>> O criador
 
Joss Whedon

Cultuado roteirista/diretor/produtor de cinema e TV. Criador de alguns dos maiores sucessos da TV, Buffy a Caça Vampiros, Angel e Firefly. Ganhador do Oscar pelo roteiro de Toy Story. Considerado uma das mentes mais geniais atualmente na indústria, com uma fiel legião de seguidores. Nasceu dia 23 de Junho de 1964.

Carreira
Joss Whedon é neto e filho de dois renomados roteiristas de sitcoms, e um de seus primeiros empregos foi no extremamente bem-sucedido sitcom Roseanne, no qual desenvolveu sua marcante veia cômica. Porém, o sonho de Whedon nem sempre foi trabalhar na TV, e sua formatura em cinema o impulsionava
para uma carreira bem-sucedida em Hollywood. Whedon evitava trabalhar na TV, mas sendo o maior fã do trabalho de seu pai, agarrou a oportunidade.

Porém, Whedon não demoraria a ingressar numa carreira cinematográfica. Na verdade, seu primeiro roteiro para o cinema foi a concepção de suas ideologias feministas e metafóricas, Buffy a Caça Vampiros. Sentiu então na pele como um roteirista é tratado na indústria, vendo seu sonho ser transformado em bobagem nas mãos de uma diretora sem visão. Whedon conta que uma hora depois de iniciado a exibição do filme, deixou cair uma lágrima. Ele estava arrasado. Porém, não desanimou, e se tornou o médico-de-roteiros mais badalado entre os estúdios. Foi chamado para consertar os roteiros de Velocidade Máxima (no qual é autor de 90% dos diálogos mantidos, mas teve seu nome retirado dos créditos) Waterworld, Twister e Toy Story, e também escreveu para o 4o filme da série Alien, Ressurrection. O filme foi um fracasso e Whedon não demorou a defender seu trabalho, denunciando que a deficiência do longa foi a visão do diretor, segundo ele, sempre o líder em uma produção.

Segundo Whedon, foi em 1997, na estréia da série Buffy a Caça Vampiros, baseado em sua idéia fracassada, que ele pôde finalmente começar e terminar um projeto exatamente do jeito que queria, sem intervenção de diretor ou produtor sem talento. E não somente provou ser talentoso, mas sim um sujeito com idéias criativas revolucionárias e artisticamente ousadas, que mudou o cenário da TV para sempre. BaCV durou sete temporadas, sendo glorificada pelos críticos como um dos melhores dramas de todos os tempos, e sendo amada de modo profundo por uma fiel legião de fãs. O mesmo ocorreu com o spin-off de BaCV, chamada Angel, que durou 5 temporadas de enorme sucesso de crítica e público. Em 2002, Whedon chegou com um novo projeto televisivo, um conceito revolucionário para o gênero sci-fi, chamado Firefly. Porém, Whedon escolheu a emissora errada, que cancelou seu show depois de somente uma dúzia de episódios exibidos, deixando Whedon, seu elenco e seus apaixonados fãs arrasados.

Decepcionado com a TV, que mais e mais se consumia em fórmulas prontas e falta de substância (com o excesso de reality shows), Whedon resolveu levar sua idéia para o cinema, no melhor estilo do Mito da Cinderela. Firefly durou somente 11 episódios, mas Whedon conseguiu que a Universal produzisse um longa-metragem da série, denominada Serenity. Os fãs foram á loucura, e o filme desde antes de sua estréia (Outubro de 2005) foi um enorme sucesso de crítica e público, considerando que seu orçamento são de míseros $80 Milhões de dólares.

Levando consigo sua glória alcançada como uma das mentes mais privilegiadas do cenário do entretenimento atual, Whedon foi chamado para escrever e dirigir o filme do ícone feminista dos HQs, Mulher-Maravilha, para estrear em 2006.


Outros Trabalhos
Whedon sempre foi um amante de Histórias em Quadrinhos, já tendo criado um título chamado Fray, sobre uma caça-vampiros do futuro. Após terminar suas séries de sucesso, Whedon foi chamado pela Marvel Comics para ficar em cargo de roteirizar o título mais importante de sua franquia mais importante: Astonishing X-Men. A alta qualidade narrativa, a dinâmica de ação, a profundidade emocional e os geniais diálogos (marcas registradas de Whedon) fizeram do título um enorme sucesso de crítica e público, sendo o mais bem vendido e arrecadando vários prêmios e elogios. Por conta disso, Whedon continua até hoje escrevendo para a série, chegando á seu 2o ano no cargo.

