Universidade Federal de Pernambuco

 

 

CARBOIDRATOS

NA

INDÚSTRIA

 

 

 

 

 

 

 

Bioquímica – Prof. Maria da Paz

 

 

Alice Semadá Ponciano Lima da Silva

Bruno Cavalcanti Vila Nova de Albuquerque

Isabela Christina da Silva Freire

Mirela D’Arc Ferreira da Costa

 

 

 

Introdução

 

Os carboidratos ou hidratos de carbono são substâncias orgânicas, de fórmula geral (CH2O)n, constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio. Esses dois últimos elementos, na maioria dos casos, estão presentes nos carboidratos na mesma proporção que na água, isto é, 2:1, de onde deriva o nome carboidrato ou hidrato de carbono. Devido ao sabor adocicado, são também conhecidos como açúcares ou glicídios.

Importantes componentes fisiológicos nos animais e em formas inferiores de vida, os carboidratos formam três quartas partes do peso seco do mundo vegetal. Nas plantas e nos animais servem principalmente como elementos estruturais ou como reservas alimentares. Os carboidratos vegetais, em particular, representam uma grande reserva de energia, seja como alimentos para o homem e animais, seja, depois de transformados ao longo dos períodos geológicos, como hulha e turfa.

Os carboidratos são sintetizados nos vegetais pelo processo da FOTOSSÍNTESE. Durante este processo, o pigmento dos vegetais chamado CLOROFILA absorve a energia da luz solar para facilitar a síntese dos carboidratos, que são produzidos a partir do dióxido de carbono e água, com liberação de oxigênio, transformando assim a energia solar em energia química, formando diversos tipos de carboidratos. A energia contida em um grama de carboidrato é igual a 4 Kcal.

 

 

TIPOS DE CARBOIDRATOS

 

Os carboidratos podem ser:

 

 

Monossacarídeos: São os carboidratos mais simples, dos quais derivam todas as outras classes. Quimicamente são polihidroxialdeídos (ou aldoses) - ou polihidroxicetonas (ou cetoses), sendo os mais simples monossacarídeos compostos com no mínimo 3 carbonos:

O Gliceraldeído e a Dihidroxicetona. Feita exceção à dihidroxicetona, todos os outros monossacarídeos - e por extensão, todos os outros carboidratos - possuem centros de assimetria (ou quirais), e fazem isomeria óptica. A classificação dos monossacarídeos também pode ser baseada no número de carbonos de suas moléculas; assim sendo, as TRIOSES são os monossacarídeios mais simples, seguidos das TETROSES, PENTOSES, HEXOSES, HEPTOSES, etc. Destes, os mais importantes são as Pentoses e as Hexoses.

As pentoses mais importantes são: Ribose, arabinose e xilose.

As hexoses mais importantes são: Glicose, galactose, manose e frutose.

 

1-A Glicose:

 

Também chamada de dextrose, é origem de todos os carboidratos. É armazenada no fígado e nos músculos na forma de glicogênio.

A glicose pode ser utilizada de 03 formas:

• Diretamente pela célula, como fonte de energia;

• Armazenada sob a forma de glicogênio nos músculos e no fígado;

• Convertida em gordura como estoque de energia. Em nosso organismo, a glicose é obtida através da alimentação e pelas funções glicogenolitica (reconversão do glicogênio hepático em glicose) e gliconeogênica (extração da glicose dos compostos de outros nutrientes).

 

2-A Frutose:

 

Também chamado de levulose ou açúcar das frutas. Além das frutas, o mel contém em grandes quantidades.

 

 

Oligossacarideos: Os oligossacarídeos formam-se de unidades de monossacarídeos unidas por meio de ligações com uma ponte de oxigênio, chamadas ligações glicosídicas. Os principais oligossacarídeos são a maltose, lactose, sacarose, celobiose, gentiobiose (dissacarídeos) e rafinose (trissacarídeo).

