FLUTUAÇÃO
Sem
perceber, paro meu carro na frente de sua casa, e sonhando fico preso
na ansiedade de vê-la sair pelo portão, andando em minha direção,
a um palmo acima do chão, com os braços estendidos e o peito tomado
por emoções escaldantes.
Fico
endeusando-a, acompanhando os seus encantos que se destacam, que se
escondem...
Freqüento,
por vezes, os mesmos ambientes, mas só quem sabe é meu coração
delirante - confidente.
Sigo o
trajeto de seu olhar, ouço o balouçar do seu coração na balança-brincadeira,
na balança-sem juízo, na balança-trapézio. Espero que caia. Ele
nem desconfia. Penso no heroísmo de servir-lhe na hora certa como
rede protetora, ou pescadora. Quero-o com as janelas abertas para meu
amor entrar, invadir, voar, sentir... Amá-la.
O silêncio
é minha música, enquanto espero o próximo momento de vê-la, em
minha loucura, outra vez vindo em minha direção com os braços
abertos, estendidos, e o peito tomado por emoções escaldantes,
andando a um palmo acima do chão...
Hoje, ao
menos, flutue para mim. Vamos aterrissar nas camas cúmplices,
enquanto nos beijamos. Nossos beijos serão tapetes mágicos em vôo
cego...
Não tenha receio das alturas. Tudo é magia. Voe, pois, agora,
não é mais mistério.
Quero-a,
nua, sentada na beira da cama, com as pernas no Leste e no Oeste,
abertas, deixando à mostra seu vale tropical - úmido e quente. E,
eu, ajoelhado diante da Realeza, sendo seguro pela cabeça, pelos
cabelos, a beijar-lhe na altura que mais agradar, na intensidade que
mais desejar.
Quando
não mais agüentar, peça-me para escalá-la e penetrá-la com o coração
palpitante e apaixonado.
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