ONIPRESENÇA

                              

Por que você não me fez sofrer?

Por que você não me maltratou?

Teria algo para me apegar, para me revoltar, para a difamar.

Por que seu sorriso abriu meu céu; sua voz amaciou meus sentimentos, por quê?                                

Por que me deixou amar assim?

Neste apartamento, em cada canto, há algo de você. Suas falas ainda passeiam pelos cômodos.  Seu perfume ainda vive...

Da janela vejo a vida em movimento lá fora; as pessoas...

Por que você foi  marcar meu espírito em brasa?        
Por que sinto dessa forma sua presença, mesmo na ausência?...

O que faço agora com suas roupas? Ponho fogo? Jogo pelas janelas? Dou a alguém mais miserável que eu?...

As canções de felicidade em que eu acreditei um dia, que destino lhes darei?

Sentado neste sofá onde trocamos carinhos, diálogos, silêncios... Onde poderei ficar sem te perceber?

Por que fomos trocar juras de amor, para todo o sempre, por quê?

Poderia ser apenas um sonho, um sonho de verão, de nostalgia, de amor; apenas um sonho, mas a realidade não me deixa pensar assim, me enganar assim...

Se ao menos você tivesse brigado comigo e batido a porta, levado todas as suas coisas, até mesmo o amor em que um dia você me fez acreditar; se ao menos isso, mas não!

Neste mundo cheio de vida, de lembranças, de futuro, você me deixou, indo para o céu...

Fiquei para trás para amargar sua ausência em cada canto da minha vida.

Não, não!... É tudo mentira!

É pretexto!

Foi a forma que criei em meu cérebro para poder conviver com o fato nu e cru de você ter me deixado; se separado...

Estou doente sim; confuso...

Preciso acreditar nessa mentira tantas vezes quantas for preciso, até tornar-se verdade.

Preciso manter intacta sua imagem; ou a mim mesmo?

Preciso sobreviver!

Preciso...

Preciso mesmo é de você.

 

 

 
Ateliê da Alma
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