Colégio de Aplicação da UFS pode virar sucata.

Alguns pais estão pedindo transferência dos filhos com medo da falta de segurança

Por: CÁSSIA SANTANA


Jorge Alves: Decepção com o lixo.

Criado como uma espécie de laboratório do Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe, o Colégio de Aplicação, que deveria ser

modelo em escola pública no Estado, está praticamente sucateado. Atualmente é um espelho das escolas públicas comuns espalhadas nos

75 municípios sergipanos e em outros cantos do país.


As instalações físicas estão em situação precária. A infiltração nas paredes é visível, há goteiras nas salas de aula, móveis e pintura estão completamente deteriorados e o prédio está cercado por lixo, um aparente descaso com o patrimônio público. “Parece um prédio abandonado”, classifica, decepcionado, o engenheiro civil Jorge Roberto Alves, empresário da área de automação residencial que sempre estudou em escola pública.


Jorge é um dos pais revoltados com a estrutura daquele Colégio. Este ano ele tomou uma atitude radical: pediu transferência da sua filha I.S.A., de 12 anos, matriculada no Colégio desde 2001. A filha dele está na relação dos seis alunos que pediram transferência até terça-feira da semana passada. “Desde o primeiro dia de aula da milha filha, fiquei espantado com a estrutura, conversei com a direção e tive esperança de ver a situação modificada”, informa o engenheiro.


Hoje, ele confessa que trocou o sentimento. “Agora eu tirei minha filha do Colégio por medo”, admite. “Tenho medo da falta de segurança e do colégio ir se definhando e minha filha perder a motivação”, explica. “Só há uma portaria fictícia, a direção da escola trata as crianças e adolescentes como alunos universitários e isso é precocidade porque os alunos do colégio precisam de um tratamento diferenciado, adolescentes

precisam de um guia”, analisa.