AVC
Reportagem - Nº 107
Ubatuba,
10 de março de 2004 - Música de fundo: "Champagne".
Da Redação:
Ôba! Finalmente nos
instalamos aqui em Ubatuba, bem pertinho do centro da cidade.
Nosso apartamento é pequeno, mas muito ajeitado e bonitinho. Eu
e Vó Leda ficamos cada um num quarto (o dela é uma suíte que
tem até uma varandinha que dá vista para uns morros da Serra do
Mar, onde se vê o verde forte da Mata Atlântica). Veja na foto
abaixo.
Da janela
do meu quarto, tirei esta foto pegando a varandinha do quarto da
Vó Leda. Ubatuba é uma cidade feiosa. O que conta aqui é a
paisagem e o ambiente gostoso de "laisse faire" (deixa
fazer; livre; solto).
Desta mata subtropical,
que percorria o Brasil do Nordeste até o Estado de Santa
Catarina, só existem míseros 7%. Pois estamos tendo o privilégio
de morar bem pertinho destes 7% que restaram. Domingo, dia 29 de
fevereiro, andei percorrendo com minha motocicleta algumas praias
e trilhas que ficam aqui por perto, em direção à Paratí. É o
mesmo que estar no meio da Aquarela do Brasil e, aos poucos, irei
fotografando e mostrando para vocês à medida que formos
conhecendo Ubatuba melhor. Um forte abraço a todos.
leonidaspiresbr@yahoo.com.br
Ditinha tomando água
de coco na praia do Perequê-açu, perto do centro da cidade.
Vó Leda na praia do
Félix. Já começamos tomar nosso solzinho para ficar com cor de
caiçara.
Léo na praia do Félix.
Areia branquinha, muita sombra e mar calmo de enseada. Temos saído
pouco, porque ainda tem chovido por aqui (pegamos também uma
gripe do inferno) e só recentemente terminamos de colocar as
coisas da mudança no lugar.
Vejam como ficou o
cantinho da Vó Leda, com sua mesa nova para o computador (vício
nosso de cada dia) e cama com lençol cheio de ursinhos. Foto
tirada a partir da varandinha. Este quarto é uma suíte e possui
armário embutido, dando à Vó Leda total privacidade para que
ninguém a interrompa enquanto escreve seu livro "Uma Família
Paulista", que agora está realmente em andamento. VIU
ELIANA? A Eliana da Tia Stella (e o Bira, marido da Thaís)
andaram nos cobrando duro esse livro de memórias e histórias da
Família. Pois ele está sendo feito. A Vó Leda está
caprichando. Todas as pessoas têm suas memórias. Todas as
pessoas deviam ser obrigadas por lei a escrever um livro quando
atingissem 60 anos. Deviam registrar suas memórias, suas experiência,
seus pontos de vista. Tenham certeza de que a VIDA REALé muito
mais surpreendente que um milhão de novelas e uma tonelada de
filmes!
Vista que existe na
frente do nosso apartamentinho. Lá trás vê-se a Serra do Mar.
Daqui até Taubaté leva-se exatamente uma hora e meia de carro (na
média de 80 / 90 km. por hora). Sem pressa. Todo esse verde
pertence à Mata Atlântica, onde é expressamente proibido
pescar, caçar e arrancar palmitos. Fiscais do Ibama já foram
assassinados por palmiteiros nessa luta para a preservação da
floresta.
Foto tirada do 3º
andar, onde moramos. Este é um pedaço da Avenida Dona Maria
Alves. Aqui ela faz uma curva e se estreita. Daqui até o calçadão
do centro, que dá na Igreja Matriz, não chega a ter quatro
quarteirões. Quase sempre vamos a pé fazer compras, pois o comércio
mais forte da cidade está quase todo muito próximo de nós.
Ubatuba é uma acidade plana e tem centenas de bicicletas em
circulação. Bem... acho que agora vocês já têm uma pequena
idéia de onde fica nossa Redação.
Vó Leda e Ditinha
posam para foto na praia do Perequê-açu, a "praia do povão".
Pessoalmente, considero a Perequê uma praia muito gostosa e prática,
pois está pertinho da cidade e tem um visual bonito. Agora, que
lá tem muito farofeiro, isso tem mesmo. Mas Ubatuba é democrática
e tem praias e passeios para todos os gostos, todos os bolsos e
todas as tribos. Um local onde realmente vale a pena viver, pois
o ambiente aqui é gostoso e o pessoal da cidade muito acessível
e bom de prosa. Aquela desconfiança e "bronca" de uma
pessoa contra a outra parece que ainda não se imiscuiu por aqui.
Ao menos por enquanto.
De: Maria Cláudia Junqueira Ribeiro
(Caia) - Guaratinguetá (SP)
Léo, querido! Mamãe
Nilza escreveu:
"Confesso que
fiquei emocionada com tantos elogios! Não sei se mereço
tanto! Mas eu "agradeço e reconheço".
Entres as
coisas que você escreveu no AVC, não concordei com sua
opinião de que nós mulheres não subimos ao pódio, não
ouvimos o "Hino da Vitória" do Ayrton Senna, não
estouramos champagne e nem saímos na imprensa. Vou provar
que você está enganado!