 

·        Dissacarídeos: São carboidratos ditos Glicosídeos, pois são formados a partir da ligação de 2 monossacarídeos através de ligações especiais denominadas "Ligações Glicosídicas". A Ligação Glicosídica ocorre entre o carbono anomérico de um monossacarídeo e qualquer outro carbono do monossacarídeo seguinte, através de suas hidroxilas e com a saída de uma molécula de água. Os glicosídeos podem ser formados também pela ligação de um carboidrato a uma estrutura não-carboidrato, como uma proteína, por exemplo. O tipo de ligação glicosídica é definido pelos carbonos envolvidos e pelas configurações de suas hidroxilas.

Os dissacarídios mais importantes são:

 

1-A Maltose :

 

É um dissacaridio que contém dois resíduos de D-glicose unidos por uma ligação glicosídica entre C-1 (o carbono anomérico) de um resíduo de glicose e C-4 do outro. A configuração do átomo de carbono anomérico na ligação glicosidica entre os dois resíduos de D-glicose é a alfa. Embora o átomo de carbono anomérico envolvido na ligação glicosídica não mais esteja disponivel para a reação com um íon cúprico ou férrico, a maltose é , não obstante , um açúcar redutor. Isto porque o carbono anomérico livre do segundo resíduo de glicose continua disponível para ser oxidado. Na maltose , portanto , as duas unidades de glicose não são quimicamente idênticas . O segundo resíduo de glicose é capaz de existir nas formas alfa e beta-piranosidicas .

Vária regras devem ser seguidas para nomear os dissacarídios , como a maltose , de forma clara e precisa , e especialmente para nomear os oligossacarídios mais complexos. Primeiro o nome do composto é escrito iniciando-se  pela sua extremidade não-redutora e continuando-se para a essquerda . Um O precede o nome da primeira unidade  de monossacarídio(esquerda), como um lembrete de que a união açúcar-açúcar é feita através de um atómo de oxigênio. É então dada a configuração (alfa e beta) no átomo de carbono anomérico que reúne a primeira unidade de monossacarídio (esquerda) á Segunda . Para distinguir as estruturas em anel com seis átomos e aquelas com cinco átomos , inserimoss as denominações “furanosil”ou “piranosil”no nome de cada resíduo de monossacarídio. Os dois átomos de carbono unidos pela ligação glicosídica são então indicados em parênteses , com uma seta conectando os dois números .

Se há um terceiro resíduo, a Segunda ligação glicosídica é descrita a seguir , através das mesmas convenções.

 

2-A Lactose :

 

É um dissacarídio que ocorre apenas no leite e, quando hidrolisado, libera D-galactose e D-glicose.

O carbono anomérico do resíduo de glicose está dissponível para oxidação , assim , a lactose é um dissacarídio redutor .

 

3-A Sacarose:

 

É um açúcar comum ou seja um dissacarídio de glicose e frutose. Ela é formada pelos vegetais , porém não pelos animais superiores . Em contraste á maltose, a lactose e a sacarose não contém átomos de carbono anoméricos livres; os átomos de carbonos anoméricos de ambos os monossacaridios estão envolvidos na ligação glicosídica. A sacarose é o maior produto intermediário da fotossíntese , em muitos vegetais ela é a principal forma de transporte dos hidratos decarbono das folhas ,através de seus sistemas vasculares , até as demais partes da planta.

 

 

Polissacarídeos: São os carboidratos complexos, macromoléculas formadas por milhares de unidades monossacarídicas ligadas entre si por ligações glicosídicas.

Os polissacarídeos mais importantes são os formados pela polimerização da glicose, em número de 3:

 

1-O Amido:

 

É o polissacarídeo de reserva da célula vegetal. Formado por moléculas de glicose ligadas entre si através de numerosas ligações (1,4) e poucas ligações (1,6), ou "pontos de ramificação" da cadeia. Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa. É a forma de deposito glicídico da maioria dos vegetais. Encontrados principalmente nas hortaliças (legumes e verduras), raízes (aipim, inhame, batata, etc.) e grãos (arroz, ervilha, feijão, milho, trigo, etc.). É uma das maiores fontes de carboidratos na alimentação.

