GEOVANE BRAGA

19/07/2007

 

PODEMOS CRIAR UM SAMBA ENREDO COM  AS GOZADAS DESGRAÇADAS  DE MARTA

(O CINISMO HUMANO. É A HISTORICIDADE DO REGIME MILITAR)

E Mentira tudo mentira! As relações humanas são traços das mentiras desenvolvidas pela convicção da desrespeitabilidade  coletiva ou individual.  O homem ingressou ou sempre esteve na moda dos falsos valores do cinismo? Podemos observar que somos frutos de uma oposição radical , que são ativas as regras e convenções  socioculturais. No Espírito Santo percebemos os falsos circularem na política e dentro das instituições litúrgicas e em qualquer outra etapa social. O instinto da verdade esta abolida nas relações. As máscaras estão espalhadas por todos os espaços. Sobre Nietzsche, em seu livro "Fidelidade à terra, arte, natureza e política", Rosana Suarez assim falou: 
 

A idéia de um mundo submetido a sucessivos mascaramentos ou, mais radicalmente, construídos por máscaras e disfarces ocorre bem cedo a Nietzsche. Ela se fortalece em torno de uma concepção  da linguagem cuja Tonica e a inadequação a discordância, o desacordo entre linguagem e mundo, entre  palavras e coisas. Por esse viés, o tema do mascaramento do mundo  vigora como correlato ao tema da “ tradução traidora “ do mundo pela linguagem . Tema que , em principio,  Nietzsche não desenvolver com recursos inéditos . eles se encontram também em autores  contemporâneos  que tematizam o caráter trópico ou metafórico da linguagem , pára mencionar essas noções – chaves dos escritos nietzschianos de 1872 a 1875 Focalizar o caráter metafórico das palavras equivale a sublinhar a distancia inevitável contida na noção retórica de transposição  , e ate a incomensurabilidade , o salto entre as palavras e as coisas   (Suares , 2003: 97 ) 
 

Essa citação vem mostra os mascaramentos sociais que estão espalhados em todos os cantos ou grupos sociais . Não sou santo. Entretanto, penso como um homem de verdade que  pauta sua vida pela transparência . As mascaras obviamente estão fincadas nos traços das politicagens sujas.  Não quero ofender os maravilhosos compositores de samba enredo.  No entanto, para tentar amenizar os sofrimentos de todos os brasileiros. Acho viável criar um samba para criticar toda essa sujeira estampa na nossa política.  Estou extremamente estarrecido, com toda a situação narrada nos últimos dias, pelos jornais. Os atores centrais dessa novela mexicana carregada de mentira são os nossos desgraçados políticos . Diante do fato , vamos analisar o texto e depois vamos tentar transformá-lo em samba, pois só esse ritmo maravilhoso pode abafar nossas angustias . Sendo assim , nesse artigo lembraremos da ditadura militar, e as verbalizações inadequadas dos políticos que chocam a opinião publica.

Ouvimos nossa Ministra Marta Suplicy, afirmar, que os problemas devem ser esquecidos.  Devemos, relaxar e gozar (Orgasmos múltiplos de preferência para não questionar sobre o tema) com intensidade.  Imagino as pessoas no aeroporto de São Paulo gozando coletivamente. Nossa, fiquei até excitado  quando a ministra falou em dar uma gozadinha. Gostaria de gozar também! Adoro uma sacanagem! Uso preservativo! Pois não quero contrair essa desgraça de HIV.

Não foi a primeira vez que ouvimos uma besteira. Lembrar do presidente Fernando Henrique  quando chamou os aposentados de vagabundo? Relembraremos, das palavras do Deputado Clodovil quando ofendeu as mulheres.  Lembraremos, da deputada gorda que dançou quando o colega não foi caçado. Outra lembrança, e a cueca suja do deputado carregada de dinheiro. Não esqueceremos do senador Renam. Ele é suspeitamente o empresário, que alcançar um índice de negociações que fogem da realidade brasileira.

Vivemos em dias de tensão, pois podemos perder nossa liberdade de expressão. Atualmente vivemos, uma tentativa de bloquear algumas programações na televisão.   É uma questão absurda, pois temos o direito de escolher nossos produtos televisivos. Entretanto, os políticos não podam suas falas. O povo deve ir para ruas para alcançar sua soberania.  Lutaremos pela moralização das ações políticas. O estado deve atuar com serenidade e determinação sob o pálio da legalidade e espírito de justiça respeitando o povo. Chamaremos os políticos de destruidores da nossa nação e do povo brasileiro que tem fome de honestidade. 

