O que teme o homo sapiens? 

Será a flauta que entoa, 

Que encanta num perpetuar 

Será o som da guitarra! 

Que grita, que chora, o seu buscar? 

É o sopro do vento? 

Será o conjunto da bateria, 

Que rasga o pensar... 

E, novamente cordas que soam, 

Ao fundo um violino 

Arrancando ao véu do tempo... 

No seu estranho soluçar! 

É como o sofrer só, 

Calado, 

Introspecto, 

Somente sentindo, 

Sem poder qualquer palavra balbuciar. 

E, a dor é dilacerante, 

Pois o pranto é da alma... 

Que trai-se num olhar! 

Porque sofre o homo sapiens? 

A sinfonia é universal! 

É a ponte que liga o pensar no pensar... 

É como o arco-íris, 

Em cores e matizes. 

Que a mente vem despertar... 

É o intercalar no mesmo espaço... 

Na quinta, ou sexta dimensão... 

É a união, a fusão do tocar. 

É o tom no mesmo tom. 

O que buscas, homo sapiens? 

O bosque! 

A floresta! o riacho! 

A cascata! 

Buscas o tudo que emudece, 

Que palpita, 

Que fala sem falar, 

Que se trai, 

Num simples sorrir, 

Ou no brilho do olhar! 

Sentes o que sinto homo sapiens? 

Basta-me um milésimo de segundo apenas, 

Somente um olhar. 

E o conjunto faz-se perpetuar... 

Em qualquer tempo... 

Em qualquer lugar! 

Sinto o que sentes, 

No silêncio do silêncio. 

Nada se tem a provar. 

O que existiu, 

Existe e sempre existirá. 

Ouve somente, 

O canto dos pássaros, 

E as águas da cascata a rolar. 

Ouve! 

O canto do vento, 

O canto da brisa, 

O canto de folhas, 

O canto das ondas do mar, 

O canto do pensamento, 

O canto da energia a brilhar, 

O canto dos lábios que cantam, 

Sem falar, 

O canto do vôo, 

O canto do pensar, 

O canto do palpitar, 

O canto da mente que chama, 

O canto do espaço que clama, 

O canto do tempo existente, 

O canto de tua alma a buscar.... 

Portanto “homo sapiens”, 

não temas, 

não sofras, 

não busques, 

O que tua alma encontrará! 

O ritmo não importa, a essência é a mesma, 

A sinfonia é, 

Foi e sempre será universal. 

Sente somente, 

E que te venho avocar. 

O sentir perpétuo dos cantos. 

Nada mais haverá para completar. 








Ana Maria Passos