Por ser um antigo fã dos X-Men (principalmente da era-Claremont), Whedon havia escrito um roteiro para o primeiro filme dos mutantes, que foi totalmente descartado, o que o frustrou bastante. Whedon mais tarde declarou também ter escrito um roteiro para um filme do Batman que não foi comprado.

Além disso, Whedon é também um músico premiado, pois além de compor todas as músicas do estimado episódio musical de Buffy, "Once More with Feelings", também compôs a inesquecível música tema de Firefly e também a trilha sonora de O Rei Leão 2, que lhe valeu premiações.

Entre seus outros trabalhos para a Disney estão o subestimado Atlantis-Reino Perdido e o bem-sucedido sci-fi-adolescente Titan A.E..

Atualmente, Whedon ainda desenvolve o projeto de levar o vampiro Spike para um longa-metragem televisivo, e a possibilidade de voltar para a TV nunca é descartada, pois é uma mídia que Whedon ama e respeita muito, apesar do sistema ser tão anti-artístico na maioria das vezes.


Oscar
Quem hoje conhece o sucesso impressionante que o histórico Toy Story fez não imagina que tudo isso foi responsabilidade de Whedon. Seu nome está entre os roteiristas do longa, e portanto foi indicado do Oscar de Melhor Roteiro Original em 1996. O roteiro de Toy Story, antes de Whedon consertar, era simplesmente uma idéia genial mal resolvida que não conseguia tomar muita forma, engavetado praticamente. Whedon reescreveu muita coisa, os diálogos, criou personagens (o dinossauro), deu uma sensibilidade e humor menos ingênuo aos personagens (exemplo seguido até hoje pelas animações da Disney) que levou o filme ao Oscar.


Ídolo e Fã
Como já foi dito, Whedon é fã de HQs (especialmente Homem-Aranha, X-Men e o recente Global Frequency), e entre suas séries favoritas estão Arquivo X, The Prisioner, Família Soprano, The West Wing, Party of Five e as recentes House, Veronica Mars, Without a Trace, Numbers, etc. É apaixonado pela série do Harry Potter, e pelos filmes Matrix, trilogia clássica de Star Wars, Alien- 8o Passageiro. Seu maior ídolo provavelmente é o músico Stephen Sondheim, cultuado criador de clássicos musicais teatrais.

Citações
Sobre o interesse Acadêmico na Filosofia de Buffy
"Eu acho ótimo que a comunidade acadêmica se interesse pelo show. Acho que é sempre importante que os acadêmicos estudem a cultura pop, mesmo se o objeto de estudo for idiota. Se é bem sucedido ou marcou culturalmente, então é válido estuda-lo para descobrir o por que. "Buffy", eu espero, não é idiota. Enquanto escrevemos o show, refletimos muito cuidadosamente sobre o que queremos dizer emocionalmente, politicamente, e até filosoficamente. O processo de forjar uma história envolve os roteiristas e eu mesmo, e uma quantidade grande e diversa de influências, preconceitos e idéias são incluídas. Portanto é realmente, além de um grande fenômeno da cultura pop, algo profunda e complexamente estruturado, episódio por episódio. Acredito que haja muita coisa na série para ser estudada. (...) As pessoas riem dos acadêmicos por estudarem os filmes da Disney. Não há nada mais importante para eles do que estudar, pois eles modelam as mentes de nossas crianças possivelmente mais do que qualquer outro meio."

Sobre Buffy
“Eu criei a série para provocar essa reação forte. Criei Buffy para ser um ícone, uma experiência emocional, para ser amada de um modo que outras séries não conseguiam. É sobre a adolescência, a fase mais importante, quando se amadurece e se torna um adulto. E a série mitifica isso de uma forma tão romântica, que basicamente diz: 'Todo mundo que sobreviver á adolescência é um herói'. E eu acho que é bastante pessoal, que as pessoas sintam algo com série que é tão real. Eu não acho que poderia ser mais pomposo. Mas eu tive essa intenção, eu queria que ela fosse um fenômeno cultural. Queria que houvessem bonecas, Barbies com faixa de kung-fu. Eu queria que as pessoas abraçassem o seriado de uma forma além do normal, 'É um ótimo seriado sobre advogados, agora vamos jantar'. Eu queria que as pessoas o tornasse interior, que fantasiassem de estarem na série, que a levasse pra casa com eles, que fosse mais do que um seriado de TV. E nós conseguimos isso."

