Gisele a número 1

Quem são as doze mulheres e os oito homens mais desejados do País escolhidos por Gente

Não é fácil definir o que é ser sexy. Pelo verbete do dicionário Aurélio, seriam aqueles ou aquelas que despertam desejo sexual. Não ajuda muito. Incontáveis atributos, gestos, olhares e até gargalhadas tornam uma pessoa desejada sexualmente. O que faz parte de um conceito muito pouco objetivo. Ser sexy não é necessariamente ter a dádiva da beleza. Essa qualidade pertence a um território instigante e obscuro que extrapola os padrões físicos.

Quase sempre, quem é sexy é surpreendente e irresistível. “É um mistério sexual, quase indecifrável”, sugere o fotógrafo Bob Wolfenson, o preferido das estrelas e modelos brasileiras. “Se alguma pessoa te passa sensualidade, ou quase um desejo, isso é ser sexy.” Para o psicanalista paulista Jorge Forbes, uma pessoa sexy está longe de cumprir o padrão das curvas generosas, e atrai menos pelo corpo e mais pelos sentidos. “Gisele Bündchen é sexy não pelo seu visual mas por seu olhar vago”, diz.

A fama, de algum modo, potencializa a qualidade de ser sexy. Na opinião do psicanalista carioca Chaim Samuel Katz, o grau de exposição das celebridades na mídia as torna mais sensuais diante do público. “Só é olhado quem está exposto”, diz. Considerando todas essas interpretações, Gente selecionou, em sua edição especial de 1º aniversário, as 20 personalidades mais sexy do Brasil.

Com a ressalva de que toda lista é polêmica e desperta calorosas discussões, a seleção final conciliou resultados de três listas paralelas: na primeira, 101.482 leitores votaram pela internet. Na segunda, opinaram cinco respeitados profissionais de áreas ligadas, de algum modo, à sensualidade. Na terceira, os votos foram de nossa redação.

Na lista da internet, algumas horas antes de a pesquisa ser retirada do site de Gente, às 15h17 de quinta-feira 27, a supermodelo Gisele Bündchen ultrapassou Xuxa no ranking feminino. A apresentadora liderou a votação por três semanas, mas na última hora Gisele ganhou com 14.253 votos (40,5%), numa diferença de quase mil votos. GISELE, A NÚMERO 1. Em nada surpreende que, mais uma vez, Gisele seja a número 1.

A única curiosidade é que, na votação on line de Gente, sua vitória sobre tantas celebridades televisivas munidas de fãs clubes só mostra o quanto ela se popularizou no País. Prova ainda que é uma unanimidade em matéria de sensualidade, até porque também foi a campeã na lista dos jurados. Com os cabelos revoltos, sua marca registrada, Gisele surge na passarela e o público prende a respiração.

Ninguém se movimenta, com os olhos fixos nos largos passos da modelo de silhueta fina e ao mesmo tempo cheia de curvas. “Ela é simplesmente estupenda. Tão bonita como um jardim que cresce naturalmente”, elogia Isabela Blow, editora da revista Style do jornal inglês The Sunday Times. “Sua beleza e sensualidade vêm da alma. Só espero que a mídia brasileira não faça com ela o que fez com Carmem Miranda, dizendo que se americanizou porque trabalhava fora do País.” Por incrível que pareça, Gisele discorda dos elogios de Isabela Blow: “Não me acho sexy. Nem a mulher mais bonita do mundo. Sou uma pessoa normal”.

A gaúcha de Nova Horizontina que deixou o Brasil há três anos para se tornar a top model mais prestigiada do mundo seria uma moça de 20 anos comum não fosse a incrível vontade de vencer. “É natural que seja assim, ela é perfeita: pele, cabelos, boca, pernas, seios. E tem grande personalidade”, diz sua empresária Mônica Monteiro.

E Mônica explica por que Gisele não se acha sexy: “Porque não força atitudes, é natural o tempo todo. Mas assim mesmo é sensual”. Ao voltar das férias na Europa com a família, em setembro, Gisele já tem trabalho à espera: posar para a capa da Rolling Stones, revista americana que tem por tradição não trazer modelos na capa. A única exceção até hoje foi Cindy Crawford, em 13 de janeiro de 1994. Gisele será a segunda.