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Diário de Bordo:
Viagem: Canoas - Sta. catarina / Curitiba - Ilha do Mel
Nome: César Augusto Aguiar
Fundador do
Moto Clube Anjos do Anjos do Asfalto.
Roteiro:
A Idéia principal era fazer um roteiro aonde não fosse necessário
empregar um investimento muito alto. Usando um mapas da região sul do
Brasil, escolhemos as principais vias de acesso as capitais, seguindo
pelo litoral a viagem foi dividida em três partes Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná.
1ª Parte:
Porto Alegre - RS
Quintão - RS
Torres - RS
2ª Parte:
Torres - RS
São Francisco - SC
Curitiba - PR
3ª Parte:
Curitiba - PR
Pontal do Sul - PR
Ingleses - SC
Qintão - RS
Canoas - RS
Preparativos:
Após escolhermos o roteiro de nossa viagem, principais rodovias pontos
para abastecimento e local para descanso começamos a organizar o
equipamento que seria necessário. Procuramos levar o essencial para
nossa segurança e o mínimo de conforto, na realidade optamos por
acampar na maior parte do percurso.
Equipamento usado:
Barraca Iglu;
Colchonete;
Kit de Primeiros Socorros;
Kit de Higiene;
Reparo para Pneu;
Algumas ferramentas para manutenção das motos;
Roupa Impermeável;
Lanterna;
Corda;
Inicio da viagem:
Saímos de Canoas no dia 28/02/2000 rumo a praia de Quintão - RS no
litoral sul do estado, passamos a noite na casa de alguns amigos aonde
no dia seguinte seguíramos rumo ao Paraná.
A expectativa era muito grande, lembro que dois dias antes, a minha
ansiedade era tanta que eu quase não tinha sono no segundo dia antes
da viagem eu dormi somente duas horas por incrível que pareça. E a
noite anterior ha nossa saída fiquei acordado sem pregar o olho o
melhor de tudo, é que me sentia muito bem.
Meu parceiro de viagem Emerson achava incrível eu ter dormido tão
pouco e ainda estar com pique para rodar no dia seguinte, até ele foi
contagiado por este vírus que é a ansiedade, dormindo apenas algumas
poucas horas antes de partirmos.
Lembro que dias antes nos conversávamos por telefone de como seria o
passeio o que faríamos no decorrer do percurso, a preocupação com sua
namorada Kátia fiel “escuderia” que há três meses atrás havia sofrido
uma cirurgia por causa de uma hérnia de disco.
Felizmente nada de errado ocorreu, no dia seguinte 29/02/2000 partimos
de Quintão as 4:45 da manhã, minha adrenalina a 1000, sensação de
estar realizando uma viagem por dois estados do Brasil era excitante.
O vento no rosto a pista tranqüila e a cada quilometro a certeza de
estar cada vez mais perto de nosso destino, quando chegamos a Criciúma
– SC, um forte cansaço tomou conta, pisquei forte enquanto estava
pilotando, resolvi para em um posto de gasolina em frente ao shopping
Pórtico para tomarmos um café.
O tempo estava nublado em alguns pontos da estrada pegamos chuva
forte, mas nada que colocasse medo, o movimento na BR-101 era calmo
sem tráfego pesado. O percurso de Quintão – RS a Curitiba fora
completado em 12 Horas fazendo uma média de 100 Km/h a 120 Km/h em
alguns trechos.
No primeiro dia rodamos 890Km (Quintão - Curitiba) parando somente
para abastecer e fazer lanches rápidos.
Já no litoral de Santa Catarina a medida em que subíamos ao Paraná nos
deslumbrávamos com as belas praias que víamos pelo caminho, paisagens
de tirar o fôlego e por várias vezes paramos para tirar fotos e curtir
a natureza. Alguns fatos interessantes ocorreram no trecho entre Santa
Catarina e Paraná.
Na minha moto fiz questão de colocar uma bandeira do Brasil cobrindo a
bagagem identificando que éramos viajantes.
Uma hora, em um trecho perto da praia de Bombinhas um “Ford Scort”
vinha atrás de minha moto praticamente embutido em minha roda traseira
dando sinal de luz e buzinando desesperadamente, em um gesto brusco o
motorista joga seu carro para a pista da esquerda começando a
ultrapassar a moto quando olho para meu lado esta uma senhora no
volante e um velhinho no banco do carona gritando “É ISSO AI MEU FILHO
BRASIL.......BRASIL.........BRASIL”
“Bi...Bi...Bi...........Bi..Bi..Bi.....” e nos ultrapassando
continuaram buzinando por um bom tempo até entrarem em um acesso mais
a frente.
Por um bom tempo fiquei com a imagem do casal em minha mente, dei boas
gargalhadas, e após pensar mais sobre a situação vejo que ainda tem
pessoas que realmente amam nosso país e levam nossa bandeira no
coração. Quilômetros adiante um “Ford Fiesta” carregado de Surfistas,
que parecia mais um “Quinder Ovo” com pranchas por todos os lados
passou buzinando e fazendo sinal de OK. Naquele tradicional estilo “HangLoose”....Hooo...!!!!
Hooo...!!!!”. E novamente boas gargalhadas... sobre a situação...”.
Entrando no Paraná:
Passamos a divisa de Santa Catarina com Paraná encontramos o “Pórtico
“ aonde paramos para fazermos um lanche rápido.