 

2-O Glicogênio:

 

Muito semelhante ao amido, possui um número bem maior de ligações (1,6), o que confere um alto grau de ramificação à sua molécula. Os vários pontos de ramificação constituem um importante impedimento à formação de uma estrutura em hélice. Substância branca, amorfa, inodora e insípida encontrada armazenada nos tecidos animais, principalmente no fígado e nos músculos. É a forma de armazenamento de carboidratos em humanos e outros animais. É uma grande molécula formada por unidades emparelhadas de glicose em longas cadeias. Não há glicogênio em quantidades consideráveis nos alimentos que ingerimos. Assim, quando a glicose dos alimentos chega aos músculos e ao fígado é fixada, sintetizada e armazenada sob a forma de glicogênio, que será utilizada posteriormente. O processo de transformação da glicose em glicogênio no fígado é conhecido como GLICOGÊNESE. Quando a glicose é necessária como fonte de energia, o glicogênio hepático é reconvertido em glicose e esta é transportada pelo sangue para ser utilizada pelos músculos. O termo GLICOGENÓLISE é usado para descrever esse processo de reconversão. Os músculos são os locais onde há mais reservas de glicogênio. Neles são guardados, aproximadamente, 325g de glicogênio muscular, mais que o fígado que guarda cerca de 10% do peso total ou aproximadamente 100g. Apenas de 15 a 20g de carboidratos permanecem livres e circulantes no sangue sob a forma de glicose. Quando o glicogênio se esgota por dieta ou exercícios físicos, os rins podem estimular a produção de um pouco de nova glicose. Com o auxílio dos hormônios CORTISOL, essa nova glicose é gerada a partir de outros nutrientes, por um processo denominado GLICONEOGÊNESE. Devido a nossa pouca capacidade de produzir glicose, a ingestão de carboidratos é essencial.

 

3- A Celulose:

 

É o carboidrato mais abundante na natureza. Possui função estrutural na célula vegetal, como um componente importante da parede celular. Semelhante ao amido e ao glicogênio em composição, a celulose também é um polímero de glicose, mas formada por ligações tipo (1,4). Este tipo de ligação glicosídica confere á molécula uma estrutura espacial muito linear, que forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo ser humano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desenvolvimento

 

Além de componentes fundamentais da nutrição animal e humana, indispensáveis para o fornecimento de energia, os carboidratos constituem importantes matérias-primas para a indústria têxtil, do papel, de produtos alimentícios, farmacêutica e cosméticos.

 

Utilização do amido:

O amido é constituído por grânulos extraídos do grão maduro do milho, Zea mays, do grão maduro do trigo, Triticum aestivum, ou dos tubérculos da batata, Solanum tuberosum.

O amido tem muitos empregos comerciais, servindo de goma na fabricação de papéis e tecidos e em lavanderia. Serve de matéria-prima para a fabricação de xaropes, dextrose, dextrinas e adoçantes com alto teor de frutose. É utilizado como alimento e na fabricação de colas e gomas.

O heptamido é um material semi-sintético preparado de tal maneira que e constituído por aproximadamente 90% de amilopectina, com sete ou oito substituintes de hidroxietila para cada dez unidades de glicose. Usa-se uma solução de 6% de heptamido como expansor do plasma.

Trata-se de terapia auxiliar no tratamento do choque causado por hemorragia, queimadura, cirurgia, sepsia e outros traumas. A duração da melhora do estado hemodinâmico é de vinte e quatro a trinta e seis horas. O polímero é degradado, e as moléculas com peso molecular inferior a 50.000 são rapidamente eliminadas por excreção renal..

 

Utilização da celulose:

A celulose é o composto orgânico mais abundante da terra.

O algodão purificado é constituído por pêlos da semente de variedades cultivadas de Gossypium hirsutum Linné ou de outras espécies de Gossypium. O algodão purificado também é chamado de algodão hidrófilo. Gossypium, antigo nome do pé de algodão, provém do árabe gos, que significa substância sedosa e macia, e de hirsutum, palavra latina que significa hirsuto, peludo.

