Férias Malucas - Onde Tudo Pode Acontecer

Capítulo 10

- Dá para repetir? - Rebeca estava com as pernas bambas e não conseguia acreditar naquilo, como todas as outras.

- Com prazer. Nós estamos oficialmente convidando vocês para dormirem em nossa humilde casa. - diz Nick com toda a educação que ele tinha.

- Nós não podemos! Digo, não devemos! - Rebeca grita e todos da recepção olham para ela.

- Ah, o que teria de mal de dormirmos lá? Vamos maninha! Eles não mordem! Não é garotos? - Rachel recebe um aceno positivo dos rapazes.

- Eu se fosse você não teria tanta certeza. - Rebeca parou para refletir um pouco. - "Se nós dormirmos lá, eu poderia ter alguma chance com o Howie! Mas..." Seus pensamentos são interrompidos por Carla, que fala em nome de todos:

- Tudo bem! Mas só essa noite! Depois, nós vamos procurar um hotel, não é mesmo meninas? - ela olha para suas amigas e fazem 'sim' com a cabeça um pouco tristes. – E depois vocês explicam o porquê dessas caras.

- Eu acho melhor nós irmos agora, pois já é tarde. E nós ainda não tivemos uma noite de sono decente desde que Brian foi para o hospital. - diz A.J. pegando de seu bolso a chave do carro. - Vamos!

As meninas pegaram suas coisas e foram embora. Mas estavam tão distraídas que nem se lembraram de Carol. Enquanto eles iam para a casa dos rapazes, acontece uma conversa no hospital:

- E... doutor, quando eu vou poder voltar para casa? - perguntava Kevin para o médico encarregado de olhá-lo.

- Se eu disser você promete que não vai ficar pulando por aí? - ele recebeu um aceno positivo de Kevin e continuou. - Bem, você poderá ir amanhã de manhã, mas ainda estará em observação, ou seja: nada de se irritar ou fazer esforços.

- Tudo bem! - Kevin estava super feliz e foi para a cama dura do hospital dormir um pouco.

Já eram 0:00. A BMW de AJ parou em frente a uma casa não muito luxuosa. Todos desceram do carro e Nick, Howie e AJ ajudaram as garotas a levarem as malas.

- Uau! Que casa linda! - Dany estava maravilhada, pois a casa não era gigantesca, mas poderia impressionar qualquer um.

- Eu durmo no sofá da direita! - diz Carla que vai correndo para o sofá mais fofo.

- E quem disse que você vai dormir no sofá? - Nick estava imitando um pai furioso. - Mocinha, você está de castigo! - com isso conseguiu arrancar risadas de todos, menos de Carla, que o olhava muito brava.

- Você não acha que eu já passei da idade de pai ficar me dando bronca? - diz ela tentando tirar uma com a cara dele. Mais risos foram ouvidos.

- Chega de brincadeira. Nós temos dois quartos vazios. Vocês podem se dividir e vão dois para cada um. Eu pensei da Rachel e da Rebeca ficarem juntas em um, e Carla e Dany em outro. - AJ interrompia a "Sessão Risada".

- Eu não durmo com ela nem morta! - exclamaram Rachel e Rebeca ao mesmo tempo, como se tivessem combinado.

- Então a Rachel dorme comigo. Ela ainda tem muito que me contar... - Carla resolve o problema.

AJ e Nick mostram os novos quartos para as garotas enquanto Howie preparava o lanche. Depois de lancharem e conversarem bastante, cada um vai para o seu quarto. Carla fecha a porta correndo e vai desesperadamente na direção de Rachel.

- Agora conta! Conte detalhe por detalhe, quero ficar sabendo de tudo! - ela estava pulando na cama.

- Contar o quê? - Rachel fingia-se de desentendida.

- Dã... Do lanche com o AJ.

- Com o Nick e a minha irmã. - Rachel recebeu um olhar de "não enrola e conta logo". - Tá bom... Enquanto a minha irmã e o Nick pediam desculpas pelo AJ ter derrubado umas duas ou três mesas, ele me perguntou: "E então? Você está livre no sábado à noite?" - Carla começou a rir vendo Rachel imitando AJ.

- E você falou o quê? - diz Carla, ainda morrendo de rir.

- Ah, você sabe. Eu disse que não, aí ele me convidou para irmos no cinema. - ela olha para Carla, esta ficou muito séria e mandou um olhar do tipo "e o quê você disse".

Rachel, não entendendo, foi na mesa e encheu um copo com água. Carla ficou olhando-a. Quando ela se sentou de novo, Carla falou:

- E você aceitou?

- O quê? Ah, claro, né! Que pergunta idiota! - agora foi a vez de Rachel rir.

