Entretanto, o outono chegou, e com ele, também, um calor de verão. Finalmente. Nos bairros mais badalados de São Paulo, como a Vila Olímpia e a Vila Madalena, os filhos das famílias bem sucedidas enchem os bares e as discotecas. Com o som do carro ligado no volume máximo, eles cruzam as ruas da cidade nos seus carrões Pick-up, meio de transporte preferido pelos filhotes das "famílias felizes da vida". É esse grupo de adolescentes que, nos últimos meses, preocupou muito as autoridades e a opinião pública. No Rio de Janeiro, a polícia implantou um grupo especial de investigação para combater os crimes destes jovens de famílias bem sucedidas, chamados "Pit-boys". Eles ganharam esse apelido por causa da preferência pelos cachorros da raça "Pit-bull", tão agressivos como os próprios "Pit-boys". Um deles, depois de não ter conseguido entrar numa festa particular, voltou armado e acompanhado por outros "Pit-boys", para se vingar da "humilhação" sofrida. E as imagens de um assassinato, feitas em preto e branco por uma câmara de segurança no Rio de Janeiro, deixaram o público muito chocado. Nelas, um "Pit-boy" mata um outro jovem com oito tiros. Sentado no seu carro, ele atira na vítima, que tenta fugir das balas, arrastando-se pelo chão. Mas o "Pit-boy" não pára de atirar, até esvaziar o cartucho da arma. Umas semanas depois, a polícia conseguiu prendé-lo numa praia da "Zona Sul", onde ele estava jogando vôlei com seus amigos. |