essa necessidade e por isso me proponho hoje a compartilhar o pouco que tenho aprendido.

 Feliz ano novo para todos!!!

 (os dados constantes neste artigo foram obtidos nos websites da TrendMicro, Mcafee e Symantec)

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Ary Lima Jr