 

--- Enquanto isso, no hospital, mais especificadamente, no quarto de Brian ---

Carol já não agüentava mais ficar acordada. Estava quase dormindo. Já se passava da 2:00 da madrugada e ela já não estava mais conseguindo deixar os olhos abertos. Brian se virou, deixando espaço na cama, e murmurou umas palavras bem baixinho, mas o suficiente para Carol despertar:

- Pode deitar. Tem muito espaço aqui.

Ela o olhou. Não conseguia acreditar que mesmo doente se preocupava mais com os outros do que com ele mesmo.

- Não se preocupe comigo. Eu estou bem. Apenas durma. - Carol também cochichava.

- Só faço isso se você prometer não contar o que aconteceu de tarde.

- Eu prometo. Smack! Durma com os anjinhos, Brian.- Ela deu um beijo no rosto de Brian e o deixou dormir.

 

---De manhã---

Kevin estava super agitado. Andava de um lado pro outro do quarto e não conseguia ficar parado. Resolveu que iria embora, mas primeiro iria avisar Brian. Em menos de 5 minutos, ele já estava na porta do quarto.

- Bem, vamos ver. - click. Um barulho confirmou a dúvida de Kevin - A porta está aberta. É melhor eu não fazer barulho, pois Brian pode estar dormindo.

E não deu outra: quando Kevin entrou, não viu só Brian dormindo, também viu uma garota dormindo e segurando a mão de Brian.

- Quem é você? O que está fazendo aqui? - grita e Kevin e com isso faz Carol acordar.

- Eu... eu... - Carol não estava entendendo direito a situação, mas estava com medo da voz de Kevin.

- Sai daqui! Vai logo! - Kevin estava muito irritado.

- Mas... eu...

- Vai logo! Se não... - Kevin levanta a mão para Carol mas logo em seguida pára e começa a se agachar.

- Você está bem? - Carol, mesmo com medo, foi ver como ele estava.

- Não toque em mim! E aproveite e vá embora! - Kevin se sentia fraco, já não conseguia mais gritar como no começo.

Depois disso, Carol saiu chorando do quarto. Quando a porta se bate, Brian acorda.

- O que aconteceu? Kevin! Você está bem?

Kevin estava com a respiração rápida. Acabara de acontecer o que o médico havia dito: Se ele se irritasse muito, iria sentir tonturas e ficaria fraco. Brian levantou e, com muito esforço, colocou Kevin em sua cama. Depois de Kevin se acalmar um pouco, Brian voltou a fazer-lhe perguntas:

- Primo, como você veio parar aqui? E a Carol, onde está?

- Brian, me deixa! - Kevin ainda não havia se recuperado totalmente. - Eu vou embora e você vai fingir que nada aconteceu. - ele diz isso já tentando se levantar.

- Não mesmo, senhor. Você fica aí deitadinho nessa cama enquanto eu chamo um médico. - Brian pega o telefone e continua. - E se você tentar se levantar dessa cama, eu te jogo nela de novo.

- Brian, eu não acredito que você está fazendo isso...

- Olha priminho; eu tenho que fazer isso. E o único motivo é que quando eu estava muito mal, você me ajudou. Agora que você não está bem, eu tenho que te ajudar.

- Mas Brian... Hoje era o dia que eu poderia ir embora daqui. Eu só vim aqui te avisar e se você falar disso para o médico é bem capaz que eu fique aqui mais tempo que você. - Agora Kevin já havia se acalmado, mas ainda estava tonto e fraco.

- Kevin. Me desculpe. Mas isso é para o seu bem. - do outro lado da linha atendem ao telefone. - Alô? É da recepção do hospital?

- Sim, senhor. O que deseja?

- Eu gostaria que você pedisse para algum médico vir até o quarto 512.

- Claro que podemos. Aguarde no máximo 10 minutos que haverá um médico nesse quarto.

Brian desligou o telefone e voltou a olhar Kevin. Ele estava bravo, pois não conseguiria sair daquele hospital. Quase que do nada, a porta se abre e entram no quarto o médico encarregado de cuidar de Kevin e Carol ficou parada na porta. Ela ainda estava com lágrimas nos olhos.

- Bom... Kevin, Kevin. Eu te disse... Agora encare as conseqüências: Você não poderá ir embora hoje, sinto muito. - dizia o médico com a maior paciência do mundo.

- Mas doutor... - ele (Kevin) ainda tentava falar.

- Nada de 'mas'. Quando se acalmar, terá que pedir desculpa para Carol. Entre Carol. O Kevin não vai mais te fazer chorar; não se preocupe.

Carol entra na sala ainda triste. Ela vê Brian e se alegra um pouco. Estava feliz por ele já conseguir ficar de pé. Mas ela não queria conversar com Brian; não naquela hora. Se conversassem, ela demonstraria o quanto frágil era. Não queria preocupar ninguém.

Um silêncio desagradável caiu sobre eles. O médico estava examinando Kevin, enquanto Carol e Brian se olhavam estranhamente. Um telefone toca. Quebra-se o silêncio. Carol sabia que o telefone que tocava era o seu celular. Mas não o achava. Brian estava do lado do celular de Carol.

