RESVALAR
 
 
Resvalar a alma.
Como pode ser, se tão etérea?
Abrandar o tocar das pontas dos dedos -extremidades- sobre a face exposta ao mundo.
Resvalar os sonhos.
Como pode ser, se tão "antimatéria"?
Arrastar-se entre as armadilhas de um encanto poético.
Como pode ser, se tão desejado?
Ouvir o pisar sobre as folhas.
Como pode ser, se mortas?
Como ser sereno, se as mãos procuram o toque?
Amar é sentir o frisson da alma.
A eletricidade estática, estala.
Os beijos estalam.
O imensurável "Big-Bang" é o beijo divino?
É assim... acreditando no impossível, perguntando o que não tem resposta.
É aguardando no cais do particular porto, a vinda da próxima esperança.
É um pé na estrela e outro na lama.
É o grito e o silêncio.
Gozo. Satisfação. Revolta. Tudo se mistura. Tudo é atração. Tudo é repulsa.
Ponderar o irracional é possível? É imaginável?
Esconder-se entre as estrelas, e mostrar-se com os pés no chão. É suportável?
Friccionar as línguas, os corpos, as almas, os elementos, as experiências, é o que se espera, sempre.
Friccionar a paz é a guerra?
O amor é palpável. Aproveitam-se e reduzem-no a pó.
O amor é contra-senso e nisto está sua lógica.
Resvale os lábios, as extremidades.
Aos extremos, as extremidades!
Aguardar.
Aguardar.
Aguardar...

 

Autor: Nilton Bustamante

 

 
 
Ateliê da Alma
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Página atualizada em: 02/11/2003
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