DISCIPLINA S/ 2007
APRESENTAÇÃO
Abaixo algumas das atividades desenvolvidas
durante o primeiro semestre de 2007.
10. LEITURAS DA
LITERATURA ESTADUNIDENSE ANTI-IMPERIALISTA- PROF. DR. THADEU
BLANCHET
GUERRA DO
VIETNÃ
INTRODUÇÃO
Em 30 de janeiro de
1968, os vietcongs fizeram uma surpreendente ofensiva, a
ofensiva do Ano Tet (o ano lunar chinês), sobre 36
cidades sul-vietnamitas, ocupando inclusive a embaixada
americana em Saigon. Morreram 33 mil vietcongs nessa
operação arriscada, pois expôs quase
todos os quadros revolucionários, mas foi uma
tremenda vitória política. O general
Wetsmoreland, que havia dito que "já podia ver a luz
no fim do túnel", predizendo uma vitória
americana para breve, foi destituído, e o presidente
Johnson foi obrigado a aceitar negociações, a
serem realizadas em Paris, além de anunciar sua
desistência de tentar a reeleição. Para
a opinião pública americana tratava-se agora
de sair daquela guerra de qualquer maneira. O novo
presidente eleito, Richard Nixon, assumiu o compromisso de
"trazer nossos rapazes de volta", fazendo com que lentamente
as tropas americanas se desengajassem do conflito. O
problema passou a ser de que maneira os Estados Unidos
poderiam obter uma "retirada honrosa" e manter ainda o seu
aliado, o governo sul-vietnamita.
Desde 1963, quando os
militares sul-vietnamitas, apoiados pelos americanos,
derrubaram e mataram o ditador Diem (aquela altura
extremamente impopular), os sul-vietnamitas não
conseguiram mais preencher o vácuo de sua
liderança. Uma série de outros militares
assumiram a chefia do governo transitoriamente enquanto os
combates mais e mais eram tarefa dos americanos. Nixon
passou a reverter isso, fazendo com que os sul-vietnamitas
voltassem a ser encarregados das operações.
Chamou-se isso de "vietnamização" da guerra.
Imaginou que abastecendo-os o suficiente de dinheiro e armas
eles poderiam lutar sozinhos contra o Vietcongs. Transformou
o presidente Van Thieu num simples fantoche desse projeto.
Enquanto isso as negociações em Paris marcavam
passo. Em 1970, Nixon ordenou o ataque a célebre
trilha Ho Chi Minh que passava pelo Laos e Camboja e que
servia como estrada de abastecimento do vietcong. Estimulou
também um golpe militar contra o neutralista
príncipe N.Sianouk do Camboja, o que provocou uma
guerra civil naquele país entre os militares
direitistas e os guerrilheiros do Khmer Vermelho (Khmer
Rouge) liderados por Pol Pot.
Entre os anos de 1945
a 1954 aconteram a seqüência do conflito entre a
França, a qual dominava a Indochina após a
Segunda Guerra Mundial, e a Liga para a Independência
do Vietnã, comandada pelo líder
revolucionário Ho Chi Minh.
Tendo emergido como o
grupo nacionalista mais forte que lutou na
ocupação japonesa da Indochina francesa
durante a Segunda Guerra Mundial, a liga estava determinada
a resistir ao domínio colonialista francês e
implantar mudanças sociais e
políticas.
Seguindo a
rendição japonesa para os Aliados em Agosto de
1945, as guerrilhas Vietminh tomaram a capital Hanói
e forçaram a abdicação do Imperador Bao
Daí.
A dois de setembro
eles declararam a independência do Vietnã e
anunciaram a criação da República
Democrática do Vietnã, chamado de
Vietnã do Norte, tendo Ho Chi Minh como
presidente.
A França
reconheceu oficialmente o novo Estado, porém a
seqüência de desentendimentos políticos e
econômicos levou a um conflito armado entre o
Vietnã do Norte e a França no começo de
dezembro de 1946.
Com o apoio
francês, Bao Daí organizou o Estado do
Vietnã, chamado de Vietnã do Sul, no dia
primeiro de julho de 1949, estabelecendo sua capital na
cidade de Saigon (a atual cidade de Ho Chi Minh). Durante os
próximos anos, os EUA reconheceram oficialmente o
governo de Saigon, bem como o ajudaram (como foi visto em "O
Americano tranqüilo").
O presidente Harry S.
Truman mandou um grupo de assistência militar para
treinar os Sul-Vietnamitas no manuseio das armas americanas.
Enquanto isso, França e o Vietminh estavam
construindo suas forças.
