............................. | Descoberto o hormônio que pode estimular a perda de peso |
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fonte: University of California (UCLA), 24/07/02 |
Os únicos indivíduos conhecidos no mundo que possuem uma rara mutação genética capaz de evitar que seus corpos produzam a leptina, podem abrir as portas para uma nova forma de combate à gordura. Após injeções com leptina - um hormônio humano relacionado ao controle do apetite - os adultos tiveram uma considerável perda de peso, sugerindo que a leptina oferece uma esperança no tratamento da obesidade.
O Dr. Julio Licinio, professor de medicina na Faculdade de Medicina David Geffen na University of California (UCLA), selecionou três primos - duas mulheres e um homem - de uma pequena vila na Turquia e os levou para o Centro Médico da UCLA em setembro do ano passado para um tratamento de pesquisa clínica com a leptina. Os primos, com idades entre 20 a 40 anos, eram todos severamente obesos e um ainda estava na pré-pubescência, ou seja, antes do início da puberdade.
"Imaginamos que a deficiência de leptina possa levar à obesidade e, em alguns casos, retardar a maturidade sexual e psicológica", explicou o Dr. Licinio.
Dez meses após o estudo ter iniciado, os três voluntários haviam perdido metade de seu peso corporal - mais de 68 quilos cada. Contudo, a terapia à base de leptina resultou em outros efeitos além da perda de peso, incluindo alterações físicas e psicológicas.
Após receber as injeções com a leptina, o voluntário pré-pubescente começou a sofrer uma variedade de alterações físicas associadas à adolescência e à maturidade sexual atingida rapidamente. Além disso, os pesquisadores da UCLA observaram crescimento neurológico nos três participantes.
"Ao final do estudo, medimos os cérebros dos voluntários por meio da visualização utilizando ressonância magnética (MRI) e descobrirmos que os órgãos tinham se expandido em uma quantidade pequena, mas significativa", disse o Dr. Licinio. "Enquanto a relevância desse efeito não é clara no momento, ele apresenta o primeiro estágio do crescimento cerebral nos indivíduos".
As disposições dos primos também foram alteradas. Duas semanas após a terapia com a leptina, eles se tornaram visivelmente mais agressivos e independentes.
"As alterações na personalidade dos voluntários sugerem que há uma relação entre a gordura e a forma como nos sentimos", disse Licinio. "Planejamos explorar, no futuro, a relação entre a leptina e os distúrbios de humor".
A leptina, fabricada nas células adiposas, tem três papéis importantes no corpo humano: primeiro, ela controla o apetite e avisa o cérebro quando parar de comer; segundo, sua produção é desencadeada na puberdade e regula o desenvolvimento sexual; e em terceiro, ela ajuda o sistema imune a combater as doenças - uma arma essencial na prevenção de doenças na infância.
De acordo com Licinio, a ciência originalmente considerava a leptina como a mina de ouro para o controle de peso. Depois, entretanto, os pesquisadores descobriram que pessoas obesas produziam grande quantidade do hormônio e seus corpos simplesmente paravam de responder às mensagens do apetite.
Em raros casos, algumas pessoas - como os voluntários do estudo do Dr. Licinio - se tornam obesas por fabricarem pouca quantidade de leptina. Licinio decidiu estudar os primos no intuito de compreender melhor o papel da leptina na biologia humana normal
Fonte: Site Emedix