A Bromélia na Trama da Malária
Na década de 50, devido a um grande surto de malária, o governo federal criou o Serviço Nacional da Malária (SNM) e através de estudos, constatou-se que a proliferação se dava unicamente nas águas armazenadas na roseta foliar das bromeliáceas, não nas águas estagnadas dos brejos.
Entre esses insetos foram encontrados também o Anopheles cruzzi (Dyar & Knab), o Anopheles homunculus (Komb) e o Anopheles bellator (Dyar & Knab).
O Instituto de Malariologia de Santa Catarina detectou esses três subgêneros como únicos transmissores da malária no litoral catarinense.
A pesquisa demonstrou que o mosquito dificilmente alcança mais de 300 metros em um único vôo, então decidiu-se derrubar a floresta num raio de 1000 a 1500 metros da periferia da cidade.
Foram lançadas campanhas para total erradicação de bromélias dentro e ao redor das cidades catarinenses. Só em Florianópolis, de 1944 a 1950, foram retiradas manualmente 15.981.431 bromélias, de fato acabando com os casos de malária nesta cidade.
Em Santa Catarina, o total de bromélias retiradas manualmente foram computadas em 74.194.284 unidades. O desmatamento alcançou 27.300.670 metros quadrados, e contando-se 9 bromélias por metro quadrado, temos um total de 245.706.030 bromélias destruídas. Somando-se ao todo, chegamos ao número fantástico de 319.900.314 unidades. Foi o preço pago para pôr a malária sob controle em algumas cidades do Sul do país.