A batalha decisiva
aconteceu na primavera de 1954, o Vietminh atacou o forte
francês de Dien Bien Phu no norte do Vietnã.
Graças a uma estratégia militar brilhante
liderada por Ho Chi Minh, dia 8 de maio de 1954 após
55 dias de cerco os franceses se renderam.
No mesmo dia,
delegações do Vietnã do Sul e do Norte
encontraram-se com delegações da
França, Inglaterra, União Soviética,
EUA, China Comunista e os outros dois Estados indochineses:
Laos e Camboja na cidade de Gênova para discutir o
futuro da Indochina.
Foi feito um acordo o
qual dividia o Vietnã temporariamente em dois
Estados. Acima do paralelo 17, o norte, seria governado
pelos comunistas e ao sul do paralelo seria comandado pelos
capitalistas. O acordo estipulava eleições
para a reunificação do país, as quais
se dariam em 1956.
Em 24 de outubro de
1954, o presidente americano Dwight D. Eisenhower ofereceu
apoio econômico direto ao Vietnã do Sul. Foram
mandados destacamentos de treinamento militar para as tropas
do Sul em fevereiro de 1955.
O suporte americano
para o governo vietnamita sulino continuou mesmo após
Bao Daí Ter sido deposto em 23 de outubro de 1955,
sendo criada uma república no Sul, com Ngo Dinh Diem
como presidente.
Um dos primeiros atos
de Diem foi anunciar que o seu governo recusaria as
eleições bem como o direito dos
Norte-Vietnamitas de expressarem seus direitos, alegando que
haveria fraude por parte dos nortistas (embora Diem e outros
oficiais sulinos fossem acusados de práticas
eleitorais fraudulentas).
A recusa pelas
eleições preestabelecidas se dá pelo
fato de que o Sul não estava preparado para enfrentar
o Norte. Apesar dos EUA terem ajudado financeiramente,
faltou organização política
sólida, manutenção do país em
si, pois não adianta fornecer poucas
condições hoje e elas faltarem amanhã.
Não foi
possível criar uma estrutura forte com a ajuda dada
pelos EUA. O Sul não necessitava de táticas ou
equipamentos militares, mas sim de uma
organização político-econômica
auto-sustentável. Não se conserta um
país fornecendo uma quantia específica de
dinheiro, pois esse montante acabará e os
inúmeros problemas estarão
proliferando.
O Sul não
aceitou o prazo das eleições porque ele
não tinha a mínima chance de vitória.
Os EUA não aceitaram e desde 1955, prepararam os
Sul-Vietnamitas para um confronto armado. Podemos notar
facilmente que os EUA manipulavam toda e qualquer
decisão sulina.
Os Norte-Vietnamitas
não admitiram essa "palhaçada" norte-americana
e atacaram instalações militares americanas no
Sul, usando o método de guerrilhas. Chamados de
Vietcongs, os Norte-Vietnamitas estavam completamente
certos, pois o Sul não cumpriu com sua parte no
acordo e nem os EUA.
A única forma
de acabar com a arrogância americana foi com ataques
as suas bases militares. Os americanos são
muitíssimos prepotentes, pensam que podem fazer o que
querem com qualquer um, pensam que são os donos do
mundo. Enganaram-se... Os ataques foram intensificados em
1960, o ano em que o Vietnã do Norte proclamou a
intenção de "liberar o Vietnã do Sul do
domínio imperialista americano." Os Vietcongs estavam
sendo comandados por Hanói. Para mostrar que o
movimento da guerrilha era independente, os Vietcongs
estabeleceram sua própria política, conhecida
como Frente de Liberação Nacional (FLN), com
seu centro de operações em
Hanói.
O presidente John F.
Kennedy, em dezembro de 1961, enviou a primeira tropa
americana, constituída por 400 soldados, a qual
chegou a Saigon, com o objetivo de operar duas companhias de
helicóptero. Contudo, a hipocrisia americana atingiu
o ponto de declarar que essa tropa não era uma
unidade de combate. Em sinal de protesto contra a guerra,
budistas e outros grupos religiosos suicidavam-se ateando
fogo em seus próprios corpos.
Em um de novembro de
1963, o regime de Diem foi deposto com um golpe militar.
Diem e seu irmão Ngo Dinh Nhu, foram executados. As
circunstâncias em volta do golpe não foram
explicadas claramente na época. No verão de
1971, contudo, com a publicação de um
documento secreto do Pentágono sobre a Guerra, foi
revelado que o golpe seria iminente e os EUA estavam
preparados para proverem um governo sucessor. Não se
sabe até onde eles estavam preparados, pois Diem
tinha começado a discordar da
intervenção americana. Talvez o golpe tenha
partido dos próprios americanos...
