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INVASÃO
Como é possível pensar-te, sem resvalar a paixão?
Como
é possível ver-te no sótão
de minha
imaginação - onde guardo meus sonhos mais proibidos - sem
colocar a nu nossos corpos sedentos de carícias?
Como é possível
fazer saber-te o quanto quero teus lábios espremidos aos meus em súplicas
de desejos cúmplices?
E por
cumplicidade, como dar-te em mistério absurdo, sem deixar o tempo
escoar-se levando as oportunidades de tocar tua alma?
Como fazer
este meu entusiasmo silencioso e gritante provocar-te coragem em
aprovar-me possuir-te ainda que só em alguns sonhos meus? - melhor
seria se fossem os teus.
Como te
encontrar assim, trêmulo, delatando insegurança?
Ao beijar tuas
faces, no cumprimento cordial, deslizo meus lábios querendo alcançar
os teus, cada vez mais próximos, tão próximos... Dão-me febre.
Tu és linda.
Eu bem sei.
Fixo-me
na cor de teus olhos e na predominância da luz mágica que deles
saem ao enlaçar meu
coração.
Serei eu um
conquistador aventureiro ávido por terras desconhecidas, e por isso
estimulantes?
Converti-me
desde muito à tua magia,
esperando alcançar-te ao afrontar as barreiras impeditivas; ao
envolver-me nas rebeliões; ao agredir com o verbo os escudos
enferrujados; ao invadir a clausura que te entristece; e libertar-te com
a força do carinho.
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