O Buldogue Campeiro, até o fim da década de 1960, era relativamente comum na região sul do Brasil. Teve sua origem no Buldogue Inglês do tipo antigo, introduzido nesta área pelos imigrantes europeus, no século XIX. Este cão é bem mais forte e ágil que o atual Buldogue Inglês, que hoje é utilizado quase que exclusivamente como cão de companhia. Já os Buldogues do tipo antigo possuíam membros mais altos e mais retos, e eram cães de trabalho, muito mais fortes e resistentes do que os atuais.

O nome, originário do inglês Bull Dog, foi se adaptando ao português e à fala campeira, sendo hoje conhecida também por "Burdogue", "Bordoga" ou "Buldogue Pampeano". A função principal do Buldogue Campeiro era acompanhar os tropeiros que levavam o gado das fazendas para os matadouros, pastoreando e agarrando com suas fortes mandíbulas todo o boi que se desgarrava do rebanho.
Esses Buldogues de trabalho foram sendo selecionados naturalmente, visando a funcionalidade. Os muito pequenos tinham dificuldade para percorrer grandes distâncias e de poder tracionar, segurando o boi. Por outro lado os que através do cruzamento com outras raças ficavam muito altos, também levavam desvantagens na precisão de movimentos, ficavam vulneráveis às investidas dos bois e perdiam o instinto de pegador.

Apesar de proporcionalmente este cão ser um pouco pesado, graças à sua força e agilidade, consegue agarrar pelo focinho e dominar animais com mais de 400 Kg. Ainda hoje é usado como cão de trabalho em fazendas e matadouros do interior. Na década de 1970 esteve em vias de extinção, vindo novamente a ter expressividade após um dedicado trabalho, realizado pelo criador, incentivador e maior responsável pelo resgate desta raça, Sr. Ralf Schein Bender.

O Buldogue Campeiro hoje pode ser visto também na cidade, onde é um excelente cão de guarda e companhia. Seu temperamento calmo e determinado faz dele um cão útil e de fácil manejo. Ele é dócil com crianças, fiel com os donos e reservado com estranhos.

A pelagem é curta, lisa e de textura média.

A cor pode ser qualquer uma, sendo que a predominância é do dourado ou tigrado, sólido ou com branco. Existem os totalmente brancos (ruins para a lida ao sol). Nunca foi visto em exemplar totalmente negro.
Na aparência geral, o Buldogue Campeiro é um cão de porte médio, robusto, dotado de muita força, agilidade e espírito de luta. Ele é rústico, suportando bem as temperaturas extremas. Fisicamente ele lembra um pouco o Boxer, sendo um pouco mais atarracado e com membros um pouco mais curtos, mas bem estruturados e com musculatura bem desenvolvida. A cabeça é grande, chata, com focinho ereto e mandíbula inferior maior que a superior também lembra muito a do Boxer e do Buldogue. As orelhas são pequenas, implantadas altas e pendentes ou voltadas para trás. A cauda, em geral, naturalmente mais curta e torta, deve ser amputada quando ultrapassar em comprimento a altura do jarrete.
 

PADRÃO

BREVE RESUMO HISTÓRICO: o Bulldog Campeiro tem sua origem nos Bulldogs que vieram para o Brasil trazidos pelos imigrantes europeus desde o século XVIII. Devido à criação de gado ser sempre forte na região sul, os Bulldogs eram bastante usados para capturar o gado selvagem que se criava em meio a um ambiente hostil de campo e mata nativa. Participou de grandes tropeadas sempre capturando o boi fujão. Nos matadouros tinha participação ativa, solicitados para segurar um boi bravo sempre que fosse necessário. Os Bulldogs para o trabalho tiveram uma seleção quase natural, uma vez que os que eram muito baixos, levavam desvantagem em percorrer longas distâncias e em não poder tracionar segurando o boi. E os que através de cruzamentos com outra raça ficavam muito altos perdiam o instinto de pegador, a precisão de movimentos, além de ficarem vulneráveis às investidas dos bois com seus coices e chifradas. O que era considerado um bom cão? O corpo deveria ser forte. A cabeça larga com fortes maxilares; o focinho largo e forte, não curto como o do atual Bulldog Inglês, nem tão comprido como o do Bullmastiff, para que pudesse morder e segurar um boi independentemente do peso. Cão de temperamento vigilante e tranqüilo, com acentuado espírito de luta e companheirismo. Este temperamento teria que ser tão obstinado que não conhecesse limites e tão controlado que sempre obedecesse aos comandos do tropeiro. Assim, "selecionado na lida" nasceu o BULLDOG CAMPEIRO.  

