Se o garoto Senna demonstrava um talento
precoce para o automobilismo, o mesmo não se pode dizer de seu desempenho em
sala de aula. Era considerado um aluno apenas regular, sentava-se sempre n as últimas
carteiras e seus cadernos, ao invés de Física , Matemática ou Português, era
cheio de desenhos de automóveis. Fez o primário no Ginásio Santana e se
destacou pelas brigas que arrumava no recreio, afinal ele fazia Judô e essa era
a forma de praticar. No ginásio se transferiu para o tradicional Colégio
Paulistano Rio Branco, onde manteve um desempenho apenas médio e se mostrava
excessivamente tímido, como relata uma antiga professora: "Só conversava
com a gente em casos de extrema necessidade."
Em Física foi aprovado apenas pelo Conselho de Escola e a Literatura resumia-se
em livros sobre automobilismo. "Ele só fazia deveres de casa uns 15
minutos antes de tomar o ônibus para a escola", conta Viviane Senna. Em
1977, se formou no Rio Branco em Auxilliar de Escritório Técnico de Edificações,
jamais buscou o diploma. Chegou a cursar alguns meses de uma faculdade de
Administração de Empresas, já que Seu Milton queria ver o filho dando
continuidade aos negócios da família. Mas a paixão pelo automobilismo foi
mais forte e Senna resolve largar os estudos e embarcar para a Europa e busca de
seus sonhos.