
Sou como um vale,numa
tarde fria
Quando as almas dos
sinos de uma a uma
No soluçoso adeus da
Ave-Maria
Expiram longamente
pela bruma.
É pobre a minha
messe.É névoa e espuma
Toda a glória e o
trabalho em que eu ardia...
Mas a resignação
doma e perfuma
A tristeza do termo do
meu dia
Adormecendo no meu
sonho incerto
Tenho a ilusão do
prêmio que ambiciono
Cai o céu sobre mim
em pirilampos...
E um recolhimento a
Deus oferto
O cansado labor e
inquieto sono
Das minhas povoações
e dos meus campos.
Olavo Bilac
