Em um universo tão amplo como o nosso, não é impossível que existam centenas, até mesmo milhares, de planetas onde vida semelhante à nossa (ou não) possa ter se desenvolvido. Logicamente, estas milhares de civilizações estarão em diferentes estágios de conhecimento científico e tecnológico. Certamente muitas delas já realizam viagens espaciais, utilizando diferentes meios de deslocamento.
Algumas devem dominar o conhecimento necessário para realizar viagens interdimensionais. Outras, em um estagio não tão avançado, talvez estejam conseguindo superar a velocidade da luz que, apesar de todo nosso avanço científico, ainda é a barreira imposta por nossa ciência de acordo com a teoria da relatividade. Além da velocidade da luz, também temos outras barreiras a vencer e, felizmente, existem uma série de caminhos e perspectivas que a nossa ciência começa a deslumbrar, conforme podemos ver pelo texto abaixo.
O sistema de propulsão interestelar ideal deveria ser aquele que permitiria ir para outras estrelas tão depressa e confortavelmente quanto as viagens realizadas por naves criadas pela ficção cientifica, como por exemplo a nave do seriado Jornada das Estrelas. Antes que isto possa se tornar realidade, são necessários pelo menos dois avanços cientifico: A descoberta de meios para superar a velocidade da luz e a descoberta de meios para manipular a junção entre massa e o espaco-tempo (spacetime). Este artigo explica por que estas inovações são necessárias e introduzem as possibilidades emergentes que podem conduzir eventualmente a estas descobertas. É importante salientar que qualquer uma destas descobertas terá conseqüências revolucionarias que por si só teriam um enorme valor.
1) A necessidade de superar a velocidade da luz: Colocando de uma forma simples, o Universo é muito grande. Segundo a nossa ciência atual, a velocidade máxima que um corpo pode atingir é a velocidade da luz. Contudo, mesmo sendo uma velocidade extraordinária em termos de dimensões terrestres, leva mais de quatro anos para luz alcançar nossa estrela vizinha mais próxima. Se nos queremos viajar a outras estrelas em um tempo razoável, nos temos que descobrir um modo para viajar mais rápido que luz.
2) A necessidade para manipular a junção massa e spacetime (4 dimensões do espaço e do tempo de nosso Universo): Esta necessidade é menos obvia do que a necessidade de superar a velocidade da luz. O grande problema é o combustível. De acordo com a terceira lei de Newton, a toda ação corresponde uma reação igual e contraria. Assim, por mais potente que seja o motor de um carro, se não houver uma estrada para exercer uma forca em sentido contrario e empurrar o carro para a frente não haverá movimento. Para um avião, existe o ar para exercer uma forca em sentido contrario. Lógico que para foguetes não existem estradas ou ar no espaço. Foguetes têm que levar ao longo de sua jornada toda a massa que eles precisarão empurrar em sentido contrario para satisfazer a terceira Lei de Newton. Para evitar este problema, nos precisamos achar um modo para interagir com o nosso Universo, isto para induzir forcas de propulsão sem usar um propulsor. Isto implica que nos precisaremos achar um modo para alterar a inércia de um veiculo, seu campo gravitacional ou sua conectividade com a própria estrutura do universo
Para uma nave de tamanho modesto, digamos uma nave com uma carga de 200.000 kg, empreender uma viagem até a estrela mais próxima, baseando-se em suas velocidades atuais, levaria cerca de 900 anos para atingir seu objetivo. No entanto, o combustível necessário tornaria praticamente impossível tal viagem. Aqui esta o quanto de propulsor seria necessário:
Para um foguete convencional, como os lançados pelos americanos e russos, impulsionados por combustão de gases, não ha bastante massa no universo para chegar ao destino. Se usarmos um foguete com um motor a base de fissão nuclear, seria necessário aproximadamente um bilhão de super-tanques de propulsor. Se você usar um foguete de fusão nuclear, você vai precisar de aproximadamente mil super-tanques. E se você conseguir um foguete com um motor de Antimatéria, você provavelmente só vai precisar de aproximadamente de uns 100 super-tanques de combustível. É claro que será ainda pior se você quiser viajar mais rápido e chegar mais cedo.
Ha esperança? Provavelmente sim. Nossa ciência continua avançando. Além dos refinamentos contínuos da relatividade geral, existem outras tentativas para melhor entender. Teorias imediatamente publicadas fornecem novas perspectivas. Cada uma destas teorias tem alguma relevância para propulsão e apresentam novos avanços que permitem vislumbrar perspectivas para o futuro. Algumas destas recentes teorias são resumidas em seguida.
A teoria do "Warp drive" (uma teoria de deformação do espaço, parecido com a dobra espacial da ficção). Usando o formalismo da relatividade geral, pode-se supor que viagens com velocidades mais rápidas que a da luz poderá ser possível. Tudo que você precisa fazer é contrair o espaço em frente da sua nave e ampliar o espaço atrás de sua nave. Esta deformação do espaço resultaria em um impulso muito grande e a nave poderia se movimentar com uma "velocidade arbitrariamente grande". Observadores fora desta "deformação espacial" veriam a nave se mover mais rapidamente que a velocidade de luz. Os observadores dentro desta "deformação" não sentiriam nenhuma aceleração, já que eles viajam com a mesma velocidade do espaço deformado.