As plantas produzem cápsulas que se abrem em suturas longitudinais quando estão maduras, deixando à mostra uma massa de pêlos brancos presos às sementes castanhas. Os pêlos (fibras de algodão) e as sementes são colhidos e postos numa máquina descaroçadora. 

Para tomar o algodão absorvente e apropriado ao uso cirúrgico, ele é antes cardado (penteado, desenredado) para ficar isento de impurezas grosseiras e de fios curtos (fiapos). É então lavado industrialmente com uma solução alcalina fraca para perder a gordura, branqueado com soda clorada, lavado com ácido fraco, depois com água e finalmente enxuto e recardado, para a formação de lâminas achatadas. Depois de embalado, o algodão absorvente geralmente é esterilizado.

Quando as finalidades são têxteis, o algodão é fiado e depois tecido; ou então pode ser tratado com vários produtos químicos, produzindo-se tecidos como algodão mercerizado, raions e outros. 

O algodão é conhecido desde a antigüidade mais remota. É cultivado na índia há mais de três mil anos. No Egito a indústria do algodão já era bem desenvolvida há quatro mil anos. Encontrou-se algodão nos túmulos dos astecas, no México.

O algodão purificado é empregado em curativos cirúrgicos; serve de proteção mecânica para absorver sangue, muco ou pus, e para manter as bactérias afastadas dos cortes. 

Comercialmente, é empregado na indústria têxtil, sendo também fonte de celulose pura na manufatura de explosivos, acetato de celulose e outros materiais. 

Gaze absorvente, celulose mícrocristalina e derivados da celulose, tais como carboximetilcelulose, acetato de celulose, etilcelulose, hidroxietilcelulose, hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, metilcelulose, celulose oxidada e piroxilina, são todos produtos que têm aplicações especiais em medicina.

 

Utilização da goma:

As gomas são hidrocolóides vegetais naturais que podem ser classificados como polissacarídeos aniônicos, não iônicos ou como sais de polissacarídeos. São substâncias translúcidas e amorfas freqüentemente produzidas pelas plantas superiores como proteção depois de uma agressão. Portanto, são produtos patológicos.

As gomas têm uma composição heterogênea. Após hidrólise, os componentes mais freqüentemente observados são arabinose, galactose, glicose, manose, xilose e vários ácidos urônicos. Estes últimos podem formar sais com cálcio, magnésio e outros cátions; as substituições com éter metílico e éster sulfato modificam ainda mais as propriedades hidrófilas de alguns polissacarídeos naturais.

As gomas são ingredientes de adesivos dentais e outros, bem como de laxativos avolumantes. São úteis também como ligantes de comprimidos, emulsificantes, geleificantes, suspensores, estabilizadores e espessantes, amplamente usados pela indústria de medicamentos.

 

Utilização da goma arábica:

O nome "goma arábica" parece ser indevido, porque na pensínsula Arábica sua produção é pequena e sua exportação é nula. Esse nome pode refletir o grande uso que dela faziam os médicos árabes.

A goma arábica é artigo de comércio desde tempos remotos. Árvores dessa goma estão em pinturas datadas do reinado de Ramsés III e em inscrições posteriores. Era exportada do Golfo de Aden 1700 anos antes da era cristã. Teofrasto mencionou-a no século 111 a.C. com o nome de "goma egípcia". Durante a Idade Média, era obtida no Egito e na Turquia. A goma do oeste da África (Senegal) foi importada pelos portugueses durante o séc. XV.

 

Utilização da goma caraia:

A goma caraia é constituída por um heteropolissacarídeo acetilado e ramificado com uma cadeia principal de ácido D-galacturônico de ligação 1,4 e unidades de L-ramnopiranose com ligação 1,2, que têm ácido D-glicopiranosilurônico curto com cadeias laterais presas à cadeia principal de resíduos de ácido D-galacturônico.

A goma caraia é um dos exsudatos vegetais menos solúveis. Absorve água, incha, atingindo um volume várias vezes superior ao original, e forma um tipo descontínuo de mucilagem.

