NOITE
DE
VERÃO
É noite. É verão.
Falo
com o pingüim, guardião da cerveja – ele não responde.
Exausto,
faço minha terapia.
No
divã entro em hipnose; o aparelho da televisão, meu
analista.
O
que quero, então?
Minha
amada, burocrática, bate carimbo;
é previsível. Não
percebe que a quero nua dançando sobre a mesa.
É
noite. É verão.
Eu
aqui com meu melhor amigo: o pingüim.
Meu
suor não vem do calor, vem do medo de descobrir que
já morri.
É
noite.
É
luto.
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