FLUIDOS
Hoje,
temos bem claro que há duas concepções distintas: mundo dos elementos
materiais que rege a vida carnal e mundo inerente aos elementos espirituais que
rege a vida espiritual.
A
ciência dos homens aprofundou-se no estudo científico do mundo material,
buscando explicar os seus elementos, suas composições, suas transmutações e
conseqüências. O homem encarnado recebeu da Natureza um conjunto de percepção
extremamente necessário, que brinda os seus cinco sentidos: olfato,
paladar, visão, tato e audição. Esses instrumentos são úteis para a inserção
do homem encarnado no mundo material. O que o homem “percebe” passa a ser de
seu campo de conhecimento, de sua exploração e experiência. Assim a ciência
foi desvendando certos fenômenos do mundo material.
Esse
conjunto sensorial nem sempre faz efeito no que tange às coisas, aos elementos
do mundo espiritual, próprios do espírito e não da matéria bruta.
Há,
contudo, o extra-sensorial, destacando-se, por exemplo, a vidência, a intuição,
premonição, que são meios para o homem carnal perceber que existe um sistema
de vida paralelo muito mais sutil, amplo e dinâmico.
Nesta
pequena introdução podemos ressaltar que, pela própria constituição do
homem carnal, a pesquisa direcionou-se para as leis naturais ao tentar desvendar
os fenômenos físicos. Já as explicações dos fenômenos das ações do
elemento espiritual, ficam a desejar como objeto de pesquisa pela ciência.
Pela
precariedade de entendimento da humanidade carnal, quase tudo o que não se
conseguiu desvendar pela ciência permaneceu nos campos do milagre e do
maravilhoso.
Para
reverter a perversa situação de ignorância, vêm os
Espíritos
evoluídos com a cabal missão de nortear os questionamentos terrestres,
fornecer explicações que dão conta que o fluido cósmico é a matéria
elementar primitiva.
Podemos
afirmar que toda a criação de Deus está interligada, envolvida, ou mesmo
grande parte constituída desse fluído elementar.
Precariamente,
para dar um exemplo simplório, é como se estivéssemos (tudo e todos) como
formigas presas num imenso “melaço”. O fluido cósmico universal é a matéria
elementar primitiva, ou seja, é a consistência do elemento primitivo criador.
No
desenrolar das tentativas explicativas esperamos que a questão fique mais
clara.
Conclamamos
a todos que busquem romper os parâmetros e conceitos próprios do mundo
material para, livres, pesquisarem as coisas do mundo espiritual.
Fluido
cósmico universal apresenta distintos momentos, podendo ser:
Eterização
(tornado fluido que não se pode avaliar).
.
Esta
fase considera-se seu estado normal primitivo. Este estado pertence ao mundo
invisível.
Materialização
(que se pode ponderar, examinar e considerar).
.
Esta
segunda fase, se é que podemos chamá-la assim, é conseqüente da primeira;
segue-a naturalmente. Considera-se este estado pertencente ao mundo material,
tangível e visível.
A
vida espiritual e a carnal estão intimamente envolvidas; os estados fenomênicos
destas duas ordens apresentam-se muitas vezes simultaneamente. Contudo, o homem
encarnado só percebe os fenômenos da natureza material ligados à vida
corporal; os exclusivos da vida espiritual escapam-lhe aos sentidos. Só podem
ser percebidos no estado espiritual.
Fluido
cósmico em estado de eterização não é uniforme. Sem mudar sua essência
modifica-se inúmeras vezes, muito mais que no estado de matéria tangível.
Estas
transformações constituem fluidos distintos que, oriundos do mesmo princípio,
são dotados de propriedades especiais. Dão lugar aos fenômenos pertencentes
ao mundo invisível.
Para
os homens encarnados há o contato pelos sentidos dos fluidos tangíveis,
materializados, de substâncias do mundo terrestre. Para os seres espirituais,
no entanto, há o contato pelos sentidos dos fluidos inerentes ao mundo
espiritual.
Muitas
das maneiras como se processam as coisas do mundo espiritual, reservada as
diferenças intrínsecas, são parecidas com o mundo material. Por exemplo: os
seres encarnados, ou as leis naturais manuseiam e combinam os elementos físicos,
químicos e orgânicos para produzir efeitos determinados. Os espíritos também
manuseiam, elaboram e combinam (segundo o grau de entendimento e adiantamento
evolutivo) os elementos fluídicos para produzir determinados efeitos.
Chamamos
a atenção que os fluidos do mundo material são de propriedades totalmente
diferentes daqueles do mundo espiritual. São distintos, embora a origem tanto
de um como de outro esteja no fluído cósmico universal, com grau de pureza
absoluta.