É usada como laxativo avolumante, como agente para a formação de emulsões e suspensões e como adesivo dentário. É muito usada em soluções para ajustar a viscosidade e em loções para a pele, nas indústrias têxteis e gráficas, na preparação de alimentos e na de materiais de construção.

 

Utilização do alginato de sódio:

O alginato de sódio, ou algina, é o carboidrato purificado extraído de vegetais marítimos pelo uso de uma diluição alcalina. 

Trata-se de um agente suspensor. É usado na indústria alimentícia (sorvete, leite com chocolate, molhos de salada, glacês, confeitaria), para cosméticos em suspensão, como goma e como ligante e espessante em comprimidos.

Os sais de vários cátions polivalentes e o ácido algínico têm propriedades úteis para formação de géis. O alginato de cálcio tem aplicação na geleificação para vários fins, entre os quais a formação de um gel firme para a preparação de moldes dentárias (para fazer dentaduras e outras próteses).

 

Utilização do ágar:

O ágar é a substância coloidal hidrófila e dessecada que se extrai de algas como Gelidium cartilagineum, Gracilaria confervoides e outras da classe Rhodophyceae. Às vezes é conhecido como cola japonesa.

O ágar geralmente ocorre em feixes constituídos por tiras membranosas, finas e aglutinadas ou em flocos glanulados. Pode ter cor laranja de tom amarelado, cinzento-amarelada, amarelo-clara ou pode ser incolor.

Quando o ágar se hidrata forma um volume liso e não irritante que favorece o peristaltismo normal, sendo usado como laxativo. Também é usado como agente suspensor, emulsificante, geleificante para supositórios, lubrificante cirúrgico e como excipiente e desintegrante de comprimidos. É muito usado como gel em culturas bacteriológicas (placas de Petri) e como auxiliar no processamento de alimentos e em outras técnicas industriais.

A agarose também tem aplicação especial no diagnóstico clínico. É usada como matriz na imunodifusão, na separaçao de globulina e de outras proteínas por eletroforese e nas técnicas em que é preciso usar filtração ou cromatografia com gel.

 

Utilização de goma carragenina:

Os hidrocolóides da carragenina são galactanas com ésteres sulfato; fisicamente, assemelham-se ao ágar. Diferem quimicamente deste por terem maior teor de éster sulfato.

As carrageninas são muito usadas para formar géis e para dar estabilidade a emulsões e suspensões. A firme textura e a boa enxaguabilidade desses hidrocolóides são muito úteis nas fórmulas de creme dental. Também são usadas como demulcificantes, laxativos avolumantes e como ingrediente em muitos produtos alimentares.

 

Utilização da goma semente de plantago:

Plantago vem do latim e significa planta do pé, com referência à forma da folha; psyllium vem do grego e significa pulga, como referência à cor, ao tamanho e à forma da semente; arenaria vem do latim arena, que significa areia, com referência ao habitat arenoso do vegetal.

Na Europa, essas sementes são usadas como remédio caseiro desde o séc. XVI, mas foi só a partir de 1930 que começaram a ser usadas em todo o mundo como remédio popular para a constipação.

Por captar água no tubo digestivo, aumenta o volume das fezes e provoca o peristaltismo, funcionando como laxativo de efeito suave. É particularmente eficaz quando é preciso evitar esforço excessivo após cirurgia anorretal ou no tratamento da hemorróida. Também é usado no tratamento dos divertículos ou da síndrome do cólon irritável.

 

Utilizaçao de guar:

Esse hidrocolóide é uma galactomanana. Nele, unidades de D-manopiranosil com ligação 1,4 formam uma cadeia linear; resíduos de D-galactopiranosil com ligação 1,6 ligam-se a partes alternadas de manose. 

Essa estrutura molecular confere propriedades intermediárias, entre as típicas dos hidrolóides ramificados e as dos lineares. Essa goma hidrata-se em água fria e é estável em meio ácido.

A goma guar é usada como laxativo avolumante e como agente espessante, ligante de comprimidos e desintegrador em vários produtos farmacêuticos. É muito utilizada pelas indústrias alimentícia e de papel.

