NOVA DÉLI DISCUTE AUTONOMIA PARA A CAXEMIRA INDIANA
NEW DELHI (AFP) - Fontes governamentais disseram que Nova Déli abriu conversações com um representante do agitado estado indiano da Caxemira, sobre garantir autonomia para o estado insurgente.
As fontes disseram que a primeira rodada de conversações aconteceu em Nova Déli, entre Arun Jaitly, um ex-ministro indiano e porta-voz do partido do governo, BJP, e o ministro Ghulam Mohiudin Shah, da Caxemira.
"Durante uma hora e meia de conversas, os dois líderes discutiram formas de restabelecer a paz no estado às voltas com problemas,"disseram fontes governamentais à agência de notícias da Índia Press Trust.
A assembléia da Caxemira de julho de 2000, aprovou uma resolução pedindo a Nova Déli que conceda autonomia à região, exceto nas questões de defesa, finanças e comunicações.
A resolução foi rejeitada sumariamente por Nova Déli que disse que iria alimentar os sentimentos separatistas na Caxemira.
O primeiro-ministro Atal Bihari Vajpayee, finalmente, há dez dias atrás concordou com os pedidos da Caxemira de nomear Jaitly como ponta de lança para discutir a questão da autonomia com o governo da Caxemira.
A Caxemira foi autônoma até 1953 e continua a usufruir status especial pelo artigo 370, da constituição indiana.
Tem a sua própria bandeira e nenhum indiano tem autorização para comprar terras na região. O BJP e outros grupos indianos radicais vêm exigindo a revogação do artigo 370.
O ministro chefe, Faruq Abdullah, em discurso na assembléia da Caxemira, na sexta-feira, também se comprometeu em conquistar a autonomia para a região sob disputa.
A Caxemira vem sendo assolada por um movimento islâmico separatista dessde 1989, que já matou pelo menos 36.500 pessoas. Os separatistas estimam que este número seja o dobro.
Os líderes da guerrilha baseada na Caxemira administrada pelo Paquistão rejeitam categoricamente a autonomia como solução para meio século de disputa, dizendo que os caxemires não querem ficar sob domínio do governo indiano.
"A luta da Caxemira não
é pela autonomia e sim por liberadade (da dominação indiana), em nome da qual já foram
sacrificadas 80.000 vidas", disse Syed Salahuddin, líder do conhecido grupo rebelde
Hizbul Mujahidin, emmeados de julho, quando o plano de autonomia foi debatido