Somente
é dado aos Espíritos mais esclarecidos saber dos elementos constituintes de
seu planeta. Assim como acontece com os pesquisadores e cientistas do mundo
carnal.
Do
ponto primeiro do fluido universal, puro, vai-se ao ponto extremo que é a
transformação em matéria tangível. Neste percurso existem inúmeras
transformações pela seqüência, perto uma das outras. Esses fluidos, segundo
sua natureza, são usados pelos seres espirituais ou encarnados para as
necessidades de suas existências.
Esclarecemos
que o termo fluidos espirituais, a rigor, não está correto, pois o fluido é
sempre matéria ainda que gêneros diferentes. De fato o que é, na essência,
realmente espiritual é a alma (princípio inteligente).
Em
resumo, podemos afirmar que os fluidos, como um todo, servem para suprir as
necessidades do Espírito. Formam-se envoltórios corpóreos, moradas, alimentos
e elementos diversos para satisfazer as exigências da existência.
Espírito,
princípio inteligente, obedecendo às leis cósmicas e particulares de cada estágio
de mundo, serve-se então desses fluidos com características diferenciadas.
Destaca-se
o perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, como um produto de enorme
importância do fluido cósmico.
É
a condensação desse fluido que envolve o foco de inteligência ou alma.
Corpo
carnal tem igualmente princípio nesse mesmo fluido transformado e condensado em
matéria tangível. Ambos são matéria ainda que sob estados diferentes.
Para
cada mundo particular a ser habitado, o
Espírito
forma (elabora) o invólucro apropriado, ou seja, sua vestimenta apropriada,
constituído dos elementos tirados desse ambiente específico. Para cada mundo
específico, invólucros específicos. Ao mudar-se de morada planetária,
deixa-se também para trás suas vestimentas pertinentes.
Trânsito
no cosmo está subordinado ao grau da ordem evolutiva do Espírito. Sendo o
perispírito o veículo necessário para a sua permanência e vivência num
determinado mundo, somente com a autodepuração, com a conquista do mérito e
grau de conhecimento o Espírito poderá evoluir ou estacionar na escalada da
supremacia de sua moral. Por isso não se consegue pulular de planeta em planeta
à vontade.
Perispírito
é formado com elementos fluídicos próprios do mundo onde se encarna e segundo
a própria natureza do Espírito.
Corpo
carnal daqueles que se encarnam na Terra, vindo assim habitá-la, é igualmente
formado dos mesmos elementos, sem levar em conta a preparação do Espírito. Já
os perispíritos são diferentes uns dos outros. É decisiva a superioridade ou
inferioridade daquele que o forma.
Espírito
tira de seu perispírito os materiais sobre os quais opera. Esses fenômenos
especiais são perceptíveis e corriqueiros para ele.
O
Ser encarnado não se apercebe desses fenômenos, pois não são próprios de
sua estrutura sensorial. Somente quando o Espírito molda esses fluídos
em grau de materialidade suficiente é que o Ser encarnado pode “enxergar” a
tangibilidade da obra criada. Daí as visões belas ou medonhas que as versões
populares ditam. Essas criações são em outras palavras: fotografias do
pensamento.
Os
fluídos espirituais são os meios de propagação do pensamento irradiado por
um princípio inteligente. Assim como no mundo material, o ar serve para
propagar o som, irradiado em moléculas.
O
Ser espiritual, quando por qualquer razão, volta a um determinado planeta onde
habitou anteriormente, mesmo que por diferentes épocas, o seu perispírito toma
a forma (a “sombra”) corpórea da última vez, ou conforme for a necessidade
do cumprimento de um propósito, de uma missão ou tarefa.
Por
isso se diz: “no além não há segredos”. Diferentemente do homem encarnado
que esconde suas intenções e pensamentos, o ser espiritual expõe (projeta)
suas intenções e criações em seu próprio perispírito. Torna-se assim fácil
leitura.
Nem
tudo é dado saber ao Espírito. Os mais brutos e atrasados não conseguem per
si saber o que se passa com os evoluídos em esferas superiores, mas o contrário
é certo.
Esses
fluidos tornam-se límpidos, etéreos, benéficos quanto maior for a pureza da
fonte irradiadora. Passam um sentimento de paz, amor, harmonia, caridade e
quando de fonte pervertida e desequilibrada passam vibrações de ódio,
revoltas, violência, de pesadas conseqüências.
Ressalta-se
que o perispírito é próprio do Espírito, sendo este encarnado ou não.
O
perispírito recebendo as projeções mais íntimas de seu “hóspede” poderá
passar saúde ou doença, liberdade ou escravidão, paz ou depressão, mais
nitidamente quando no corpo carnal.
Há
muito que se pesquisar sobre “aparições”, “curas”, e
outros títulos inerentes aos fluidos.
Bibliografia:
Gênese, Allan Kardec
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