Humberto Soares Santa

Caro Nilton :
 
     Visitei este seu novo espaço e para minha satisfação, revi um amigo, revi um homem de letras e sobretudo enlevei-me com a inspiração de um grande poeta.
    .     Receba amigo o beijo fraterno da Margarida e o abraço apertado deste seu amigo e admirador do seu estro,
                                         
Muito obrigado pela honra que nos concede. É com todo o gosto que lhe enviamos em separado, três e-mails, cada um com seu poema e respectivo desenho.
     Um beijo fraterno da Margarida e um grande abraço do
 
                                                Humberto Soares Santa


DESESPERO

Humberto Soares Santa

 

Que montanha pariu aquela fonte ?

Que riacho desce ali tão sinuoso ?

Que água com um aspecto tão leitoso,

Rasga e fere a ravina ali defronte ?

 

Que lixeira virá nascer no monte ?

Que demónio acabou o seu repouso

Para matar o Sol e pra seu gozo,

Está a abrir prò inferno, nova ponte ?

 

Que olhos vivem lavando com seu pranto

Os rostos dos meninos que não comem ?

Que guerra se inventou que por enquanto

 

Nela, milhares de vidas se consomem ?

O Homem foi criado para ser santo

Mas é o demónio - mor do próprio HOMEM ?!

 

Cotovia, 2003-03-29

 

DESESPERO

MAR DE SARGAÇOS

Humberto Soares Santa

 

Vogo por este mar onde os sargaços

Se enrolam, como minutos numa vida,

Naufragando no tempo que à partida,

Me deu só ilusões e embaraços.

 

Sinto que afogo e morro nestes espaços

De aflição, nesta nau já carcomida

Onde a alma febril e já vencida

Só pede a tua mão e mil abraços.

 

O mundo geme. É ímpio o dia a dia.

O homem está perdido... é um mutante

Que vai perdendo a alma e a fantasia.

 

Fosse eu o Criador e neste instante

Inundaria a Terra com poesia

E faria da arte a minha amante !

 

Cotovia, 2003-02-09


APOCALIPSE

Humberto Soares Santa

 

O cálice de fogo encheu-se de ira

Quando a mão do gigante o levantou

O leão tremeu, o mundo ajoelhou

Quando estalou a lenha a arder na pira.

 

A mata ardeu e o ar por fim secou,

O Sol gelou e a Terra já não gira.

No negrume da noite a vida expira,

Foi o homem, esse louco que a matou.

 

Restam de nós, relatos das matanças

E alguns sinais gravados nos rochedos.

Finou-se o amor, geraram-se as crianças

 

No meio de agressões, ódios e medos.

Deus foi traído !... Adoram-se as finanças.

Poder e sexo, são os novos credos !

Cotovia, 2003-02-11


DEUSA E PASTORA

Humberto Soares Santa

Porque estás aí ?... Bela e sedutora,

Espelhada em fantasia, nesse lago

Tecendo com delírios que em mim trago

O amor que me acompanha vida fora ?!

 

Que estás fazendo aí ?... Deusa e pastora ,

Senhora do prazer e do afago

Guardiã, que ateia o fogo que eu apago,

Divina !... Dos meus sonhos guardadora.

 

Que queres de mim, senhora ?!... Sol da vida,

Que tenho aqui, buscando o meu abraço

Na margem desse lago, adormecida,

 

Com cisnes, desfrutando o mesmo espaço.

Deixa-te ficar, deusa, aí caída

Pra me levares prò céu no teu regaço !...

 

Cotovia, 2003-03-28

Humberto Soares Santa        

http://www.soaressanta.hpg.ig.com.br/index.html

 


 

 
 
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