A Camarilla


               À partir do século XIII, formou-se na Europa uma organização de perseguição, peisão e destruição de tudo que era contrário aos ideais da Igreja Católica: Santa Inquisição. Além de queimar velhinhas inofensivas e excomungar os ratos franceses por comerem o trigo dos fazendeiros, esta Inquisição por vezes alcançou seus propósitos, varrendo do mundo não poucas bruxas, feiticeiros e monstros autênticos. Muitos desses monstros eram Membros, e os Inquisidores mais diligentes capturaram linhagens inteiras e condenaram todos seus prisioneiros às chamas. 
              Esta foi a primeira vez que a raça vampírica estava ameaçada de extinção. As crenças supersticiosas, combinadas a um sadismo meticuloso, colocaram em mãos mortais os meios para livrar o mundo dos monstros. Para os Membros este período é comparado ao holocausto enfrentado por nossos irmão judeus (humanos obviamente) imposto por seus não menos irmãos nazistas (humanos também!!). Os vampiros que sobreviveram portam até hoje as cicatrizes psíquicas da Inquisição: levam uma vida de reclusão paranóidee evitam, a todo custo, o contato com o mundo daqueles que respiram. 
             Era a hora de uma mudança drástica. Os vampíros não possuíam uma organização forte que pudesse guiá-los contra essa carnificina. Surgiram assim redes secretas e milícias com o intuito de livrarem-se dos olhos atentos dos inquisidores. Certa vez reuniram-se os maiores vampiros para fundarem uma organização que conduziria os demais vampiros à paz. O nome Camarilla, conferido a essa organização, originou-se das salas pequenas e secretas usadas para reuniões e esconderijo. Os grupos fizeram contato entre si; a adversidade unindo-os pela primeira vez.
            A primeira assembléia geral teve lugar em 1486. Muitos preferiram não comparecer, mas esta reunião concedeu a si mesma o poder de falar por todos os Membros existentes ou a serem ainda criados, e de impor leis para governar a todos. Os fundadores da Camarilla foram seus próprios legisladores. A primeira lei, e a mais sagrada, é a Lei da Máscara. Este é o princípio básico de quase todos os vampiros existentes, não demonstrar sua natureza vampírica é um ato de sobrevivência da espécie. 
          Os momentos de terror passados mostraram o quão vulneráveis estavam estes Membros. Foi então passada a idéia de que todos os Membros teriam sido mortos pelos caçadores e que o mundo estaria livre desta praga. A Camarilla cuidou para que tudo desse certo e que a Máscara não fosse quebrada revelando a verdade sobre os vampíros.  A Máscara definia duas premissas, cada qual com uma determinada quantidade de contingências e objetivos menores: Imprimis simplicissimusque, seria exigido cuidado e uma circunspeção razoável de todos os Membros da Família. Qualquer um que ameaçasse toda o destino da Família seria cruelmente caçado e Exterminado. 
         Segundus, era preciso tomar providências efetivas para alterar a postura da sociedade mortal, e afastar as mentes dos pensamentos supersticiosos. Vários membros da Família haviam-se tornado eruditos para suportar o passar das décadas de solidão e, desse modo, acumulado muitas descobertas; decidiu-se então tornar os conhecimentos em diversas disciplinas nos campos da alquimia, literatura, arte, geografia, cosmologia, und so weiter, acessíveis aos Taggänger. Muitos mortais já haviam dado passos nessas direções, de modo que a tarefa não foi insuportavelmente árdua. Alguns exemplos são nomes como Bacon, Dee, Galileu, Copérnico, Ariosto, Michelangelo, da Vinci, Cellini e Colombo. Criamos uma Era admirável. Com tantas descobertas novas a atrair nossa atenção, acabara a obsessão em caçar monstros. Um pouco mais tarde - principalmente devido a uma aliança com Matusaléns franceses -, filosofias materiais e políticas foram influenciadas. A ciência dera luz à