O governo substituto
foi um conselho revolucionário liderado pelo
Brigadeiro General Doung Van Minh. Seguiu-se uma
série de outros golpes, após o regime de Diem,
Vietnã do Sul teve 10 diferentes governos em um prazo
de 18 meses. Nenhum deles foi capaz de suportar efetivamente
a situação militar do país. Um conselho
militar sob o comando dos Generais Nguyen Van Thieu e Nguyen
Cao Ky foi finalmente criado em 1965, o qual restaurou a
ordem política básica. Mais tarde, em setembro
de 1967, eleições foram suspensas e Thieu
tornou-se presidente do Vietnã do Sul.
Diferente das guerras
convencionais, a Guerra do Vietnã não teve
"Front" (frente de combate) definido. Usou-se
estratégias de guerrilha, como o movimento "hit and
run" (atacar e correr), buscando refúgio na floresta.
Durante o dia os americanos eram os senhores da
situação, porém quando chegava à
noite, os Vietcongs espalhavam terror com seus ataques
rápidos e eficientes.
No começo de
1960, os Vietcongs infiltraram-se no Sul pela "Trilha de Ho
Chi Minh", a qual abastecia as tropas nortistas espalhadas
pelo país com suprimentos vindos da China e da URSS.
A Guerra se iniciou com o ataque de torpedos
Norte-Vietnamitas contra dois destroiers americanos no Golfo
de Tonkin.
Em sete de agosto, o
senado americano autorizou um envolvimento militar maior e o
presidente Lyndon B. Johnson ordenou que jatos fossem
mandados para o Vietnã do Sul e fortes bombardeios no
Vietnã do Norte foram iniciados.
De 1964 a 1968 o
General William C. Westmoreland foi o comandante das
forças americanas no Vietnã do Sul; ele foi
substituído em 1968 pelo General Creigton
Abrams.
Em fevereiro de 1965,
aviões americanos começaram bombardeios
regulares com alvos no Vietnã do Norte. Foram
cancelados em maio, na esperança de iniciarem um
acordo de paz, todavia o Vietnã do Norte recusou
todas as negociações. Os bombardeios
recomeçaram.
Em seis de
março de 1965, uma brigada de "Marines" (Fuzileiros
Navais) chegou a Da Nang, sul da zona desmilitarizada (ZDM).
As forças americanas atingiam o número de
27.000 soldados. Até o fim do ano, seriam
200.000.
De fevereiro de 1965
até o fim do envolvimento americano em 1973, as
tropas do Vietnã do Sul lutaram principalmente contra
a Guerrilha Vietcong, enquanto os EUA e as tropas aliadas
enfrentaram os Norte-Vietnamitas em uma Guerra violenta
feita em lugares como: o Vale de Dang, Dak To, Loc Ninh e
Khe Sanh - todas vitórias dos capitalistas.
Durante a campanha de
1967-1968, o estrategista Norte-Vietnamita Vo Nguyen Giap
lançou a famosa Ofensiva Tet (devido ao ano novo
lunar vietnamita, em meados de fevereiro): uma séria
de ataques maciços em mais de 100 alvos urbanos.
Mesmo tendo um efeito
psicológico devastador, a campanha a qual Giap
esperava ser decisiva, falhou, forçando o recuo de
muitas posições que os Norte-Vietnamitas
haviam ganhado. Foram mortos 85.000 Vietcongs.
Apesar da
vitória aparente dos norte-americanos, a
opinião pública dentro dos EUA era de que
estavam lutando por uma Guerra a qual os americanos nunca
ganhariam. Em 31 de março de 1968, o Presidente
Johnson anunciou um corte nos bombardeios no Vietnã
do Norte, com o objetivo de uma nova gestão
pacífica.
Houve uma resposta
positiva de Hanói, e em maio, tratados de paz entre o
Vietnã do Norte e os EUA começaram a tomar
forma em Paris. Com o passar do tempo, os tratados se
expandiam para incluir o Vietnã do Sul e a FLN
Vietcong. Porém, nenhum tratado resultou em paz,
todavia os bombardeios ao norte do Vietnã foram
completamente suspensos em novembro.
Em 1969, o Presidente
Richard M. Nixon, anunciou a retirada de 25.000 tropas
americanas do Vietnã até agosto de 1969. Outro
corte de 65.000 tropas foi ordenado no final do ano. O
programa chamado de "vietnamização da guerra",
foi efetivo. Com isso, o Presidente Nixon enfatizava uma
responsabilidade maior dos Sul-Vietnamitas.