O médico falou que preferia que Brian atendesse, pois Carol não estava com muita vontade de falar com ninguém.

- Alô? - Brian começou.

- Alô? - Carla estranhou a voz. - Eh, quem tá falando?

- Desculpe, não posso me apresentar. Com quem deseja falar?

- Eu pensei que esse era o número do celular da minha irmã... Desculpe, foi engano.

- Espere! Não desligue! Esse é o celular dela sim.

- Posso falar com ela? Peraí... Sua voz não me é estranha... Deixe-me pensar... Brian! O que você está fazendo com o celular da minha irmã? - Carla espantou-se com sua própria descoberta.

- Bom... É uma longa história... Mas deixa eu ver se ela pode atender. - ele vira-se e pergunta a Carol: - Carol, é a sua irmã. Quer falar com ela?

Carol pegou o telefone e disse um Alô muito desanimado.

- O que foi Carol? Você está triste? - Carla ficou preocupada.

- Nada. Fala logo o que você quer.

- Eu só queria saber onde você passou a noite. Nós todos ficamos preocupados com você... Tem certeza que está bem?

- Eu... Eu passei a noite bem, obrigada. - Carol não queria contar a verdadeira história e tentava disfarçar.

- Tá bom. - diz ela num tom sarcástico. - Pensa que me engana... Tsc, tsc, tsc. Tudo bem. Se não quer me contar a verdadeira história eu não ligo. Onde você está agora?

- Por que você quer saber?

- Simples: O AJ tá com a BMW dele ligada para ir te buscar.

- Eu vou a pé depois.

- Não vai não. Você não sabe onde estamos. Olha Carol, você está escondendo uma coisa muito séria de mim, pois sua voz está dizendo que você quer chorar. Mas se você contar primeiro para a Rebeca o que aconteceu, esqueça que eu sou sua irmã.

- Não Carla. Espera. - agora ela estava com mais vontade de chorar.

- Eu já sei onde você está. Eu vou aí junto com o AJ para te buscar. - logo em seguida, Carla desliga o telefone.

Carol saiu correndo da sala, pois não queria chorar na frente de Brian. Estava em um dos seus piores dias. Se trancou no banheiro e de lá não saiu mais. Chorou. Muito por sinal. Sua blusa estava toda molhada. Ela não conseguia parar.

Enquanto isso, Carla e AJ vão em direção do hospital. No caminho, Carla explica à AJ que foi Brian quem atendeu o telefone. O que deixava óbvio que Carol estava lá. Quando chegaram no hospital, foram direto para o quarto de Brian.

Abriram a porta rapidamente e não encontraram Carol no quarto. Só viram Brian, Kevin e um médico...

- A Carol não estava aqui? - disse Carla já preocupada com sua irmã.

- Estava. Depois que ela desligou o telefone saiu correndo daqui e não disse para onde ia. - Brian respondeu, mas sem muito ânimo.

- Então ela correu para não chorar na frente do Brian... Interessante. - Carla falava mais para ela mesma do que para os outros.

- Como disse? - Brian tinha escutado.

- Eu disse que... Bem, a minha irmã é muito orgulhosa. Não quer que os outros saibam que ela é frágil. Por isso, saiu da sala para chorar sozinha. - Carla revela o maior segredo de Carol. - Ela não gosta que ninguém saiba, mas às vezes é preciso.

- E onde você acha que ela está agora? - AJ também estava preocupado.

- Não sei. Acho que foi para um banheiro ou coisa assim. Já sei! Vou ligar para ela! – Carla pega o telefone e disca o número da irmã. Ela atende no 1º toque. - Alô? Carol, você tá bem?

- Carla, vem aqui... - ela ainda estava chorando. - Eu tô no 2º banheiro desse andar.

- Eu já estou indo! - ela desligou o telefone. - Gente, eu tô indo vê-la, qualquer coisa me liguem no celular.

Carla chegou no banheiro e foi falar com Carol. Ela finalmente parou de chorar um pouco. Não queria contar o que aconteceu, mas acabou contando. Carla ficou espantada com a história. No começo, Carol relembrava os momentos bons que teve ao lado de Brian, mas depois, foi ficando com vontade de chorar de novo.

- Carol, pode chorar. Faz bem, pois você tira um peso enorme das costas e desabafa. E desculpa por eu ter falado que não queria mais ser sua irmã. Eu só estava irritada porque você não contava o que havia acontecido.

- Tudo bem. Mas, o que você vai fazer agora? – perguntava ela já enxugando as lágrimas, pois já se sentia bem melhor.

- Deixa comigo. Te garanto que vai ser divertido- diz ela com um sorriso maldoso.

 

O que será que Carla vai fazer? Será que vai ser mesmo divertido? E Kevin? Será que vai sair do hospital?

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