O QUE É ANIMAGOGIA?

 

ANIMAGOGIA é um neologismo criado em 2003, pelo educador brasileiro Adilson Marques, para identificar uma educação espiritual, de cunho ecumênico e universalista.

Ela se processa através de programas de anima-ação cultural para todas as idades, promovendo a verdadeira Paz (que é interior) e a tolerância religiosa. Porém, ao contrário de materializar o mundo espiritual, como fazem algumas religiões para consolar o ser humanizado, a Animagogia tem outro objetivo: espiritualizar o ser humano.

Assim, seu público-alvo não é mais aquele espírito humanizado que precisa de consolo, mas aquele que já se conscientizou que é um espírito eterno; que o mundo material é uma ilusão criada para nossas provas, missões ou expiações espirituais e que busca se preparar para habitar outros mundos, não mais os de “provas e expiações”, mas os de “regeneração”.

Os pilares de sustentação da Animagogia são os seguintes:

 

1 – o desapego aos bens materiais, sentimentais e culturais

Para compreender a ilusão do mundo material e superá­-lo, os ensinamentos de Lao Tsé formam o primeiro pilar. Notem que falamos nos ensinamentos de Lao Tsé e não no taoísmo, que já é uma cultura e não mais uma Psicosofia (sabedoria espiritual universalista). As quatro virtudes ensinadas por Lao Tsé precisam ser colocadas em prática por todos que desejam viver como espíritos, mesmo que ainda presos aos laços da matéria densa: a não-ação; o não­-lutar, o não-desejo e, finalmente, o não-saber. Se estas virtudes, que são interiores e não exteriores, não forem vividas plenamente pelos espíritos humanizados, estes continuarão presos às verdades criadas pelo ego, vendo o mundo dividido em "bem" e "mal", em "certo" e "errado", em "superiores" e "inferiores" e, continuarão necessitando de consolo quando um parente desencarnar, quando o desemprego bater à porta, quando o filho não passar no vestibular ou se envolver com drogas, quando o carro for roubado ou quando o marido arrumar outra mulher, esteja esse espírito humanizado encarnado ou não.

 

2 - A Fé incondicional

Poré­m, aquele que seguir por essa senda, os ensinamentos de Lao Tsé, inevitavelmente, chegará ao segundo pilar da Animagogia que são os ensinamentos de Krishna. Estes podem ser resumidos na Fé incondicional em Deus. Lembrando que os ensinamentos de Krishna não estão, necessariamente, ligados às práticas exteriores das diferentes religiões hinduístas, ou seja, às criações culturais que geram apegos e verdades. Em livros de teor universalista como Baghavad Gita, Baghavata Puranas e outros, Krishna nos ensina a ter confiança e entrega absoluta aos desígnios de Deus. O senhor da mente, ou seja, o espírito humanizado que venceu as artimanhas do Ego, não age mais motivado pelo egoísmo e pelo orgulho, mas deixa Deus criar e se contenta em ser fiel à luz do momento, pois sabe que ela traz tudo o que necessita e merece. O senhor da mente está liberto da pretensão ao "direito autoral" em seus atos, pois aprendeu que não age por si mesmo e muito menos para si mesmo. Ele é um instrumento da justiça divina, assim como aqueles que com ele se relacionam.

Liberto do fruto de seu trabalho, é indiferente às aprovações e também às críticas, por isso, não julga como justas ou injustas as opiniões dos homens. O senhor da mente não precisa mais de consolo ou da aprovação de outros homens, pois se encontra liberto da multiplicidade das aparências. O que ele busca apenas é a purificação de seu coração.

 

3 - A Felicidade incondicional

E aqui chegamos ao terceiro pilar da Animagogia: os ensinamentos de Buda que, em resumo, nos levam a viver a felicidade incondicional. Liberto dos desejos e das sensações criadas pelo ego, não se vinculando mais aos sentimentos do "eu acho", "eu penso", "eu faço", o ser humanizado liberta-se de tudo o que gera sofrimento e, assim, vive em estado de graça, ou seja, é feliz incondicionalmente.

Enquanto muitas religiões, reencarnacionistas ou não, afirmam que é necessário sofrer agora para ser feliz no futuro, os ensinamentos de Buda nos ensinam a viver sempre felizes, sem apego ao passado ou preocupações com o futuro, sem condicionar nossa felicidade aos prazeres e às sensações que são momentâneas. Compreendendo que a felicidade é um estado de espírito e não depende de nada que venha do exterior, acolhemos de bom grado todos os acontecimentos, não por resignação (aceitação conformista), mas com amor, com a certeza que qualquer circunstância, agradável ou desagradável, prazerosa ou desprazerosa, alegre ou triste, conté­m um ensinamento espiritual, uma essência, que pode ser o desapego na prosperidade ou a paciência na adversidade. E como salientamos acima, viver os ensinamentos de Buda é o objetivo da Animagogia e não os rituais ou práticas exteriores criadas pelo ego nas diferentes religiões budistas.

 

4 - O amor incondicional

Por fim, o quarto pilar da Animagogia são os ensinamentos de Cristo, ou seja, vivenciar plenamente o amor incondicional. O espírito feliz e que tem Fé incondicional em Deus, ama o inimigo, ama aquele que o critica, ama aquele que o despreza, ama aquele que quer defender verdades, ama tanto a vítima como o algoz, ama a si mesmo, da forma como é, pois sabe que ninguém é capaz de agir de forma contrária a sua natureza e grau de compreensão espiritual, por isso não critica ninguém e não vê erro em nada, pois sabe que o outro está sendo utilizado por Deus como instrumento da Sua justiça, mesmo quando ele não tem essa consciência. Como nos casos anteriores, a Animagogia trabalha com os ensinamentos do Cristo e não com as religiões cristãs que se engalfinham por serem frutos do ego, por serem movidas pelo apego cultural, fruto do orgulho e do egoísmo.

Estes são, portanto, os quatro pilares da Animagogia: o desapego aos bens materiais, sentimentais e culturais; a Fé incondicional; a Felicidade incondicional e o Amor incondicional. São, portanto, pilares não-­racionais, uma vez que a razão é um dos principais atributos do Ego, junto com as percepções, as sensações e a memória.

A Animagogia se vincula aos ensinamentos dos mestres, o que chamamos de Psicosofia, mas não às religiões criadas pelos diferentes egos humanizados. A Animagogia respeita todas as religiões, mas compreende que elas ainda são necessidades dos mundos de “provas e expiações”, porém, desnecessárias nos mundos regenerados, onde a conexão com Deus não tem intermediação.

Não devemos imaginar a Animagogia, portanto, como mais uma doutrina religiosa. Ela é apenas uma educação espiritualista sistematizada a partir das psicosofias universalistas milenares para trabalhar com aqueles espíritos humanizados que já superaram a fase da consolação e que se preparam para habitar, em breve, os mundos regenerados, não mais nutridos pelo egoísmo, como ainda são os de “provas e expiações”, como é o caso da Terra, atualmente.

A Animagogia não está direcionada para a transformação do mundo exterior, onde cada um recebe de acordo com o que merece e necessita, além de ser um mundo que só existe em nossa mente, como a ciência contemporânea já constatou. Ela direciona-se para a transformação do mundo interior, o único mundo que é real e eterno.