Tudo foi dito
pela imprensa através deste jornal, cujas reportagens foram
escritas por esse jornalista que muito admiro. O pódio foi a
festa maravilhosa que me foi oferecida pelos meus filhos e o
champagne não teve, mas rolou uísque, cerveja,
refrigerantes e, discretamente, uma cachaça muito especial...
O "Hino da
Vitória" era aquela alegria contagiante que iluminava o
semblante das pessoas que há muito não se encontravam e me
chamavam de mãe!
Também amigos
muito queridos e nunca esquecidos vieram me cumprimentar.
Sou uma
vitoriosa sim! Vitória essa conseguida com muita fé em Deus
e muito amor a todos que lá estavam! Obrigada por tudo! Um
beijo da prima octagenária."
Nilza.
Da minha parte, também quero agradecer o
carinho de todos para com todos!!!!!!
Era alegria que não acabava mais...
Gente bonita e muito querida que transformou a festa dos 80 anos
de mamãe num verdadeiro hino de louvor a Deus.
Assim como foi em Goiânia,
aconteceu o mesmo em Guará: uma energia tão linda, que renovou
a proposta de vida de muita gente!
Escutei do filho da Dirce (colega
de Banco da mamãe): "Minha mãe andava triste e desanimada!
Ela voltou tão feliz da festa da sua mãe, que decidiu fazer uma
festa de aniversário para ela. Decidiu viajar... voltou outra
pessoa! Com um ótimo astral!!!"
Pronto. Não precisa mais nada!...
Acho que cumprimos nosso objetivo de gerar... A M O R ! ! ! !
Beijos. Caia.
caia@feg.unesp.br
Resposta da Redação: E geramos mesmo, Caia. No final
da festa vi um primo nosso se despedindo de todos. Ele abraçava
um por um, feliz da vida, dizendo para quem quisesse ouvir que
"não sabia que existia
esse sentimento de amor na nossa família". Ainda não tinha
reparado nisso porque, até então, por problemas que só a ele
interessa, andou muito às turras com seu núcleo familiar. Ao
que parece só agora é que ele "acordou" para esse
relacionamento que a família tem há muitos anos. Pelo visto
ficou contente (estava realmente MUITO feliz) porque conseguiu
perceber finalmente que uma Família tem muito mais importância
do que nós imaginamos que ela tenha.
Pensei comigo: "Esses
encontros estão saindo melhor que a encomenda". Mas, para não
dizerem que a gente está inventando fatos, vamos dar o nome aos
bois porque tudo aqui no AVC é muito transparente e sem
hipocrisia: quem me surpreendeu com tais gestos e comentários
foi o João, filho da Tia Mair. Se é certo que "o bom filho
à casa torna", puxa tiro!... isso de fato aconteceu. Aí
está Caia. Sim... nós geramos Amor, "A
maior força impoderável que existe no Cosmos e se encontra por
trás de toda a Criação." (Mahatma Gandhi).
*
Foto acima: João (filho
Tia Mair): Alegria em constatar que faz mesmo parte de uma GRANDE
FAMÍLIA que lhe quer muito mais bem do que ele imagina que quer.
Quem tem família tem
mais segurança, vive mais e melhor, ama e é amado, tem maior
equilíbrio emocional. Isto não é
brincadeira. São dados estatísticos que constantemente podemos
ler em qualquer artigo sobre Saúde.
Os encontros da Grande
Família fazem bem e são necessários. Eles nos abrem os olhos
para valores que não se encontram fora de casa.
(*)
Mahatma Gandhi, cuja fé na "não violência"
conquistou a independência da Índia, separando-a da Grã
Betanha. Nota: a Índia é um pais de 900 milhões de habitantes!!!...
Como é que pode um homenzinho desses influenciar 900 milhões de
pessoas semi-analfabetas para que elas não empreguem a violência
e, assim mesmo, conquistem a independência de seu país,
libertando-o da maior potência existente na época que era a Grã-Bretanha???).
Pois foi isto o que aconteceu! (Alugue e assista o filme "Gandhi"
- e depois medite sobre o que
viu).
Nota
2: Mahatma - termo hindu que significa: "Grande Alma".
De: José Leme Galvão Júnior (Juninho
Soneca) - Brasília (DF)
Vejam só:
toda família tem um mau elemento!...
soneca@iphan.gov.br
R. da R.: Rá, rá, rá! É mesmo, né?
Sempre tem que ter um sacana!...
De: Éric de Souza
Avellar Pires - Berlim - Alemanha
Zeitung aus Deutschland
Hallo Leute
aus Brasilien! (Alô
gente do Brasil!) Como
estão?
Bem... já
faz um tempão que não escrevo nada, heim? Mas NO tem problema!
Éric ESCREVER para vocês agora!
Aqui na
Alemanha é inverno e, neste momento em que escrevo, faz calor.
He, he, he! Quero dizer... 8 graus. Não reclamem, pois a uns
dias atrás estava dez graus negativos. Sabem o que isto
significa??? Mão, pé, orelha... tudo dói e o rosto quase que não
mexe. Até aquele "tatuzinho" que a gente tem no nariz,
coitado!... parece um iceberg! Não dá nem para brincar de fazer
bolinha, he, he, he!
