Verso2

 

Acima Verso3

 

 

DESDITA ABENÇOADA

 

 

As aves ruflaram as asas,

O cantar se espaireceu,

Findaram-se as brincadeiras

O dia escureceu,

A noite desceu seu manto

E um canto de solidão

Entoou-se pelos cantos,

Como murmúrio de pobre

Passando necessidade,

Sem ter com que as suprir.

 

E o pobre bateu à porta,

Humilde como criança,

Que, com seu choro, balança

A arrogância do nobre.

Gritou: - Senhor, vim de fora,

Sou peregrino, caminho

Pelas vertentes do abismo.

Estou aqui eu faminto,

Dái-me um prato de comida,

Para matar esta fome,

Que me consome a barriga.

 

Nesta lida aventureira

De cigana derradeira,

Que resolvi assumir,

Me recomponho no espaço

E assim vivendo retraço

Outras linhas de outras vidas.

Canto cantares cantados

De outras encarnações

E, assim vivendo, eu faço

Cumprir mia destinação!

 

Vi passarem pelos ares

Inúmeras ventanias,

Que derrubaram casebres

E outras habitações,

Que havia nestas cercanias,

Agora me recomponho,

Na mesa tudo reponho,

Revivo este ciclo como

Outros já vividos antes.

 

Custei a achar meu rumo

E agora que o encontrei,

Firme e forte em mim me aprumo,

Para seguir o caminho

Desta direção bendita,

Desta sina abençoada,

Que outros acham desdita,

Mas me foi aquinhoada!

 

 

 

 

 

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  REGISTROS AUTORAIS

 I -  Fundação BIBLIOTECA NACIONAL

   MINISTÉRIO DA CULTURA

                                                  Escritório de Direitos Autorais

      Certificado de Registro ou Averbação

            No. do Registro  :  250.836   Livro  :  446   Folha  :  496

                                                       "VERSOS SACRÍLEGOS"

  Poesia

        Protocolo do Requerimento  :  2002SP_439

  114 página(s)

      Dados do requerente

          MARIA DO CARMO LOBATO TEIXEIRA

          Rua Pires da Mota, 550, apto.131

  Aclimação

            São Paulo/SP, CEP: 01529-000

 

            Para constar lavra-se o presente termo nesta cidade do Rio de Janeiro,

                       em 30 de janeiro de 2002, que vai por mim assinado.

 

                                                  Analisado por Pedro José Guilherme de Aragão

                                                             O referido é verdade e dou fé.

 

                                              

                                                                       João Willigton

                                                       Chefe do Escritório de Direitos Autorais

 

II  -  Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

                 (Câmara Brasileira do Livro,  SP,  Brasil)

         Lobato, Maria do Carmo

              Versos Sacrílegos  :  poemas/Maria do Carmo Lobato

               São Paulo: M.C.L.Teixeira, 2001

 

               1.  Poesia brasileira I. Título.

 

 

01-3457                                                            CDD-869.915

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                   Índices para catalogo sistemático

1.  Poesia  :  Século 20  : Literatura brasileira

        869.915

2.  Século 20 : Poesia  :    Literatura brasileira

        869.915

 

                

desenvlvido por mauricio m candermo tel: 68547275
Última modificação: terça-feira 15 junho, 2004.