Razão, e a Razão negava os monstros. Durante os séculos seguintes quase completamente a superstição foi destruída ao redor dos vampiros , ninguém, com algum grau de educação, acreditava mais que algum dia seres sugadores de sangue tivessem existido. Suas intervenções prosseguiram ao longo das décadas seguintes - uma guerra aqui, uma descoberta ali - tudo visando manter nossas mentes ocupadas e distantes de nós. Estes seres estiveram em alguns dos eventos mais importantes da História. Contudo, nossa História não foi toda influenciada por eles. Marx pertencia era humano, e nenhum vampiro poderia ter formulado seus pensamentos. Algumas décadas depois ocorreram eventos monstruosos na Europa, mas nenhum vampiro esteve neles envolvido. Esses monstros pertenciam à nossa própria espécie. Durante todo este século foram tomadas providências para preservar a imagem do vampiro nos entretenimentos populares, de modo que ficasse nítido que eram fictícios. Sempre que o misticismo dos mortais aumenta, a Camarilla esforça-se para sufocar essa tendência acionando todos os recursos disponíveis para a reativação da Máscara. A evidência disto pode ser constatada no materialismo que cerca os mortais hoje em dia. 
         A Camarilla é a representação de toda a sociedade vampírica, por ser a maior seita de Membros no mundo. Porém ela possui influência apenas moderada já que anciões não se deixam levar por ordens para colocar de lado seus planos na Jyhad. Está quase sempre envolvida em conflitos com o Sabbat que pouco se importa com a Máscara, a tanto custo mantida intacta por todos esses séculos. Esta guerra por autoridade das duas seitas quase sempre termina em carnificina. Príncipes não toleram a intervenção da seita em seus domínios e ainda os anciões que a dominam apenas a utilizam como mais um instrumento contra os anarquistas. 
       Embora a Camarilla mantenha-se aberta a todas as linhagens, seus integrantes representam um pouco mais das que metade dos clãs conhecidos. Apenas sete entre os treze clãs estavam entre seus fundadores, e apenas esses clãs comparecem regularmente às reuniões do Círculo Interno. Os indivíduos dos outros clãs podem fazer parte da Camarilla, mas o mesmo não ocorre a nenhum clã como um todo. Acredita-se que os Ventrue desempenharam um papel essencial na união dos sete clãs fundadores da Camarilla. Seus esforços e imaginação decerto residem por trás de sua origem improvável. A Camarilla não reconhece abertamente a existência dos Antediluvianos, seres com poderes quase divinos "netos" diretos de Caim e que estão por trás da guerra vampírica, a Jyhad. Os relatos sobre eles são ridicularizados. Segundo a concepção da Camarilla , os antediluvianos são um mito.
 

Brujah

Os rebeldes da sociedade dos vampiros. Eles são agressivos, anárquicos, e perdem a cabeça muito facilmente. A historia deles não foi sempre assim: durante a época medieval, os Brujah foram em partes iguais filósofos e guerreiros.

Gangrel

Preferindo a companhia de animais do que a dos outros vampiros, estes parentes tendem a explorar o seu lado animalesco.

Malkavian

Todos eles sem excepção são loucos. Há um método para a sua loucura, e através dos seus estranhos conhecimentos, partilham uma rede interna que mais ninguém entende.

Nosferatu

Evitados pela maioria dos outros vampiros devido a sua aparência repulsiva, os Nosferatu fazem-se úteis espiando todos os outros clãs.

Toreador

Os artistas de todos os vampiros. Eles são muito sensíveis ao impacto emocional de trabalhos artísticos, e geralmente são também bastante criativos.

Tremere

Um clã altamente intrigante e disciplinado, conhecidos pelo uso da Taumaturgia, ou magia do sangue.

Ventrue

A "alta classe" do Camarilla, os Ventrue são aqueles que tentam ganhar a maior influência política e econômica.

 

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