AUTOMATISMOS

INTRODUÇÃO

 

 

1.

Acender a luz eléctrica accionando um interruptor tornou-se um acto banal nos nossos tempos. O interruptor dá-nos o poder de comandar a energia eléctrica. Por isso se chama um aparelho de comando. Podemos acrescentar a palavra manual. De facto, trata-se de um comando manual, pois é a nossa mão que acciona o interruptor. Muitos outros exemplos de comando manual existem à nossa volta : ligar os diversos electrodomésticos para os utilizar ou desligá-los quando terminamos a sua utilização.

 

Em todos os exemplos de comando manual que referimos, o aparelho comandado muda de um estado (por exemplo, desligado) para outro estado (por exemplo, ligado) e assim permanece até receber outro comando.

 

 

2.

Não é preciso pensar muito para descobrir situações mais complicadas. Se nos lembrarmos de uma torradeira eléctrica com temporizador, ao fecharmos o seu interruptor ela passa de desligada a ligada e volta a desligar passado algum tempo, sem intervenção humana. Podemos dizer que desliga automaticamente. Outro exemplo mais complicado é o das máquinas de lavar roupa ou louça. Também nestas máquinas há um funcionamento automático, mas as acções desenvolvidas são de diversos tipos : ligar / desligar a bomba de água, ligar / desligar a resistência de aquecimento, etc. Também a duração dos acontecimentos varia de acordo com a sua sequência. Este funcionamento é possível porque existe um programa armazenado na máquina.

 

Outro exemplo deste tipo é o caso da iluminação de auxílio ao trânsito (semáforos). Também neste caso existe um programa para ligar e desligar as lâmpadas convenientes durante um certo tempo. Se não houver intervenção humana, aquele funcionamento não se altera : as lâmpadas verdes acendem sempre durante o mesmo tempo, as vermelhas durante um tempo igual ou diferente do das verdes, mas sem se modificar.

 

3.

Em situações de trânsito não muito intenso, este funcionamento é, normalmente, satisfatório. No entanto, se houver variações no tráfego, será vantajoso dispor de um sistema de controlo de tráfego que funcione automaticamente, mas que não seja estático. Exemplifiquemos. Se houver muito mais tráfego numa rua do que noutra que com ela cruza, o tempo de passagem autorizada (luz verde) deve ser maior para a primeira rua do que para a segunda. Mas se, a certa hora, a situação de tráfego se inverter, ou seja, se a primeira rua passar a ter menos tráfego que a segunda ? Então, é preciso alterar os tempos de ligação das luzes verde e vermelha. Como fazer isto ? O sistema que controla o tráfego necessita de um programa que permita variar os tempos de ligação das luzes e precisa de ser informado da densidade de tráfego em cada rua, o que pode obter-se com cabos no pavimento ou mesmo com radar, como é usado actualmente para a cobrança automática nas auto-estradas.

 

4.

Estes são alguns exemplos de automatismos, mas muitos outros se encontram a cada passo : as portas de abertura automática quando alguém se aproxima, as caixas Multibanco, as máquinas de venda automática de objectos, as instalações industriais de pesagem automática, de empacotamento automático, de fabricação automática de peças, de conjuntos de peças ou de máquinas completas.

 

5.

No início dos anos 20, o escritor checo Capek introduziu a palavra robot numa peça literária que escreveu. Utilizou-a para designar um autómato com aspecto humano, obediente e inteligente. Desde então esta palavra tem-se vulgarizado, umas vezes melhor aplicada do que outras. Com o desenvolvimento tecnológico que se tem verificado desde algumas décadas atrás, vai sendo possível construir máquinas cada vez mais automatizadas e que vão permitindo substituir o homem em muitas tarefas.

 

Há automatismos que devem ser capazes de accionar um motor, um cilindro pneumático ou um hidráulico, por exemplo, ou simplesmente acender uma lâmpada avisadora. Todo este conjunto de necessidades implica a utilização de variadas tecnologias para realizar os componentes necessários e para os interligar. Há componentes eléctricos, pneumáticos, hidráulicos, electrónicos. Um mesmo automatismo pode utilizar tecnologias diversas. A escolha da tecnologia a adoptar depende de vários factores, por exemplo, a aplicação do automatismo ou a disponibilidade de determinada tecnologia, por exemplo, pneumática.

 

6.

Quando se pretende construir um automatismo é necessário primeiramente fazer um planeamento de maneira a maximizar a sua eficiência. Quer isto dizer que o automatismo deve ser construído da maneira mais económica e segura, satisfazendo as especificações que dele se esperam. Nos casos mais simples, utilizam-se algumas ferramentas matemáticas na área da chamada Lógica matemática. Quando se utilizam autómatos programáveis é necessário escrever o respectivo programa.

 

 

7.

Já foi construído um computador chamado Deep Blue, pela americana IBM, com um programa que foi capaz de vencer um campeão mundial de xadrez. A japonesa Honda construiu um robot capaz de subir escadas, entre outras habilidades. Estes dois exemplos representam etapas na luta incessante do Homem procurando criar máquinas à sua semelhança, capazes de comunicar com ele, de trabalhar para si e de pensar por si. É um caminho longo. Neste caminho vão surgindo automatismos mais ou menos complexos que ajudam a melhorar as condições de vida humanas. E, entretanto, dão trabalho aos profissionais que os concebem, que os executam, que os exploram e que fazem a sua manutenção.

 

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