“Anoitece...
Na
celeste abóbada, Vésper cintila”.
Pequeno
vaga-lume luze aqui, brilha acolá,
ao
sopro da brisa, antes que ao impulso das asas,
eleva-se
de um coqueiro à palma.
Perplexo,
admirando, fica a peregrina estrela.
Trava-se
então, um florido diálogo,
entre
Vésper e o pirilampo,
que
confessa admirar a estrela,
a
qual retruca, modestamente, num espanto,
que
reflete apenas o esplendor do sol
e
soluça no seu pranto:
“...nem
sempre os mais belos,
são
venturosos e fortes.
O
mais forte componente da felicidade,
é
ter a sonhada liberdade...,
a
aptidão de ir e vir...,
a
faculdade de ser e não ser,
que
mostras possuir...”.
Termina
o diálogo porque,
de
repente repentina aragem,
impele
o vaga-lume que se vai,
acende
aqui, apaga além,
e
Vésper segue esta imagem,
fixa
no céu, seu brilho esvai,
cintilante
como ninguém...
Roberto
Braga da Silva