B.O.H.M.)
Qual é a opinião da banda sobre a atual expansão
que o Death Metal causou no cenário metálico
brasileiro e mundial?
ANDRÉ
– Atualmente o Death Metal está em evidência e
isso é bom para o Brasil porque temos muitas
bandas de qualidade neste estilo.
MARCOS
– De qualquer maneira sempre é positivo para o
cenário em geral que um estilo de metal esteja em
evidência, porque faz a cena crescer.
B.O.H.M.)
E sobre o tal Death Metal Melódico?
ANDRÉ
– Se tem melodia, sem exagero, não há
problema. Não temos nenhum radicalismo quanto a
isso.
B.O.H.M.)
Sobre o mesmo assunto, o que vocês acham da técnica
adotada por bandas como o Krisiun e o Rebaelliun
que utilizam a velocidade e a brutalidade da
bateria para ditar o ritmo e peso da música? A
respeito destas bandas, considera justo o atual
posto no qual estão? Qual a opinião geral da
banda sobre este dois novos ícones do metal
nacional?
ANDRÉ
– Gostamos das 2 bandas, mas às vezes o
trabalho das guitarras são ofuscados pela
bateria. Nos últimos CDs de ambas, notamos que
esse detalhe melhorou. As músicas estão mais
diversificadas.
MARCOS
– O lugar que estão é fruto de muita batalha e
isso é mais que justo. Desejamos sucesso a eles e
que eles continuem levando o metal extremo com a
mesma seriedade e profissionalismo que só nos
orgulha de sermos gaúchos e brasileiros.
B.O.H.M.)
Mudando de assunto, vocês lançam o segundo cd da
banda 3 anos depois do primeiro CD “Nervous
System”, por que essa demora para lançar o novo
do Distraught?
MARCOS
– Eu e o Ricardo(guitarras) entramos logo após
o término da gravação do “Nervous Systems”
e começamos a compor alguns Riffs para o Infinite
Abyssal, mas com a saída do Guaraná da bateria
tivemos muita dificuldade para encaixar alguém
definitivo o que só adiou a composição e
arranjo das músicas. Fora isso estávamos certos
para lançar pela Moria Records, mas acabamos
fechando pela Encore Records por acharmos uma opção
melhor naquele momento, tanto para distribuição
como estrutura, o problema é que nesta tratativa
toda acabamos perdendo 1 ano.
B.O.H.M.)
“Nervous System” foi lançado de forma
independente enquanto “Infinite Abyssal”
recebeu o apoio e lançamento pela Encore Records,
qual é/foi a diferença de se lançar o primeiro
e o segundo?
ANDRÉ
– A diferença é que com a gravadora existe uma
estrutura melhor de distribuição e isso é muito
importante para divulgação do CD, mas o trabalho
da banda de buscar shows, etc.. continua o mesmo.
B.O.H.M.)
Falando na própria, como é trabalhar com a
Encore Records, que previlégios ela trouxe ou está
trazendo para a banda?
MARCOS
– Soma muito uma gravadora com nome e estrutura
associado ao nosso nome.
ANDRÉ
– O Marcos Cardoso(Encore Records) já acompanha
o trabalho da banda desde 94, então tudo se torna
mais fácil.
B.O.H.M.)
Como foi e é o processo que a banda se utiliza na
hora de compor, gravar, fazer ou escolher a arte
de capa e encarte. Existe algo pré-diposto ou não
é nada planejado e sim feito como manda o metal
extremo, sem frescura?
ANDRÉ
– Não temos frescura, mas tudo é bem pensado
para que a banda alcance o seu objetivo.
MARCOS
– A capa, letras tem que ter um contexto. As músicas
são trabalhadas em conjunto e todos trazem idéias
e opinam para um melhor resultado. As letras são
escritas pelo André e por mim. Às vezes a letra
se encaixa perfeitamente na música, às vezes a
letra é escrita para a música já composta e
também vice-versa. A gravação é um processo
que exige muita atenção para que tudo o que foi
composto fique com a cara que a banda quer.
B.O.H.M.)
Aliás quem é que compõe na banda, todos ou a
tarefa só cabe à um?
MARCOS
– Todos podem opinar, mas os Riffs são feitos
por mim e o Ricardo(guitarra). Os arranjos são
trabalhados com todos. As letras como mencionado
anteriormente são feitas por mim e o André.
B.O.H.M.)
Essa pergunta é um pouco de curiosidade pessoal,
porém eu gostaria de saber qual é os temas líricos
ou ideológicos que faz a banda escrever as
letras?
