Aristóteles classificou a mulher como um desenvolvimento interrompido e explicou-a como
tentativa de falha, quando a natureza erra na fabricação de um homem, sai uma mulher. Já
A. Schopenhaur não foi muito diferente ao dizer que a natureza fez da mulher um ser
destinado à obediência. Com isso passou a ser vista como incapaz de destacar-se na
sociedade.
O patriarcalismo tende a despersonalizá-la, tornando-a apêndice do homem. A Lei Canônica
impunha ao marido o dever de proteger sua esposa e essa como recompensa deveria obedecê-lo.
O principal objetivo da sociedade machista era reduzi-la ao exercício de funções
biológicas e domésticas. Com isso a mulher se frustou, tornando-se passiva, dependente e
insegura. Durante muitos anos teve sua identidade e personalidade no marido, nos filhos e
na casa.
Sofreram humilhações, repressões, mas não ficaram inertes. Cada uma aderiu a um estilo de
vida, transcendendo para o mundo seus projetos e realizações. Foram capazes de mostrar que
são alguém por si mesmas, que não temem a idade, as rugas e os possíveis rivais.
A mulher hoje se libertou e exerce funções que até então eram típicas dos homens. À frente
de indústrias e empresas, essa se mostra competente e responsável. Perfeitamente elegante
dentro dos terninhos, lutam para mudar o pensamento de uma sociedade inteiramente machista.
Então, a natureza não fez da mulher um ser destinado à obediência e sim alguém que é capaz
de contribuir para a construção de um mundo que está tornando-se cada vez mais contextual.
Roteiro: Rodrigo F. Almeida
Coreografia e Direção: Waldéa Pinheiro e Valéria Carvalho
Cenário: Lúcio Rodrigues
Fotos: Geraldo Batista