CONCEPCIÓN,
LA PERLA DEL NORTE !
(CARTA
ABERTA AO POVO DE CONCEPCIÓN, PARAGUAI)
O
que faz uma pessoa sentir um país?
É
conhecendo seu povo, sua cultura e sua história.
Assim
vemos a exuberância de sua alma, seus caminhos e dignidade.
Todo
país tem uma grande missão.
Todo
país é mais do que Leis, Instituições e conjugação de interesses.
Todo
país é mais do que uma situação geopolítica.
Um
país é feito de povo.
Um
país possui em seu seio uma gama de sentimentos que leva um povo aos
mais puros sonhos, iguais aos daqueles pioneiros que já possuíam
entendimento de nação. (Mesmo que não fossem tão puros no princípio,
sempre há uma notável metamorfose pelo caminho).
Um
povo, como numa alma, traz em seu âmago dificuldades, fraquezas, ignorâncias,
desvios, tragédias, tendências discriminatórias e dependências de
toda sorte, como também há a compensação da
excelência e primazia.
Busca-se
o objetivo do crescimento e superação.
E
as questões imigratórias?
E
as nações que, de alguma forma, deixaram de existir?
Acredito
que, como tudo no Universo, não deixa de existir simplesmente, mas
transforma-se, comuta-se a outros “sistemas”, já noutros destinos,
outras rotas.
Em
todo povo há excelência,
plenitude. A maior prova foi ter conhecido Dona
LILIAN GAMARRA DE OLIVEIRA, sim este nome escrevo com letras maiúsculas,
garrafais, com todas as pompas. Uma
brasileira com alma paraguaia.
Quando
estou em sua companhia cada
vez mais me apaixono por
esse país irmão, latino e vizinho.
Através
dessa Senhora tão soberana, tão equilibrada, tão enraizada nas
culturas hispano-guaranis, posso ver o que um país tem de melhor:
O seu povo.
Muitas
foram as tardes em que comi “chipa”, tomei “tereré”,
deliciando-me com as lições e as palavras iluminadas de Dona Lilian
Gamarra.
Aprendi
a gostar do Paraguai, de Concepcíon.
Oh!
Concepción, Perla Del Norte!
Oh!
Concepción, cidade histórica!
Eis
um pouco de sua história:
"La
casa fuerte que dio origen a Concepción fué edificada por Agustín
Fernando de Pinedo Y Valdivieso. La providencia quiso que en este lugar
-ubicado a 180 metros sobre el nivel del mar a 23º 25’ de latitud Sur
y 57º, 18’ y 15” de longitude W. de Greenwich y en la margen
izquierda del río Paraguay -, fuese establecida la VILLA REAL DE LA
CONCEPCION, el 31 de mayo de 1773. Así en los dominios legendarios del
guaraní, padre y tronco de la raza, como um tulipán exótico se yergue
majestuosa con legítimo orgullo a la consideración del mundo y la
historia.
La
región elegida era fértil para la agricultura y la ganadería. La
defensa contra la invasión
portuguesa y la explotación de los grandes yerbales existentes fueron
las causas determinantes que indujeron al previsor mandatario a decretar
su fundacíon que comenzó el 25
y terminó el 31 de mayo de 1773.
En
el sitio establecido se topó con una tribu mansa, y de inmediato se
selló con ella la alianza. El indio Lorenzo, el Viejo, jefe del lugar,
se presentó voluntariamente con su gente a trabajar con los españoles
para levantar las primeiras viviendas. El cacique Lorenzo
representa la esencia de la confianza y fraternidad entre
hispanos y nativos de esta comarca.
Según
el distinguido historiador concepcionero Roberto Quevedo Pfanni, “como
primeros pobladores quedaron cuarenta y cuatro familias de españoles y
trece naturales”.””
A
família Gamarra se confunde com a história de Concepción:
““Juan
José Gamarra y Mendonza fué
fundador de Concepción.
En
1811, más de 200 jóvenes acompañaram al Comandante Juan Manuel
Gamarra a defender Paraguarí y Tacuarí, donde se cristalizó la
independencia del Paraguay. Gamarra fué ascendido a General em 9 de
marzo de 1811.