Contudo nem a
redução de tropas americanas ou a morte do
brilhante Presidente Ho Chi Minh, em três de setembro
de 1969, foi capaz de por um ponto final na guerra. Os
Vietcongs queriam a completa retirada das tropas americanas
do sul, como condição de paz.
Em abril de 1970,
tropas de combate americanas entraram no Camboja, ficando
lá somente três meses, porém os ataques
aéreos no Vietnã do Norte, recomeçaram
com força dobrada.
Em 1971, as
forças Sul-Vietnamitas tinham um importante papel na
Guerra, pois lutavam em vários "Fronts": Camboja,
Laos e no Vietnã do Sul.
Com o passar dos meses
de 1971, a retirada dos americanos continuou. Ela coincidiu
com uma nova estruturação do exército
Norte-Vietnamita, pois estavam planejando uma
intensificação nos movimentos da Trilha de Ho
Chi Minh no Laos e no Camboja.
Ataques aéreos
americanos no setor da Indochina foram maciçamente
reforçados. Na terra, as forças vietnamitas
comunistas lançaram ataques efetivos contra as
forças do governo no Vietnã do Sul, no Camboja
e no Laos.
Em 1971, as baixas
americanas diminuíram significativamente para 1.380
soldados, comparadas com os 4.221 mortos em 1970. Por outro
lado, as tropas de Saigon sofreram 21.500 baixas: muitos no
Camboja e no Laos, contudo a grande maioria sucumbiu no
Vietnã do Sul. Os sulinos tiveram 97.000 mortos em
1971.
Movimentos de paz
cresciam dentro dos EUA. Houve muita controvérsia
sobre o envolvimento americano na Guerra, levantando
manifestações e passeatas em prol da
paz.
Esses movimentos foram
acelerados com a publicação de algumas
atrocidades cometidas pelos americanos na Guerra. A qual
teve maior repercussão foi a do Massacre de My Lai,
em 1968. A companhia C, Primeiro Batalhão,
Vigésima Infantaria, Décima Primeira Brigada,
divisão americana, fuzilou 347 civis desarmados, os
quais figuram na grande maioria crianças, mulheres e
idosos, na vila de My Lai.
Cinco soldados foram
à corte marcial. O tenente William L. Calley foi
responsabilizado pelo ocorrido, sendo julgado culpado por um
júri militar em setembro de 1971.
O extermínio de
My Lai só foi divulgado 20 meses após sua
ocorrência. Muitas outras atrocidades foram cometidas,
pouquíssimas publicadas...
Em 30 de março
de 1972, os Vietcongs lançaram um ataque fulminante
na ZDM da província de Quang Tri.
Em oito de maio de
1972, o Presidente Nixon ordenou que minassem os portos do
Vietnã do Norte, principalmente o porto de Haiphong,
com a finalidade de destruir a rota dos suprimentos enviados
pelos aliados comunistas.
O sistema de
transporte nortista também foi atacado, especialmente
os trilhos de trem, causando sérios problemas
econômicos. A cidade de Quang Tri foi ocupada pelos
capitalistas dia 15 de setembro, após quatro meses de
ocupação comunista.
Nixon ordenou ataques
mais violentos e o uso dos bombardeiros B-52 foi
intensificado, sendo realizados ataques 24 horas por
dia.
Na noite de 23 de
janeiro de 1973, o Presidente Nixon anunciou em cadeia
nacional a viabilidade de todos os termos formais para um
cessar fogo.
Em 27 de janeiro, em
Paris, delegações representando o
Vietnã do Sul e do Norte, os EUA e o e o Governo
Comunista Provisório do Vietnã do Sul
assinaram um acordo acabando com a Guerra e restaurando a
paz no Vietnã.
O cessar fogo
oficialmente teve efeito dia 28 de janeiro.
No final de maio de
1973, todas as tropas americanas foram retiradas. Embora o
Presidente Nixon tenha aparentemente assegurado ao governo
de Thieu que forças americanas manteriam apoio em um
eventual rompimento do acordo de paz. Futuras
assistências ao Sul ficaram politicamente
impossíveis. Uma das razões para isso foi o
escândalo de "Watergate".
Dia 30 de abril de
1975, a capital Saigon foi capturada e a República do
Vietnã rendeu-se incondicionalmente para o Governo
Provisório Revolucionário.
O uso intensivo de
Napalm (bomba incendiária) matou milhares de civis. O
emprego de desfoliantes, como o agente laranja, além
de acabar com a vida humana, destruiu o meio ambiente de um
país essencialmente agrícola. Vietnã
foi vastamente destruído.