 

Utilização de goma de alfarroba:

A goma de alfarroba é um endosperma em pó da semente da Ceratonia sifiqua Linné, árvore nativa da região do Mediterrâneo.

Uma "farinha" ou pó feito com a polpa da semente da vagem madura da árvore hoje em dia é popular entre os admiradores da alimentação natural. 

Assemelha-se ao chocolate, e com ela se pode produzir grande variedade de produtos alimentícios. 

Também é conhecida como polpa de alfarroba ou pão de São João, nome este que deriva do uso que São João Batista faria desse produto.

A goma de alfarroba é uma galactomanana semelhante à goma de guar. Distinguem-se estruturalmente porque na goma de alfarroba são menos freqüentes os substitutos de galactose na cadeia linear de manose do polímero; a cada quatro ou cinco resíduos de manose: há uma substituição.

Ao lado da goma guar, tem a capacidade de formar geis em associação com outros polissacarídeos, tais como a agarose, a carragenina e a goma xantan.

 

Utilização da goma xantan:

A goma xantan é uma goma microbiana de alto peso molecular, produzida pela ação de Xanthomas campestris em carboidratos adequados. 

A goma exocelular é retirada do caldo de fermentação por precipitação com álcool isopropílico.

Para a sua produção tem sido usa a a técnica do DNA recombinante.

A goma xantan é usada em farmácia por suas excelentes propriedades emulsificantes e suspensoras. Suas propriedades pseudoplásticas permitem que os cremes dentais e as pomadas  se espalhem facilmente.

 

Utilização de pectina:

A pectina é um termo genérico para um grupo de polissacarídeos presentes nas paredes celulares de plantas que produzem sementes. Esses polissacarídeos funcionam em combinação com celulose e hemicelulose, como material de cimentação intercelular.

A substância de origem, protopectina, é insolúvel mas se converte facilmente em pectina por hidrólise restrita com extração por ácido diluído da porção interna do anel de frutos cítricos ou de bagaço de maçã.

Grande parte da pectina comercializada é extraída como subproduto da indústria de frutos cítricos enlatados. A casca desses frutos é grande fonte de pectina, e sua quantídade varia segundo a estação e a variedade do fruto.

Aproximadamente metade da pectina produzida deriva da casca do limão.

Nas frutas, a pectina é encontrada na forma insolúvel conhecida como protopectina; é convertida em forma solúvel por aquecimento da fruta com ácido diluído. Essa solução de pectina pode ser precipitada por álcool ou por "dessalgação". É então lavada e dessecada.

No trato intestinal superior, a pectina possui uma superficie composta por partículas ultramicroscópicas (micelas) que têm a capacidade de absorver as toxinas. A eficácia da pectina no tubo digestivo deve-se em grande parte à sua ação coloidal.

 

Utilização do glicosídeo:

Os glicosídeos são compostos que nos dão um ou mais açúcares entre seus produtos de hidrólise.

Em meio a tamanha variedade de componentes, encontram-se muitos agentes terapêuticos. Um dos cardiotônicos específicos mais úteis são os glicosídeos da digitalis. Os laxativos, tais como o sene, a aloés (babosa), o ruibarbo e a cáscara-sagrada contêm glicosídeos antraquinônicos.

Todos os glicosídeos naturais são hidrolisados e convertidos numa parte de açúcar e em outro composto orgânico (aglicona); no entanto, é variável o grau de facilidade com que a hidrólise ocorre.