Dom
Manuel A. Gamarra actuó com gloria en la guerra del 1870 y cayó
prisionero. Después ejerció repetidamente cargos políticos y
judiciales en Concepción y Horqueta, fueéperiodista, mucho tiempo
asiduado colaborador de el “Municipio”. Su hijo el teniente Pastor
Gamarra Bogado, el biznieto de su hermano el héroe de Paraguarí y
Tacuarí, peleó en el Chaco donde falleció heroicamente em 1933; y el
otro hijo Pedro Gamarra Bogado.”
Ah!
Senhor Pedro Gamarra Bogado, homem culto, letrado e amante das artes.
Desenvolveu uma idônea carreira no Poder Judiciário do Paraguai.
Contraiu matrimônio com Dona Hortência Espínola, uma Senhora de
fibra. Generosa, sobretudo com os mais humildes e necessitados, onde não
havia hora ou mau tempo para atender as parturientes, as vítimas de
picadas de cobras venenosas, as crianças e adultos adoentados. Apesar
de sua condição urbana, casada com um intelectual do mundo do Direito,
era grande conhecedora de ervas nativas e de preces celestiais que foram
a salvação de muitos angustiados. E, ainda, essa Senhora se comunicava
de maneira incrível e tranqüila com os animais campestres. (Os céticos
que me perdoem).
Em
seu coração tão abençoado, houve espaço para seus dois filhos
naturais e mais três adotivos.
Por
questões próprias de uma época, a família Gamarra/Espínola veio
morar no Brasil, no Estado de Mato Grosso, onde o Senhor Pedro Gamarra
Bogado ocupou um cargo de confiança na Cia. Mate-Laranjeira em
Ponta-Porã. Neste período, ou seja, no ano de 1930, nasceu a filha
natural: Lilian Gamarra, na cidade de Campanário/MT. Porém o destino
tramou neste acontecimento, pois Dona Lilian Gamarra veio à luz da vida
exatamente em 31 de maio no
Sesquicentenário de Concepción, ligando-se assim uma à outra para
sempre.
Anos
depois, 1937, voltaram para a cidade de
Concepción, Paraguai, levando a vida de maneira regular e
normalizada.
Quantas
e quantas histórias e aventuras essa menina Lilian viveu:
“Impecável
e engomada” ao lado do respeitoso pai, e cavalgando ou fugindo de
algum boi bravo feito moleque nos campos da “Quinta” junto com seu
querido irmão Gilberto.
Ah!
o Internato Maria Auxiliadora; os bailes no
Clube Militar; o hidroavião da Cia. Aérea Argentina...
Dona
Lilian Gamarra, já adulta, veio morar no Brasil, na cidade de São
Paulo; trabalhou em laboratório hospitalar e casou-se com o Senhor
RUBENS DE OLIVEIRA, brasileiro de caráter
e dignidade excepcionais que merece não só um capítulo, mas um livro
inteiro sobre sua vida repleta de humanidade. Um homem à frente de sua
época, escolado pela vida com uma cultura impressionante.
Tiveram
três filhas: Analí, Marta e Margarete que nos dias de hoje vivem na
cidade de Santa Fé do Sul no estado de São Paulo, Brasil.
Dona
Lilian Gamarra de Oliveira é um ser que enobrece qualquer ambiente,
qualquer relacionamento. Sim, sua nobreza não vem, e nem precisa de
mantos dourados, coroas cravejadas de jóias ou títulos; sua nobreza
está alicerçada e consolidada em sua humildade, bondade, generosidade
e cultura. Sua compreensão da espécie humana e da vida em si é
completa.
Dona
Lilian Gamarra, por fim, é uma pessoa riquíssima, muito mais que
qualquer rainha com seus tesouros, porquanto a riqueza material pode ser
perdida ou roubada e a espiritual é eterna, é de mérito.
Os
meus melhores sentimentos ao Paraguai e ao seu povo; à família Gamarra
e, em especial, a Dona Lilian Gamarra, uma verdadeira “perla” de
Deus.
As
pessoas que convivem com essa seleta mulher, entenderão esta expressão:
-
Dona LILIAN GAMARRA, CARAMBA
DIGO!!!
Bibliografia: Epocas y Hombres de
Concepción
1973 - Juan Samaniego
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