O resultado da Guerra
foi dois milhões de vietnamitas foram mortos,
três milhões de feridos e inválidos, e
centenas de milhares de crianças
órfãos. Além dos 12 milhões de
refugiados. As baixas americanas foram de 57.685 KIAs
(mortos), 153.303 feridos e inválidos, 587 POWs
(prisioneiros de guerra) e 2.500 MIAs - soldados perdidos em
ação.
CONCLUSÃO
Os Norte-Vietnamitas,
bem como todos os vietnamitas envolvidos, são
vítimas da política de
bipolarização global, pela qual o mundo passou
após o desfecho da Segunda Guerra Mundial.
Os norte-americanos
possuidores de regalias e riquezas, invadiram um país
absolutamente miserável e o tornaram mais pobre
ainda... Não obstante acabar com milhares de vidas
humanas (dois milhões de vietnamitas foram mortos,
sem contar os três milhões de feridos e
inválidos, as centenas de milhares de
órfãos e os doze milhões de
indochineses refugiados pelo mundo) o meio ambiente
riquíssimo em vida exuberante foi severamente atacado
e aniquilado.
Adolescentes
norte-americanos foram enviados para uma missão de
matança. Todavia eles estavam assassinando
camponeses, mulheres, crianças, trabalhadores e
outros jovens como eles, pessoas as quais possuíam
uma vida bastante árdua, transformada em pesadelo e
morte.
Não é
aceitável que "Huey Hogs" (helicópteros do
tipo 1 H-C, topo de linha nos anos 60. Poder de transporte
de tropas procura e destruição incrivelmente
desenvolvido e eficaz) armados de metralhadoras M-60 (mais
de 250 tiros por minuto, capaz de penetrar blindagens e
explodir um homem em muitos pedaços), metralhadoras
Chain Gun (ainda mais potentes que as M-60. Tecnologia
rotatória de disparos), foguetes, granadas, hydras
(tipo letal de foguetes) e muita, muita
munição sejam incumbidos de exterminar
agricultores, vilas inteiras, pessoas sem a mínima
noção de treinamento militar e manuseio de
armas (pois usavam armas muito inferiores).
Mesmo havendo
diferenças enormes em prol dos norte-americanos, os
vietnamitas conseguiram vencer a batalha pela liberdade e
nos deixam à lição de que devemos
sempre lutar pelo que acreditamos, mesmo que tudo
pareça estar perdido, sempre haverá a
magnitude humana, perseverando sobre as pedras do
caminho.
A Guerra do
Vietnã foi à primeira guerra televisionada em
toda sua brutalidade. Os americanos sentiam o cheiro de
sangue dentro de suas casas, viam seus filhos morrerem
inutilmente... Esse é um dos fatores contribuintes
para a horrenda "fama" da Guerra do Vietnã. Como
pudemos ver, os Vietcongs apenas defenderam seus direitos
naturais de vida.
Não fechemos os
olhos para uma parte tão presente da nossa
história, pois a Guerra do Vietnã envolve
não somente americanos e vietnamitas, mas todos os
seres humanos.
A luta pela liberdade
de expressão, pelo direito de vida livre, foi e
sempre será uma das características essenciais
do homem.
Na Guerra do
Vietnã, não houve vencedores, assim como em
todas as Guerras. O que fica é a dor da partida
prematura, angústia, destruição e
morte.
Perdeu o povo
Vietnamita: milhões de mortos, inválidos e
feridos. Centenas de milhares de órfãos, vilas
destruídas, famílias brutalmente aniquiladas.
Um país muito pobre, tornou-se um país
miserável.
Perdeu o povo
Americano, pois milhares de famílias tiveram seus
filhos ceifados em sua tenra juventude. A insana brutalidade
dos campos de batalha foi presenciada pelos lares da
América, dentro do coração das pessoas.
O tabaco e o álcool eram a marca registrada da
sociedade tradicional, então aderiram à
maconha e aos ácidos e as anfetaminas (como visto no
filme Apolypse Now e no trecho do filme Buffalo
Soldiers)...
Dor, sofrimento,
pavor. Vietnã, a luta pela vida, nas
províncias e campos manchados com sangue inocente,
ainda é uma ferida aberta para toda a
humanidade.

BIBLIOGRAFIA:
Filme: O Americano
Tranqüilo dirigido por Philip Noyce em 2002.
Filme: Apocalypse Now
dirigido por Francis Ford Coppola (O poderoso chefão)
em 1979.
Filme: Guerreiros
Buffalo dirigido por Francis Gregor Jordan em
2001.
HERR, Michael.
Despachos do front. Objetiva editora, 2005.
THOMPSON, Hunter S.
RUM, Diário de um Jornalista bêbado. Conrad
livros.2005
|