Um 0lugar excelente para turistas possuindo uma ótima infra-estrutura,
havia um restaurante e quiosque para informações turísticas além de
algumas atrações, como um pequeno laguinho com ponte pênsil e algumas
fontes, além de ser bem arborizado e cercado por mata nativa.
Seguindo viagem fomos admirando a bela paisagem na encosta da estrada,
aos poucos avistamos um pequeno rio que acompanhava a via por onde
seguimos, a vontade era de dar uma parada para tirar algumas fotos.
O lugar tinha uma beleza encantadora, pedras enormes estavam
depositadas no fundo a onde nitidamente era possível ver a água
cristalina passar, em alguns lugares havia pessoas tomando banho e
aproveitando aquela maravilha.
Ao chegar em Curitiba nossa maior preocupação era de encontrar o hotel
estávamos muito cansados. Até a entrada da cidade já havíamos rodado
oitocentos e noventa quilômetros em doze horas, chegamos ao centro de
Curitiba à primeira impressão que tivemos é de estar em Porto Alegre
com algumas diferenças no transito, que lá é bem mais organizado.
Confesso que tivemos algumas dificuldades até nos adaptarmos com
tantas placas, ao pedirmos informações em um posto de gasolina sobre o
hotel que havíamos reservado tivemos mais uma grande surpresa.
Ao dizermos para o frentista que estávamos procurando o hotel “Los
Angeles” o rapaz ficou apavorado e perguntou.
- Vocês não são daqui certo...?
Automaticamente eu e meu parceiro concordamos dizendo que éramos de
Porto Alegre.
O Frentista então soltou o verbo junto há um colega de trabalho.
- Eu se fosse vocês procuraria outro lugar o bairro lá é barra
pesada... Ocorrem muitos assaltos e roubos de carros além de ser uma
região de intenso trafico de drogas.
Pedimos então uma dica de onde poderíamos nos hospedar ele nos indicou
um hotel perto do Shopping Mueller, no centro de Curitiba chamado
Hotel Blumenau, aonde passamos a noite.
Esgotados após o primeiro dia de viagem e já hospedados lá pelas
19:00pm, tiramos um breve cochilo entes do jantar, saímos para dar um
pequeno passeio pela cidade conhecemos o Shopping por sinal muito bem
estruturado e com uma ótima praça de alimentação, aproveitando os
minutos de folga aproveite para contactar com um grande amigo da lista
de motociclismo (MPS) “Clodoaldo” , motociclista e aventureiro dos
melhores já fez várias viagens pelo Brasil e países da América Latina,
sua última aventura foi cruzar de Curitiba ao Alaska em uma DR 800.(informações
sobre o livro clique aqui) Após jantarmos retornamos ao hotel
aonde não resistimos ao cansaço e adormecemos, entre 10:30pm meu amigo
Clodoaldo bate a nossa porta trazendo consigo vários mapas da ilha e
informações valiosas sobre hospedagem e dicas de lugares aonde
poderíamos encontrar comida com um bom preço.
Infelizmente, nosso cansaço foi mais forte, e não tivemos condições de
fazer companhia para Clodoaldo, pedi ao amigo que nos desculpasse, o
dia tinha sido duro e teríamos que acordar cedo no dia seguinte para
seguir viagem, entendendo a situação Clodoaldo nos deixou mapas e
dicas para completarmos a viagem. “Valeu Clodoaldo!”
No dia seguinte acordamos cedo, tomamos nosso café deixando a bagagem
pronta para partirmos assim que retornássemos, de nossa caminhada pela
cidade. Visitamos o centro de Curitiba algumas praças um pequeno
Zoológico e seu famoso sistema de transporte público. Após o “Tur”
pela cidade retornamos ao hotel e pé na estrada.
Curitiba realmente é uma cidade fantástica, mas como toda grande
cidade, nós meros mortais tivemos uma grande dificuldade em encontrar
a saída para o litoral, problema este que foi solucionado graças à boa
vontade de um amigo motociclista que nós levou até free way que leva
para pontal do Sul.
“Realmente o motociclismo é uma coisa fantástica a parceria o espírito
de amizade e solidariedade para com o próximo é uma coisa
indescritível de onde poderíamos imaginar que alguém, o qual nunca
vimos antes irai disponibilizar seu tempo e sua paciência para nos
ajudar, nos levando até a saída de cidade. Coisas que só motociclista
explica”.
A chegada em Pontal do Sul:
Chegando a Pontal do Sul deixamos as motos em um estacionamento
próximo ao porto, de onde pegaríamos a balsa para a Ilha do Mel.
Acerto feito e passagens compradas para a travessia, pegamos nossos
equipamentos e seguimos viagem, mais 30 minutos de balsa até a ilha.
Ilha do Mel, Paraíso Ecológico:
Já na ilha, a ordem do dia era “relex total”, caminhadas, paisagens
maravilhosas, visita ao farol, forte, a água tem uma temperatura
agradabilíssima e as praias são paradisíacas, passamos três dias
recarregado as baterias e deslumbrando as maravilhas do local.
No dia que saímos da ilha o tempo estava para chuva, o mar agitado,
atracamos no porto em Pontal do Sul, pegamos a motos e pé na estrada,
cruzamos todo o litoral do Paraná, fazendo a travessia de Ferribolt
até chegarmos a Santa Catarina.
Em Santa Catarina ficamos três dias na praia de Ingleses, desfrutamos
de suas belezas e após tanto mar e areia nada melhor do que retornar
para casa, e reencontrar os amigos.
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