Deixando o
frio de lado e partindo para a parte profissional: infelizmente não
vai indo bem. O lugar onde trabalho atrasa o salário (um a dois
meses de espera), o que faz com que procure um outro lugar para
trabalhar. O restaurante é bonito, está sempre cheio e é bem
localizado. Entretanto está sempre sem dinheiro, o que significa
que é super mal administrado. Então, antes que o pior aconteça,
já comecei a procurar algo novo. Há algo na mira, mas vou
esperar para ver se dá certo antes de falar alguma coisa.
Com relação
ao sueco, continuo estudando e adorando. E por aqui tudo indica
que estarei me mudando para a Suécia junto com toda a família.
Nós queremos comprar uma casa lá, porque custa mais barato que
na Alemanha. Essa é a chance, pois o Euro é mais forte que o
Kronor. Vamos ver no que é que dá. Só o tempo vai dizer.
Sabine,
a pequena Amélie e Éric (filho Léo / Ditinha).
No dia 21 de
fevereiro a Amélie completou 1 ANO DE VIDA! Tô ficando velho!!!
Ela tá com 10,5 quilinhos e 72 cm. Ela já conhece o segredo da
bomba atômica com sua fralda... Não quero nem lembrar... UMA
FOFURA, mas... PERIGOSA!!!! Nós a chamamos aqui de MOPPELCHEN (não
tem nada a ver com bomba. É coisa boa) e STERNCHEN (estrelinha).
Coisa de alemão. Esperamos (eu e a Sabine) em breve estar
apresentando-a para vocês.
Gostaria de
lhes apresentar a maior palavra em alemão, a que deixa o nosso
"inconstitucionalíssimamente" para trás e bem longe.
Aí vai: DONAUDAMPFSCHIFFAHRTSGESELLSCHAFTSKAPITANSPATENT.
Entenderam tudo? A tradução, deixo para vocês fazerem. Querem
uma dica? Não é difícil.
De vocabulário, para comida:
Depois de um
ano, fui num restaurante argentino e comi 400 gramas de carne de
vaca. Paguei tão caro, que acredito que compraria um boi inteiro
aí no Brasil. Exagero!!! Isso porque fui no horário em que a
comida custa mais barato. O preço no horário normal é 11,90
Euros por cada 200 gramas. Se equipararmos com o Real, um por um,
já custa caro. Se fizermos o câmbio, então, de 1 Euro = a R$ 3,50,
sai uma fortuna! O prato vem com um BIFINHO, uma FOLHINHA de
alface e uma PITADINHA de cenoura ralada. Estão ainda com fome
ou com dor no bolso? He, he, he, he, he! Dá prá alguém mandar
uma picanha aí?
(Nota da
Redação: pelos 400 gramas de carne, Éric pagou R$ 83,30 reais,
que é o preço de 10 quilos de carne de primeira no Brasil. Com
10 quilos de carne, no Brasil, faz-se churrasco para 28 pessoas,
considerando-se que cada uma coma 350 gramas. No Brasil, portanto,
400 gramas de carne custam 3,20 Reais, contra 83,30 Reais na
Alemanha. Moral da história: o negócio é comer chucrute).
Esse negócio
da "vaca louca" é tão sério, que depois que a gente
come a carne nem percebe a fortuna que pagou por um bifinho.
Aqui em casa
tem uma lareira e às vezes tenho que ficar no frio para cortar
lenha. Depois de ter que agüentar duas horas sob um frio de oito
graus negativos com a mão congelada e nariz escorrendo, até
cortar metade de toda a madeira, não pensei duas vezes e...
comprei um brinquedinho para mim! Uma MOTO-SERRA!!!
Agora sim, ficou divertido, he, he,
he! Corto toda a madeira em dez minutos, não me congelo e ainda
dá para ameaçar o vizinho, mais os futuros pretendentes da Amélie.
Já fui ameaçado com uma faca e já me "apresentaram"
um revólver à época em que eu ainda procurava namorada. Então,
agora, o futuro chegou, hihihi! Apresentarei o meu brinquedinho
também, a MOTO-SERRA! Aí todos irão me chamar de Xexé, o
Corta Toco!!
Bem, é isso
aí. Para todos aí no Brasil, a família deste lado de cá
deseja um FELIZ 2004 atrasado, com um pacotão cheio de coisas
boas. Esperamos estar visitando-os em breve. Enquanto isso, no
geral, posso dizer que estamos super felizes aqui, com muito amor
para alugar e vender (aqui não se dá nada ) e batalhando como
todos aí no Brasil para ter o melhor que a vida possa nos
oferecer, ou seja: muito AMOR, PAZ, SAÚDE, chocolate, bifinho...
moto-serra...
Abraços da
família daqui e... MOIN MOIN! (saudações do norte da Alemanha).
Favor não traduzirem por "Óinc Óinc", viu?! Éric,
Amélie e Sabine de Souza Avellar Pires.
ericsapires@yahoo.com.br
Amélie,
aos 4 meses de idade.
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