APARÊNCIA GERAL: cão de constituição potente e larga, indicando força e agilidade.

UTILIZAÇÃO: eram usados para capturar o gado selvagem, participando de tropeadas, sempre capturando o boi fujão. Participavam nos matadouros, sempre segurando o boi bravo quando necessário. São cães de grande versatilidade, possuindo características de guardião e de combatente bastante equilibradas. São cães selecionados na lida, "paus para toda a obra", guardando a casa do tropeiro como também a carreta e o seu cavalo, onde jamais alguém chegava se houvesse um Bulldog deitado observando. Além disso, ainda servem de pastor e para derrubar um boi desgarrado. Conviviam em matilhas, respeitando a vontade de seus donos, que era de que não brigassem entre si.

TEMPERAMENTO: é um cão extremamente versátil, com características de guardião e combatente. Destaca-se pela fidelidade ao dono, ama as pessoas que fazem parte do seu dia a dia e tem extrema coragem. Um cão de fácil adaptação; late pouco, é tranqüilo, desconfiado e ciumento. Seu temperamento é de vigilante tranqüilo, com acentuado espírito de luta e companheirismo. De fácil convívio com as crianças (nunca se soube de um Bulldog Campeiro que tivesse mordido uma criança). Aceita totalmente o controle do dono ao qual é submisso e fiel como uma sombra.

CABEÇA: larga, com fortes maxilares.

Crânio: bastante largo e alto.

Focinho: curto e largo com aproximadamente 1/3 do comprimento do crânio. Não curto como o do atual Bulldog Inglês, nem tão comprido como o do Bullmastiff.

Orelhas: pequenas, pendentes, ou viradas para trás, implantadas no alto.

Olhos: ovalados. O mais escuros possível.

Lábios: um pouco pendentes, com bochechas arredondadas.

Maxilares: mordedura forte com acentuado prognatismo.

Pescoço: de comprimento moderado e muito forte.

MEMBROS

Anteriores

Ombros: largos, musculosos e oblíquos.

Aprumos: membros vigorosos, antebraços bem desenvolvidos e de linha levemente inclinada, de ossos fortes e retos.

Patas: levemente viradas para fora.

Posteriores: musculosos; coxas bem desenvolvidas, que indicam vigor e atividade.

Jarretes: moderadamente angulados.

CORPO

Membros: vigorosos.

Dorso: moderadamente curto, com linha ascendente até a garupa.

Peito: amplo, de espessura notável.

Costelas: bem arqueadas.

Antebraços: bem desenvolvidos e de linha levemente inclinada, de ossos fortes e retos.

Patas: levemente viradas para fora.

CAUDA: normalmente o Bulldog Campeiro já nasce com a cauda mais curta e torta; mas, visto que, alguns bons exemplares ainda nascem com a cauda longa, que ultrapassa a altura do jarrete, essa deve ser amputada.

PELAGEM: lisa, de textura média (nem muito macia nem muito dura). Pêlo curto. Todas as cores são permitidas. A predominância é do dourado ou tigrado, sólido ou com branco. Já existiram Bulldogs Campeiros totalmente brancos (não é bem para a lide ao sol). Nunca foi visto um totalmente negro.

TALHE

Altura: A altura ideal é de: 48 cm a 58 cm.

PESO: de 35 kg a 45 kg aproximadamente.

FALTAS: Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.

Observações:

O Bulldog Campeiro é um cão extremamente rústico que não apresenta problemas de saúde comuns do Bulldog Inglês.

O Bulldog Inglês e o Bulldog Campeiro são duas raças com funções distintas. O Inglês tem uma aparência maravilhosa, é um cão de companhia e ótimo para apartamento. O Campeiro é um cão para guarda e trabalho.

NOTA: os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

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