Sairemos da contemporaneidade e vamos recortar a historicidade nacional. Lembramos Quando os militares assumiram o poder e deram o golpe de 1964. Derrubando o governo do presidente João Goulart. A ditadura instalada no país trouxe torturas, prisões. Muitos artistas exilados e a vida cultural sofria nas mãos dos censores que investiam em técnicas para podar todos aqueles que pretendiam, externar contra o regime. Nos anos sessenta houve um movimento contestador que teve influência nas manifestações artísticas e sociais causando um clima de pânico para os promotores de teatro, pois os ideais da política corrosiva estava distante das diretrizes propostas pelos grupos instalados no país.No final de 60, o teatro era um segmento cultural de maior organização na luta contra a ditadura, Conforme afirma Michalski (1989:33):

[O ano de 1968] talvez tenha sido o mais trágico de toda a história do teatro brasileiro. A censura seja oficial ou oficiosa, assume o papel de protagonista na cena nacional, desencadeia uma guerra aberta contra a criação teatral, torna-se incomodamente presente no cotidiano dos artistas. Já em janeiro o general Juvêncio Façanha (que no ano anterior já havia mandado aos homens de teatro e cinema o ameaçador recado: ”Ou vocês mudam, ou acabam”) dá em público uma estarrecedora declaração, que define com clareza a atitude do regime em relação à atividade cênica: “A classe teatral só tem intelectuais, pés sujos, desvairados e vagabundos, que entendem de tudo, menos de teatro”.

Várias montagens foram bloqueadas.  Sobre o ano de 1968, em relação à ditadura militar Schwarz, comenta:

Se durante algum tempo após a instalação do regime militar ainda foi possível produzir cultura ligada à ideologia socialista, a partir de 1968, o panorama sofria uma mudança drástica. O regime se endurecia lançando o Ato Institucional nº 5, numa resposta aos grupos que se haviam organizado em guerrilha, promovendo a luta armada. A censura passava a atingir os melhores filmes, o melhor teatro, os melhores musicais. "Será necessário trocar ou censurar os professores, os encenadores, os escritores, os músicos, os livros, os editores – noutras palavras liquidar a própria cultura viva do momento" (SCHWARZ, apud ANDRADE, 1997:20). 
 

Os críticos da época eram discretos para não ferir as regras impostas pelo governo. Mesmo assim, tentavam desenvolver, nas entrelinhas, críticas contra o sistema. Décio de Almeida Prado no seu livro Exercício findo (1987:15) faz a seguinte afirmação:

O exercício da crítica, em tais circunstâncias, tornava-se também em parte um jogo de esconde-esconde, em que as entrelinhas falavam às vezes com mais eloqüência do que as palavras. Não nos podíamos furtar a obrigação de interpretar os enigmas propostos em cena – isso não era difícil –, sem que as nossas considerações pudessem se transformar eventualmente em acusações por parte do governo. Dedo apontando em direção a alguém corria sempre risco de ser usado num indiciamento policial, convertendo-se no famoso "dedo duro" da expressão popular e comprometendo exatamente a pessoa ou companhia que se queria distinguir. [...] O teatro caminhava entre o proibido e o permitido como sobre um fio suspenso no ar. Qualquer passo em falso significava, se não a prisão, a possibilidade de cancelamento do espetáculo, com prejuízos insuperáveis. 

No final de 70, o governo  patrocinava as iniciativas culturais . Construindo e reformando espaços culturais e, principalmente, teatros e monumentos do patrimônio histórico  . Era um momento híbrido, pois de um lado tínhamos um governo que apoiava as manifestações; e do outro lado, um governo arbitrário que tinha como meta abolir os textos teatrais e os espetáculos indesejáveis. Tudo isso traduz o paradoxo De um lado, o regime que investe na produção teatral; de outro lado, esmaga os resultados por meio da censura e de outros mecanismos de repressão.

Segundo Ana Maria Baiana (2006:114), "Depois do AI-5 e ao longo dos anos 70, mais de 450 peças teatrais foram proibidas, e um número infinitamente maior foi modificado pela ação de cortes dos censores".

No Espírito Santo, por exemplo, a peça infantil Chapeuzinho vermelho foi proibida de ser montada, sem maiores explicações. Esses detalhes históricos  apontaram toda desonestidade  instalada no nosso pais. Precisamos impedir essa política suja. Nas próximas eleições não vamos eleger esses desavergonhados

Vamos ser felizes! Vamos nos encontrar no próximo ano na avenida!

Abraços!

Geovane Leonardo Braga dos Santos
Bacharel em Comunicação Social, teatrólogo e professor universitário
geovaneteatro@hotmail.com