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COMO MESTRAR RPG
Mestrar
não é tão simples
quanto parece, muitos jogadores se empolgam com a idéia
de controlar toda a existência de um universo repleto de
criaturas e personagens e acabam por se precipitarem. Quando você opta
por mestrar, deve se decidir a ser Mestre de Jogo ou somente Jogador.
Tudo bem, você pode ser as duas coisas, afinal existem pessoas
que jogam alternando o mestre da mesa. O que eu quero dizer é que
mestra é mais complexo que jogar e que por isso requer um
pouco mais de dedicação.
É necessário que você – mestre – compreenda o
segredo da mestria. Mestrar é uma arte. É indispensável
saber a hora de matar e de deixar viver, a hora de tirar um 1 ou um 12. O Mestre é o
narrador de toda a trama e sem um bom narrador, não existem boas histórias.
Em fim, aqui vamos tratar sobre vários aspectos da mestria.
Algo muito comum que se nota acontecer durante as narrativas é o fato
do Mestre dar preferência para alguns jogadores, descriminando outros
(muitas vezes nem tanto pelo jogador, mas pelo personagem). Já ouviu
aquela história de que eu odeio Paladinos? Pois é, por isso que
todos os Paladinos se dão mal na minha mesa. Não, não é assim
que a coisa deve fluir. Seja sensato, dê a vez a todos igualmente, respeitando
a seqüência da ordem de jogada e o tempo de cada um. Não
permita que aqueles jogadores tagarelas fiquem falando por cima dos outros,
deixe bem claro a vez de cada um jogar e não admita as ações
feitas pelos personagens destes tagarelas que falam enquanto os outros estão
jogando e mais tardem alegam terem feito aqui ou isso, juram que fizeram e
falaram (mas não se lembram de que não era mais a sua vez). Não
crie conseqüências de acordo com cada jogador, mas sim com cada
ação que cada personagem toma. Você deve conhecer aquela
história da jogadora cujo personagem vencia todos os inimigos, conseguia
os melhores itens, era imortal, indestrutível, onipresente, onisciente
e ela jogava 10min enquanto os demais jogadores, apenas 1min. Pois é,
essa jogadora nunca perdia porque o Mestre do jogo era seu namorado.
Mantenha sempre a ordem, não permita bagunça, discussões
ou brigas, mas lembre-se de não ser prepotente, austero ou agressivo
(você não é melhor que ninguém e mesmo que alguém
perca a razão, não atire pedra com teto de vidro, você também
já pecou um dia). Mantenha a seriedade dos jogadores, mas lembre-se
de ser condescendente também e permitir aqueles momentos de descontração
que não atrapalham o jogo. E faça isso somente durante o jogo,
tão logo se deixe de lado a mesa, todos voltam a serem iguais. Lembre-se
sempre de que o objetivo do jogo é a diversão coletiva, se necessário,
termine o jogo pela metade.
Separe parte de seu tempo para o processo de criação da história,
dedique-se, pois este momento também é prazeroso. Faça
com detalhes interessantes, crie significados para os nomes dos lugares por
onde os aventureiros passarem e as pessoas que encontrarem. Dê vida a
cada personagem, características diferentes. Na hora do jogo, transporte
o jogador para aquele mundo maravilhoso que você criou com uma descrição
objetiva, floreada e breve.faça-os sentir o clima, o cheiro, mergulhar
no encanto do jogo. Ajude os jogadores a se entrosarem antes do jogo começar,
para se criar – mais facilmente – um ambiente descontraído.
Descubra discretamente do que cada jogador gosta e aos poucos vá permitindo
determinadas situações que lhe ocorra o fato benfazejo.
LEONARDO
ZEGUR
Bionética |