
AMANTES
Os corpos distantes contornam outras frentes.
A realidade é sempre outra.
Vultos, formas sem sentido, vida sem sentido, roubam lembranças
queridas.
O tempo percorre, escorre pelas rugas do riso, do choro e do gozo.
Sufoco!
As brigas com mordidas de dor, com palavras atiradas na cara,
cobranças, promessas de “nunca mais”, transformam-se em abraços
intensos, em suores que molham os lençóis, juras de amor e pedidos
de perdão.
Peço liberdade aos céus para juntos, sem mais nos escondermos,
tomarmos chuvas: chuvas macias que não machucam, chuvas tórridas
que despencam sem piedade, chuvas que tocam, que esfriam, que
aquecem...
Vamos nos ver agora mesmo!
Espere-me ainda hoje!
Danem-se as horas, dane-se qual dia é hoje!
Eu só quero te ver, não agüento mais...
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