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Patativa do Assaré, nasceu dia 05 de Março de 1909 e vive intensamente todas as emoções. Como poeta sensível, ele chorou e riu ao mesmo tempo. No entanto, colecionou muito mais vitórias do que derrotas. Sua maior alegria foi a publicação do livro "Inspiração Nordestina". A maior tristeza foi a morte de Belinha, sua mulher. Patativa chega ao fim do milênio como um dos maiores gênios nordestinos do século XX. Com 92 anos (2001), Patativa mantém um grande acervo de livros publicados, músicas gravadas pelos maiores intérpretes do Brasil, dentre os quais, Luiz Gonzaga que gravou "A triste partida" e Raimundo Fagner, intérprete de "Vaca estrela", "Boi Fubá", bem como, uma coleção de troféus, títulos de cidadania, homenagens de autoridades, título de Doutor Honoris Causa da Universidade Regional do Cariri, prêmio de Amigo da Cultura entregue pelo Ministério da Cultura, centenas de reportagens e entrevistas.

A poesia rasteira de Patativa, os versos roceiros com gosto de sertão e cheiro de mel de engenho, ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Sua obra foi estudada na Universidade de Sorbone, França. Alguns de seus poemas foram traduzidos para o inglês pela Universidade de Liverpool. A poesia "Caboclo roceiro", por exemplo, foi traduzida para o inglês com o nome de "Peasant Farmer". É muita coisa para um pobre matuto que não teve condições de frequentar uma escola. Mas esta visão humanística do mundo tem uma razão de ser. Patativa é um autodidata, que leu tudo quanto encontrava pela frente.

A casa pobre, de taipa, localizada na Serra de Santana, a 20 quilômetros da Cidade de Assaré, no Estado do Ceará, foi lá no pedaço de chão, herdado dos pais, que ele nasceu e vive a maior parte de sua existência.

Incluído entre as 10 personalidades do Século, em Abril de 2001, uma promoção da Rede Globo de televisão e a TV Verdes Mares de Fortaleza no Ceará, Patativa diz que, "é sempre uma honra figurar numa relação de nomes da mais alta expressão". Continua: "É demais para um matuto pobre que nasceu na Serra de Santana e viveu a maior parte de sua vida, plantando roça e fazendo poesias'. Patativa ressalta que esta lembrança é um reconhecimento à coerência de vida, à verdade e ao clamor por justiça que pautaram sua vida e sua obra.

Patativa do Assaré, esse nosso grande poeta de fé, tornou-se conhecido em todo o Brasil como poeta matuto, que não concluiu, sequer, o curso primário.

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Texto: Jornal Diário do Nordeste - 01 de Março de 2001

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