Um pouco de história

Situação em 1.945 - (Revista Ferroviária)

Reproduzimos abaixo partes do texto sobre a E.F.do Dourado contido no livro Estradas de Ferro do Brasil em 1945, editado como suplemento da Revista Ferroviária, pois também contém informações interessantes sobre essa estrada, principalmente a citação à sua real propriedade, já na época, por parte da Cia Paulista de Estradas de Ferro, detentora então da maioria de suas ações, onde porém a empresa permanecia ainda em 1945 com sua denominação original por força de algumas concessões ainda existentes na data.

"Esta empresa (a Cia. Paulista de Estradas de Ferro), visando a penetração para o interior do Estado, não se ocupou com algumas zonas marginais, onde os interêsses particulares dos fazendeiros progrediam, mas também se afastavam das linhas; isso fez com que tais interessados se unissem em organizações industriais de caráter local cujo trabalho passou a ser subsidiário das linhas troncos da Paulista.

A E. F. do Dourado teve essa origem privada e por alguns anos assim progrediu. Como porém a Cia. Paulista sentisse que essa empresa poderia ter outra projeção econômica e industrial se fosse administrada em conjunto com uma grande aparelhagem industrial (a sua, claro), adquiriu a maioria das suas ações e passou a controlar a direção técnica da exploração dos transportes.

Tendo em vista concessões outorgadas à primitiva empresa e contratos em execução, a E. F. do Dourado continuou sua existência jurídica e comercial, mas, na verdade, trata-se de uma empresa subsidiária da Cia. Paulista.

O capital da E. F. do Dourado, em 31 de Dezembro de 1944, era de Cr$ 12.367.855,30, mas o saldo liquido apurado nesse exercício foi de Cr$ 268.300.70, relativamente pequeno para o movimento da ferrovia. É de notar-se que de 1935 para 1944, o tráfego tem aumentado de maneira acentuada, passando a receita de Cr$ 2.929.626,20 para Cr$ 5.652.935,60; contudo, as contingências econômicas e industriais do nosso país não permitiram um baixo custeio de modo que as despesas foram aumentando paralelamente à receita e no último ano chegaram a Cr$ 5.384.634,80.

Considerando-se que essa ferrovia funciona mais como uma coletora de mercadorias para a rede da Cia. Paulista do que propriamente como empresa autônoma, pode-se dizer que está preenchendo uma principal finalidade, proporcionando vantagens indiretas à grande empresa de que é subsinária.

Obras, Melhoramentos e Tráfego

A conservação da ferrovia obedece às normas da Cia. Paulista e os serviços oferecidos ao público são satisfatórios. É de notar que estão em serviço nessa linha nada menos de 14 locomotivas, 19 carros de passageiros e 230 vagões de diversps tipos; todo êsse material rodante trabalha em combinação com o material da própria Cia. Paulista, em cujas oficinas sofre as reparações e reconstruções de que carece.

Quanto ao tráfego, deve ser observado que o transporte de passageiros aumentou de 210.289, em 1937, para 301.957 em 1944 e as mercadorias transportadas nesse período passaram de 71.724 toneladas a 120.631 toneladas; o transporte do café sofreu grande queda de 1937, representado por 33.843 toneladas, para 1942, quando não passou de 8.078 toneladas, mas em 1944 voltou a 31.573 toneladas"

******** fim********

A seguir, apresentamos um artigo do Jornal "Diário de São Paulo" de 1949, data da efetiva encampação da Cia Douradense pela Cia Paulista de Estradas de Ferro. Observem que era grande a expectativa por melhoras no trecho e para a região como um todo. Esse artigo foi-nos enviado por Elly Roberto de Oliveira jr.

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