 

Utilização da Sacarose

            A molécula da sacarose resulta da condensação de uma molécula de glucose e outra de frutose, ambas na forma cíclica. A sacarose apresenta atividade óptica e seu poder rotatório específico é +66. Sofre fermentação alcoólica ou lática Abundante na natureza, a sacarose ocorre na beterraba e, principalmente na cana-de-açúcar, razão por que é chamada açúcar de cana. É utilizada como alimento e substância adoçante, pelo que tem grande importância econômica. Sua obtenção, nos países tropicais, se dá a partir da cana-de-açúcar. O caldo de cana -- garapa -- é tratado por hidróxido de cálcio ou CO2, a fim de fazer precipitar os ácidos oxálico, cítrico e fosfórico. Elimina-se o excesso de cal borbulhando gás carbônico, com precipitação de carbonato de cálcio. Em seguida, a garapa é concentrada e submetida a cristalização por centrifugação. A água - mãe resultante, denominada melaço, que contém ainda sacarose de mais difícil cristalização, é enviada à usina de álcool

 

Suplementos Alimentares

            Um exemplo de suplemento Alimentar é o CARBO VIT o qual foi concebido com base em pesquisas realizadas com vários atletas e praticantes de atividades físicas. Esportistas necessitam de uma dieta rica em carboidratos, para aumentar os níveis de glicogênio nos músculos e no fígado, o que permite a realizaçãode atividades físicas mais prolongadas. CARBO VIT evita o catabolismo muscular (queima do próprio tecido) e proporciona maior resistência em treinos pesados. Elaborado com carboidratos simples e complexo, o suplemento é de fácil absorção pelo organismo.

 

           

 

Curiosidades

 

 

O que é o tal carregamento de carboidratos ?

 

            O carregamento de carboidratos, ou "carbo-loading", é uma prática comum entre corredores nos dias que antecedem uma corrida longa (acima de 90 minutos de duração).Três ou quatro dias antes de uma maratona, a maioria dos atletas diminui o volume de treinamento e passa a ingerir maior quantidade de carboidrato. O objetivo é aumentar o nível de glicogênio armazenado nos músculos. Recomenda-se a ingestão de alimentos ricos em carboidratos e com pouca gordura como : pães, massas,  batatas e frutas. É normal se sentir um pouco "pesado" durante a fase de carregamento de carboidratos.

 

Devemos ingerir carboidratos logo após o exercício ?

 

            Ingerindo-se carboidratos logo após um exercício que provoca esgotamento de glicogênio, consegue-se uma maior concentração de glicogênio nos músculos. A ingestão de proteínas também acelera a recuperação (veja artigo proteínas). Desta forma um sanduíche (com

pouca gordura e sem molhos) seria uma boa pedida logo após a corrida (ou outra refeição com carboidratos e proteína).

 

 

Dose recomendada de Carboidratos:

Recomenda-se uma refeição com cerca de 200-300g de carboidratos complexos de 1-3 horas antes da atividade.

 

Contra-indicações dos Carboidratos:

É desaconselhável a ingestão imediatamente antes devido a possíveis problemas gastrointestinais. Essa recomendação deve ser supervisionada por um médico no

caso de pessoas diabéticas.

 

Parecer científico:

Os carboidratos são a forma mais segura de obter uma dieta hipercalórica, ou seja, quando associado ao exercício, facilitam o ganho de massa muscular por pouparem as proteínas e facilitam a recuperação.

 

 

Carboidratos são o principal combustível no treinamento com pesos.

Se as pessoas não ingerirem carboidrato suficiente, elas poderão treinar, mas não por muito tempo. O consumo de carboidratos estimula a liberação da insulina no corpo. Insulina é um hormônio importante, porque ajuda a transportar os aminoácidos do alimento protéico no interior dos músculos, assim  podendo ser depositado como novo tecido muscular, prevenindo indiretamente a perda de tecido muscular. Se uma pessoa que pratica musculação não estiver consumindo suficientes carboidratos, seu exercício será prejudicado e seu corpo vai queimar proteínas que, de outra forma, poderiam ter sido destinadas a construir massa muscular.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclusão

 

Carboidratos são substâncias eminentemente energéticas para o organismo, entrando nos processos bioquímicos de óxido-redução. Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza. Matéria prima para a biossíntese de outras biomoléculas

São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas:

§         Fonte de energia

§         Reserva de energia

§         Estrutural

 

Como resultado, a importância dos carboidratos não somente na alimentação, mas em praticamente todos os setores da vida – não só humana – é fundamental, pois são os carboidratos, em conjunto com as diversas outras funções moleculares que mantêm o andamento das diversas atividades realizadas durante uma trajetória de vida saudável.