ANDRÉ
– No “Infinite Abyssal” 70% das letras foram
escritas em cima do espiritualismo e outras tem
temas diversos como o por exemplo o bioterrorismo
que está acontecendo nos EUA.
B.O.H.M.)
Considerando os atuais padrões de qualidade que
se exige normalmente para que um trabalho seja
considerado profissional, o que é mais importante
no underground, seguir regras ou fazer coisas mais
simples, pé no chão ou até mesmo mesclar tais
sentidos pois o metal é isso mesmo, o que importa
é cair nas graças do público?
ANDRÉ
– Procuramos ser profissionais naquilo que
fazemos e o fato de às vezes não ter tantas
condições de infra-estrutura e locais para
shows, entre outras coisas não é motivo para que
as coisas não sejam bem feitas. Tentamos sempre
atingir o público de forma positiva dentro
daquilo que temos e podemos.
B.O.H.M)
Vocês antes de lançarem o debut “Nervous
System” lançaram duas demo tapes e participaram
de um Split-Cd com outras duas bandas, é
importante antes de um CD Oficial, lançar demos,
colocar a banda para tocar e malhar muito para que
um dia um ótimo trabalho venha à ser lançado ou
não necessariamente?
ANDRÉ
– Sim, no meio underground é a única saída. A
coisa tem que ser gradual e sempre crescendo aos
poucos.
B.O.H.M.)
Como experientes em um movimento qual é a
mensagem que vocês deixariam para um músico novo
que esteja aí começando com uma banda, quais são
as regras básicas à serem seguidas?
ANDRÉ
– Regras não existem, mas o bom senso nas
atitudes é essencial. As pessoas tem que ser elas
mesmas, ou seja tem que se ter personalidade.
MARCOS
– Não se pode esquecer a origem nem de um pouco
de humildade.
B.O.H.M.)
Mudando um pouco de assunto, quais são os ídolos
musicais e ideológicos da banda?
ANDRÉ
– Chuck Schuldiner e Death, Judas Priest, King
Diamond, Warrel Dane e Nevermore, Ozzy Osbourne...
MARCOS
– Slayer, Tonny Iommi Gezzer Butler e Bill Ward...
B.O.H.M.)
Quais bandas do nosso atual cenário vocês
citariam como boas ou ótimas bandas?
ANDRÉ
– Krisiun, Rebaelliun, Hibria, Nervochaos,
Nephast, Insanity, etc..
B.O.H.M.)
Com a Internet, muita coisa no Underground
agilizou, várias empreitadas, sites de responsa,
divulgação por parte das bandas, shows, eventos,
etc. Qual é a opinião da banda à respeito de
tal assunto?
MARCOS
– Você já quase responde tudo na pergunta. A
internet veio como um grande meio de comunicação
revolucionário que aproximou o mundo e tudo ficou
mais fácil, barato e acessível para que as
bandas façam seus eventos, divulgação, site,
etc..
B.O.H.M.)
O nosso trabalho se exprime em apoiar e ajudar as
bandas do estilo Heavy Metal e suas milhares de
tendências à subir ou se manter. Como vocês vêem
este trabalho de zine, qual e a importância de
tal no Cenário Metálico Atual?
MARCOS
– Os sites e zines são e sempre serão os veículos
que dão suporte ao underground de verdade e sem
os zines o que seria do underground? Até porque a
mídia de TV, jornais e rádios são de difícil
acesso. É extrema importância um zine como o de
vocês abrindo um espaço para nós podermos
expressar nossa opinião e divulgar os trabalhos,
assim como de todas as tendências do Heavy Metal.
B.O.H.M.)
Gostaria de agradecer aí toda a atenção do
Distraught e pedir que vocês deixassem aí uma
mensagem ao deathbanger ou banger em geral, o espaço
é de vocês, vendam o seu peixe (risos)....
ANDRÉ
– Temos uma mensagem para os internautas
headbangers em geral, visitantes do B.O.H.M.:
“Procurem conhecer as propostas das bandas de
metal, para não se deixar enganar pela
superficialidade, falta de atitude e até
falsidade que existe por aí.
MARCOS
– Desejamos que 2002 seja mais promissor para o
cenário do metal. Visitem o nosso site: www.distraught.cjb.net
e conheçam mais um pouco da banda e também,
procurem o nosso último CD “Infinite Abyssal”
que já está na Galeria do Rock em São Paulo.
Aproveitamos para agradecer o espaço mais uma vez
e dizer que o B.O.H.M. é um zine que apoia de
verdade o underground do Heavy Metal.
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