Estratégia Feminista em Buffy
"Se eu conseguir fazer garotos adolescentes se sentirem confortáveis com uma garota que toma conta da situação, sem perceberem, é melhor do que sentar e vender o feminismo"

Sobre e relevância política de Firefly
"Malcolm Reynolds encara a Aliança [super-governo totalitário] do modo 'Grande governo é mal' e 'Não interfira com a minha vida'. E á vezes ele está errado, pois ás vezes a Aliança é a América, essa bela iluminação democrática. Mas ás vezes a Aliança é a América no Vietnã: temos vários políticos mesquinhos que estão fora de nosso controle"

Sobre as acusações de fazer propaganda homofóbica em Buffy
"A morte de Tara foi especial, pois enfureceu pessoas que eu gosto, pessoas inteligentes. Mas a questão é que essas pessoas, acredito eu, não entenderam direito. Eu não gosto de controvérsia. Eu não me preocupo com essas coisas. Não me preocupei com as que surgiram com a entrada de Tara, e nem com as referentes á morte dela. Eu me preocupo com narrativa e com o que eu quero fazer com Willow" (...) "Não matar Tara por ela ser gay é uma forma de preconceito tão grande quanto mata-la por ela ser gay"

Resultados
"Amo meus 'filhos' igualmente, inclusive cada uma de suas temporadas"

Genialidade
"Eu não crio coisas que as pessoas simplesmente gostem, só crio coisas que elas amam. Eu escrevo objetivando aquele momento em que você fala 'Deus, eu precisava ver isto'"

Sobre o cancelamento de Firefly
"A primeira coisa que eu disse [para o elenco] foi 'eu não vou descansar, até arranjar uma nova casa para nós'"

Grande orgulho da carreira
"Em toda minha carreira, o que sinto mais orgulho foi ter feito parte da onda de fazer a super-heroína algo mais do que uma mera heroína em um disfarce, ou o tipo de pessoa infeliz com treinamento de luta, e por ter examinado essa personagem. Se fosse para apontar especificamente, eu escrevi um musical uma vez (O episódio de Buffy), 'Once More with Feelings'. Eu realmente me superei nisso"

Filosofias
"Eu sou um ávido, raivoso ateu. Porém, sou fascinado pelo conceito de devoção"

Ideologias
"Histórias vêm da violência, vêm do sexo, vêm da morte. Elas vêm dos lugares sombrios que todos habitam. Se você cria uma criança para acreditar que tudo são raios de sol e flores, ela entrará no mundo real e morrerá. Essa é a razão dos contos de fadas serem tão sinistros, porque precisamos encapsular essas coisas para nos protegermos delas, para assim quando confrontamos o horror genuíno que é o dia-a-dia, não enlouquecermos"

Honestidade
"Não dê o que as pessoas querem, dê o que elas precisam. Elas querem o caminho fácil, o final feliz, mas na verdade estão mais interessadas na tragédia. Eles precisam que as coisas dêem errado, precisam da tensão. Nos meus personagens há um laço de confiança e amor com o qual estou muito comprometido. Esses pessoas morreriam umas pelas outras, e isso é muito bonito. Mas ao mesmo tempo, você não pode manter as coisas seguras. As coisas precisam dar errado."

Prioridade
"Algo que as séries sci-fi têm, e que nós não temos [em Buffy], é o poder de fazer algo só porque soa bacana. Cada idéia que colocamos, funcionando ou não, é baseada na idéia de que: o público já passou por isso. Uma garota normal passa por isso. Um garoto normal lida com isso. Sabe, são questões de sexualidade, popularidade, empregos. Seja o que for, deve ser baseado no realismo."

Sobre o musical de Buffy, Once More with Feeling
"Eu não estava querendo dizer 'Veja, somos melhores do que uma série de TV'. Eu queria dizer 'Você pode fazer tudo isso em um episódio de televisão. Só depende do quanto você se importa'. Eu amo TV, amo o que dá pra fazer com isso. Não é melhor, somente a TV em toda sua glória. Enquanto eu celebro os musicais, eu celebro essa mídia.

Fonte: http://pt.wikipedia.org