>> A série |
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Buffy the Vampire Slayer (Buffy, a
Caça-Vampiros no Brasil) (1997-2003) é uma série de televisão americana
criada por Joss Whedon, baseada no roteiro original para o filme de 1992 de
mesmo nome. Apesar de nunca se ter estabelecido como um êxito de audiências
particularmente notório, foi criticamente aclamada e mantem um forte
estatuto como série de culto. Buffy the Vampire Slayer, para o leitor Buffy a Caça Vampiros ou Buffy a Caçadora de Vampiros, criada por Joss Whedon, pretendia-se à partida uma representação da vida adolescente com |
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uma figura central
feminina altamente ativa. Não se acreditava, no entanto, que as ideias apresentadas por Whedon, incomuns para a televisão americana da época, rendessem melhor do que o desastroso filme já anteriormente realizado sobre o conceito, escrito por Whedon mas realizado por Fran Kuzui, e a série foi concebida sob baixas expectativas de sucesso comercial ou crítico, estreando portanto no midseason de 1997 (em Abril), quando as séries principais estavam em intervalo (a temporada oficial começa em Outubro e vai até Maio), servindo originalmente de substituição temporária, com uma temporada de 12 episódios (ao contrário dos tradicionais 22). A rede Warner Bros., na época, passava por uma fase de pouco sucesso em termos de audiências. Com a chegada de Buffy, a rede os viu seus números de audiência subirem, estabelecendo a WB como competidora credível, e iniciando uma promissora carreira que dura até hoje, com sucessos críticos e comerciais como Gilmore Girls, Smallville e Everwood. Confrontada com o interesse público na série, a WB renovou a série para um segundo ano de 22 episódios. A série manteve o seu razoável desempenho em termos de audiências e grande interesse da parte dos círculos críticos, levando a uma terceira série. Finalizada esta terceira temporada, no começo de 1999, há que notar a saída da personagem Angel, levando à criação da sua própria série, Angel, apresentando este vampiro com alma a oferecer ajuda contra forças malignas numa organização própria, na cidade de Los Angeles. A série, estreada em Outubro de 1999, durou cinco temporada de relativo sucesso crítico na WB, sendo no entanto eventualmente cancelada, com valores de audiência menos favorecíveis. Ao finalizar a sua quinta temporada, Buffy também encerra a porção da sua história correspondente à WB, que a cancelou. Neste ponto, os criadores e actores, mantendo o seu interesse na continuação da série, receberam várias propostas de emissoras interessadas na série, como as grandes ABC e FOX, sendo eventualmente a menos bem-sucedida UPN a escolhida. Aqui, Buffy iniciou uma nova fase, algo polémica, pelo teor sexual ou gráfico ocasionalmente mais explicito e pelo estilo inicial pouco familiar, durando 2 temporadas, acabando em Maio de 2003, por escolha mútua de Joss Whedon e Sarah Michelle Gellar. Concepção & influências principais Em termos de influências principais, denotam-se frequentemente entre fãs e críticos elementos como filmes de terror B, filmes de artes marciais e o universo da banda desenhada (nomeadamente Homem-Aranha e Kitty Pryde, dos X-Men, como influências na personagem principal, em particular a segunda, cujos traços de personalidade Whedon reconhece como recorrentes nas suas personagens femininas). Outras influências que se apontam, no mundo televisivo em particular, em termos de formato, são The X-Files (Arquivo X (br); Ficheiros Secretos (pt)), e My So-Called Life (Minha Vida de Cão (br)), o primeiro pela fórmula básica do chamado "monstro-por-semana", tendo cada episódio um mal específico a combater ou um qualquer problema a resolver que serve como cenário para o avanço das linhas narrativas da personagem, e o segundo pelo retrato da vida adolescente e noção de feminismo segundo linhas menos óbvias e menos defeminizadas. Whedon em particular reconheceu a importância desta segunda série. Em termos, precisamente, dos conceitos feministas que os críticos frequentemente analisam e pelos quais a série é bastante discutida, Whedon afirma que a sua ideia básica para todo o programa era precisamente a de pegar na típica "valley girl", tonta, loira, e atraente, no seu papel de vítima recorrente em filmes de terror, e atribuir-lhe um papel activo e poderoso de agressão e de defesa. Por esta inversão de poder, Buffy enquadra-se frequentemente, em ciclos críticos e académicos em particular, na vaga dos 