 

Como algumas das diversas funções dos carboidratos, podemos citar as seguintes:

 

 

            Enfim, o estudo da função carboidrato é de suma importância para a ciência e tecnologia de alimentos. Os carboidratos são componentes majoritários da matéria seca dos vegetais e respondem pelo maior fornecimento calórico da humanidade. As reações que envolvem estes componentes resultam em alterações organolépticas (cor, sabor, aroma e textura) e de valor nutritivo dos alimentos. Numerosos exemplos podem demonstrar a importância da configuração molecular dos carboidratos em tecnologia de alimentos, particularmente com respeito à higroscopicidade, cristalização, retenção de água, aumento de viscosidade e produção de géis. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PORÇÃO

PRODUTO

QUANT/ PORÇÃO

% VALOR DIÁRIO

1 gota

Adoçante

0 g

0%

0,5 g

Manjerona

0 g

0%

31 gramas

Mistura para bolo

26 gramas

7%

14 g

Margarina (com sal)

0 g

0%

19 ml

Óleo de soja

0 g

0%

0, 8 g

Maionese

0,24 g

0%

6ml

Molho inglês

0,5 g

0,13%

10 g

Soja

Menor que 1 g

1%

10 g

Catchup

3 g

1%

25 g

Extrato de tomate

4 g

1%

20 g

Proteína texturizada de soja

4 g

1%

10 g

Preparado sólido p/ refresco

9 g

2%

20 g

Leite desnatado (light)

10 g

3%

26 g

Leite integral

10 g

3%

30 g

Mistura de cereais

10 g

3%

14 g

Gelatina

12 g

3%

100 g

Mostarda

14,4 g

4%

50 g

Fibra de trigo

16 g

4%

20 g

Goiabada

16 g

4%

25 g

Pipoca

16 g

4%

30 g

Wafer (choc. branco)

16 g

5%

20 g

Amido de milho

17 g

5%

30 g

Cobertura de chocolate

17 g

4%

25 g

Geléia de uva

17 g

4%

20 g

Tapioca

17 g

5%

30 g

Leite condensado

18 g

5%

30 g

Biscoito c/ gergelim

20 g

5%

30 g

Biscoito recheado

22 g

6%

40 g

Aveia em flocos

23 g

6%

35 g

Farinha láctea

30 g

8%

40 g

Flocos de cereais

30 g

8%

200 ml

Iogurte

32 g

8%

40 g

Biscoito maisena

36 g

9,5%

50 g

Cuscuz

38 g

10%

50 g

Arroz integral

39 g

10%

270 g

Mistura p/ preparo de mingau

49 g

13%

85 g

Lámen -macarrão -80/ tempero -5

50 g

13%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ü      Utilização do amido

 

 

ü      Utilização da celulose

 

 

ü      Utilização de gomas

 

 

Ø      Goma arábica

 

 

Ø      Goma caraia

 

 

Ø      Goma carragenina

 

 

Ø      Goma da semente de plantago

 

 

Ø      Goma de alfarroba

 

 

Ø      Goma xantau

 

 

ü      Utilização do alginato de sódio

 

 

ü      Utilização do agar

 

 

ü      Utilização da pectina

 

 

ü      Utilização do glicosídeo

 

 

ü      Utilização da sacarose

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

 

 

Ø      Bioquímica Ilustrada PAMELA C. CHAMPE   RICHARD A. HARVEY

 

 

Ø      Bioquímica, Lehninger, A.L.

 

 

Ø      Bioquimica LUBERT STRYER   JOHN L. TYMOCZKO   JEREMY M. BERG 

 

 

Ø      Fundamentos de Bioquímica H. ROBERT HORTON   LAURENCE A. MORAN   RAYMOND

 

 

Ø      Bioquímica CAMPBELL, MARY K.

 

 

Ø      http://www.oocities.org/bioquimicaplicada/resumocarboidrato.htm

 

 

http://www.universiabrasil.net/pesquisa_bibliotecas/materia.jsp?id