Biologia Vegetal

              Briófitas

              O filo das Briófitas compreende as plantas simples comumente denominadas "musgos" e "hepáticas". Não atingem grande altura e só vivem em ambientes úmidos. As briófitas não têm flores, frutas nem sementes. São morfologicamente mais avançadas que as algas.

Avanços das Briófitas

           As Briófitas são seres pluricelulares, clorofilados, com reserva de amido e parede celular de celulose. 

           As Briófitas possuem uma camada de células estéreis chamada cutícula, o que constitui a proteção externa da briófita.

            As Briófitas podem ser anatomicamente divididas em briófitas com gametófito folhoso e briófitas com gametófito taloso.

            Nas Briófitas com gametófito folhoso (musgos e certas hepáticas), o gametófito pode ser dividido em rizóides, caulóide e filóides, comparáveis com as raízes, caules e folhas das plantas vasculares.

Reprodução das Briófitas           

           Os órgãos reprodutores das Briófitas são os arquegônios (femininos) e os anterídios (masculinos). Nestes órgãos sao produzidos os gametas femininos (oosferas) e masculinos (anterozóides).

           O ciclo reprodutor das Briófitas é metagenético e haplodiplobionte, com duas fases: sexuada e assexuada. Na primeira, a união dos gametas (o anterozóide e a oosfera, carregados pela água do ambiente) forma o zigoto, que se divide por mitose (parte diplóide do ciclo) e forma o esporófito , que se reproduz por meiose (assexuadamente) e forma os esporos (parte haplóide do ciclo). Os esporos, então, se dividem novamente por mitose e formam os gametófitos, que são o verdadeiro "musgo". O gametófito então produz os gametas, reiniciando o ciclo.

           Algumas briófitas da classe das Hepáticas se reproduzem por gemas ou propágulos - estruturas multicelulares da briófita que são transportadas pela água e originam outras plantas. Esse é outro motivo das briófitas precisarem viver em ambientes muito úmidos.

            Os propágulos são originados por estruturas especializadas denominadas conceptáculos.

Taxonomia das Briófitas

            As briófitas são divididas atualmente em três grandes classes: Hepaticae, Anthocerotae e Musci (hepáticas, antóceros e musgos).

          Hepaticae

          A classe Hepaticae é composta por aproximadamente 10.000 espécies distribuídas em 3.000 gêneros.

          "Hepaticae" significa "semelhantes a um fígado", nome escolhido por causa da forma de fígado do gametófito de certas espécies.

            Hepática do gênero Blasia

 As hepáticas possuem estruturas de reprodução chamadas gametóforos.

            O gametófito das hepáticas pode ter gametóforos femininos (arquegonióforos) ou masculinos (anteridióforos).

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    Arquegonióforo                  Anteridióforo

            O esporófito das Hepáticas tem vida curta, não possui clorofila e é composto de cápsula e seta.

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    Esporófito de Hepática

           Anthocerotae 

           A classe Anthocerotae (antóceros) é composta por 7 ou 9 gêneros distribuídos normalmente em 3 famílias.

           O gametófito dos antóceros é taloso, pequeno (normalmente 1 a 2 centímetros de comprimento)

           O esporófito dos antóceros é duradouro e cresce constantemente durante a vida da planta, ocorrência exclusiva a esta classe de plantas. Isto ocorre devido a um grupo de células próximas a base que nunca param de se multiplicar. Nenhum outro tipo de planta possui esta característica.

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                       Antócero do gênero Phaeoceros.                      Diagrama de antócero.

            Musci

           A classe Musci (musgos) é a maior classe de briófitas, com mais de nove mil espécies classificadas.

           O gametófito dos musgos é fixado ao substrato pelos rizóides, estruturas análogas das raízes das plantas superiores. Os rizóides são conectados aos filóides (pequenas "folhas" dispostas em espiral) pelo caulóide, estrutura semelhante ao caule de uma planta vascular.

           Apesar de não possuirem tecido condutor, alguns musgos têm no interior do caulóide um canal semelhante a uma veia, que auxilia no transporte de nutrientes.

           As estruturas de reprodução sexuada dos musgos são os anterídios (masculinas) e arquegônios (femininas). Metade das espécies de musgos são monóicas, ou seja, possuem ambas as estruturas na mesma planta. As da outra metade são dióicas (um tipo de estrutura em cada planta).

           O esporófito dos musgos é composto de seta, esporângio e opérculo.

           A seta é, como nas outras briófitas, a estrutura de sustentação do esporângio, que nos musgos é a estrutura produtora de esporos.

           O opérculo é a "tampa" do esporângio, controlado por uma "tranca", o peristômio. O opérculo e o peristômio juntos formam a estrutura de controle da liberação de esporos.

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       Musgo do gênero Sphagnum                     Diagrama de musgo

Importância das Briófitas

          As Briófitas são importantes componentes da biomassa, e são essenciais para alguns ecossistemas por serem parte de sua cadeia alimentar (certos animais comem musgos).

          As Briófitas, por absorverem muita água, evitam a erosão do solo em locais onde crescem abundantemente.

          Assim como os líquens, são indicadores da poluição ambiental.

          As Briófitas podem ser utilizadas em pesquisas biológicas, farmacêuticas e para extração de essências.

          As Briófitas podem ser cultivadas como ornamentais.

          

Imagens copyright 1 © Universidade de Massachusetts, EUA, 1997; 2 e 3 © Botanical Society of America, 1997-2002; 4 University of Wisconsin, Madison; 5, 6 e 7 © The New York Botanical Garden.

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