90 de novos símbolos televisivos femininos autoritários. Para além da possibilitação da exploração da noção básica de feminismo que se atribui à série, os múltiplos demónios que surgem servem também como ferramenta metafórica para a condição social dos adolescentes no liceu/escola secundária, pretendendo os escritores frequentemente explorar temas associados a esta fase da vida através de analogias demoníacas, algo que contribuiu para a distinção da série dos seus pares, e, afirmam os fãs, para a sua identificação com a série e apelo da dita. Reacção crítica e influências Considerada frequentemente pela crítica geral como uma das melhores séries de todos os tempos da TV, recebendo inclusivé a honra de uma posição entre os "50 Melhores Programas de TV de Todos os Tempos" nomeados pela cultuada revista TV Guide, abrangendo toda a história da TV. Entre os grandes apoiantes da série estão também o jornal New York Times, o site liberal Salon, e a revista de referência, Entertainment Weekly. Em termos de influência, credita-se frequentemente o sucesso de Buffy pelo surgimento de certas séries que partilham alguns dos seus elementos, entre as quais estão Wonderfalls, Dark Angel, Veronica Mars, Smallville e Kim Possible. Emmys Pelo seu sucesso e reconhecimento, muitos se espantaram com a Academia de TV dos EUA, responsável pelos prêmios Emmy, terem neglicenciado a série em termos de nomeações a qualquer uma das suas categorias principais. O site Salon em particular, indignado com isso, criou o "Buffy Awards", para aquelas que considera as séries mais esnobadas da TV. Atribui-se esta ausência de nomeações ao género híbrido e flutuante da série, situado no campo descreditado do fantástico, e ao facto de correr, durante as suas sete temporadas, em dois canais menos bem-sucedidos. No entanto, a série chegou a receber uma nomeação, pela escrita no episódio "Hush", caracterizado pela ausiência de diálogo durante uma grande parte do dito, por as personagens perderem as suas vozes. O futuro do projeto Pelo impacto que teve e público fiel que mantem, o Buffyverse (como é tratado pelos fãs) mantem-se alvo de especulação quanto a potenciais novos projectos e futuro desenvolvimento. Além de livros, revistas e as HQs oficiais, mantêm-se rumores activos quanto a possíveis spin-offs, ocasionalmente algo reafirmados por comentários de interesse dos envolvidos no projecto original. Entre estes potenciais spin-offs, destaca-se o correspondente a Giles, Ripper, contando suas aventuras fantasmagóricas em Londres, cuja potencial criação, supunha-se, para a BBC, recebeu grande atenção. No entanto, o projecto não foi, até agora, concretizado. Recentemente, comentários por parte de Joss Whedon e James Marsters levaram a que, entre os fãs da série em particular, surgissem grandes esperanças quanto a uma potencial longa-metragem, assume-se para TV, centrada na personagem Spike. Não foi, no entanto, confirmado qualquer plano para a realização do dito. Citações "Eu criei a série para provocar essa reação forte, criei 'Buffy' para ser um ícone, uma experiência emocional, para ser amada de um modo que outras séries não conseguiam ser. É sobre a adolescência, a fase mais importante, quando se amadurece e se torna um adulto, e a série mitifica isso de uma forma tão romântica, que basicamente diz: 'Todo mundo que sobreviver á adolescência é um herói'. E isso é bastante pessoal, que as pessoas sintam algo com a série que é tão real. Eu não poderia ser mais pomposo, mas eu tive essa intenção, eu queria que ela fosse um fenômeno cultural. Queria que houvesse bonecas, Barbies com faixas de kung-fu. Eu queria que as pessoas abraçassem a série de uma forma além do normal 'é um ótimo seriado sobre advogados, agora vamos jantar'. Eu queria que as pessoas a tornasse interior, que fantasiassem de estarem na série, que fosse mais do que um seriado de TV. E nós conseguimos isso". - Joss Whedon "Algo que as séries sci-fi têm, e que nós não temos, é o poder de fazer algo só porque soa bacana. Cada idéia que colocamos, funcionando ou não, é baseada na idéia de que o público já passou por isso. Uma garota normal passa por isso. Um garoto normal lida com isso. Sabe, são questões de sexualidade, popularidade, empregos. Seja o que for, deve ser baseado na realidade." - Joss Whedon Outras informações: Outras Informações Formato / Género Drama, Acção, Fantasia, Terror Duração 44 min Criador Joss Whedon País EUA Rede de televisão: WB - Fox - UPN Transmissão original 1997 - 2003 N. de episódios 144 |