"Coluna do Hyder" - Fabio 
      "Hyder" Azevedo
      
      
      Mês das 
      Especulações
       
      
      
      
      Tony 
      Kanaan, Hélio Castro Neves e Dario Franchitti formam a primeira fila da 
      Indy 500 2007.
       
      
      A Champ Car está de 
      recesso nesse mês de maio, fruto mais uma vez, da divisão da categoria, 
      senão estaríamos todos comprometidos com os resultados do Pole Day em 
      Indianápolis. É lamentável que na maioria das vezes os interesses 
      comerciais sobrepujam os valores esportivos, fato não exclusivo da 
      atualidade. Alguns românticos, ou especialistas sobre o passado - 
      indivíduos que se vangloriam de se considerarem "super fãs" e querem se 
      impor, não pela racionalidade, mas pela ignorância típica de quem não teve 
      uma formação familiar decente - fazem aquelas repetitivas e estúpidas 
      reclamações de sempre. Como não sou psiquiatra, melhor ignorar isso e 
      vamos iniciar logo o assunto que quero tratar nessa coluna. Estou muito 
      feliz pela conquista do Team Penske em mais uma disputa no lendário e 
      tradicional autódromo de Indianápolis. A felicidade vem por conta de a 
      Penske ser minha equipe de coração, principalmente pelas pessoas que ali 
      trabalham, muitos, com quem tive o prazer de conviver.
      
      Indianápolis tem por característica principal a imprevisibilidade, mesmo 
      não estando em seus dias de glória como em outros anos e décadas, ainda 
      balançam o emocional dos pilotos que a disputam, já que a glória para o 
      vencedor da corrida é muito clara e objetiva. O mesmo vale para a Penske, 
      que abandonou a Champ Car no fim de 2001 para dedicar-se integralmente no 
      mundo da Indy 500 novamente. Foram necessários novos investimentos nos 
      carros, motores, fechamento de novos acordos comerciais, adaptação dos 
      integrantes a nova categoria entre outros detalhes secundários. Havia o 
      risco do fracasso, porém as três vitórias consecutivas (duas com Hélio 
      Castro Neves e uma com Gil de Ferran) mostravam que a aposta tinha sido 
      correta. No atual cenário da IRL e Champ Car (ex-Indy), nenhuma conquista 
      de campeonato possui tamanho destaque quanto uma vitória em Indianápolis.
      
      
      Talvez por isso que muitos pilotos, até mesmo os oriundos da Nascar, 
      participavam desta louca aventura, de percorrer mais de 800 km em uma 
      pista cheia de histórias marcadas por glórias e sangue. Impossível não 
      relembrar do ocorrido com Nélson Piquet em 1992. Felizmente nosso 
      tricampeão soube dar a volta por cima e seguir a vida com muito sucesso em 
      outros campos. Hoje é um brilhante empresário e pai de pilotos. Outros 
      tantos que sofreram sérios acidentes e voltaram para a glória nesta pista 
      e alguns, de forma estúpida, deixaram seus lares, familiares e amigos e 
      nunca mais retornariam. Homens como Tony Renna (morto em testes com a 
      equipe Ganassi), Scott Brayton, Jovy Marcelo, somente citando os mais 
      recentes. A Indy 500 possui muito mais tradição do que qualquer outro 
      evento automobilístico. Não sei sobre os números recentes, mas recordo que 
      no início da década de 1990, nas jornadas televisivas com Tércio de Lima e 
      Luciano do Valle, que este era o maior evento do esporte a motor em um 
      único dia no mundo e era um dos cinco maiores distribuidores em prêmios do 
      esporte em geral. Depois da divisão logicamente, o evento perdeu prestígio 
      e audiência.
      
      Mesmo que as situações financeiras e de credibilidade estejam afetando 
      tanto a IRL quanto a Champ Car (que também passa por péssimos momentos), a 
      Indy 500 ainda assim é uma ferramenta de marketing valiosa levando muitos 
      ainda investem na corrida, mais pela tradição do que pelos resultados da 
      desastrosa administração de Tony George. Muito se especula sobre o que vai 
      ocorrer na IRL após esta competição. Fontes afirmam que a Penske poderia 
      retirar-se do campeonato e manter apenas um carro com uma equipe 
      não-oficial, pois cada vez mais eles se integram com a montadora alemã 
      Porsche na American Le Mans Series, com grande possibilidade de a equipe 
      participar oficialmente da série, não existem o porquê de manterem uma 
      grande estrutura na IRL. É dado como certo que Hélio Castro Neves também 
      faça parte deste projeto, caso seja seu desejo continuar defendendo o time 
      de Reading, Fontana e Mooresville. Quanto ao Sam Hornish Jr., a Nascar 
      parece ser o caminho mais óbvio para este e isso já foi declarado várias 
      vezes pelo mesmo, que somente aceitou correr pela Penske na IRL por um 
      período porque visava ocupar o lugar de Rusty Wallace no Miller Dodge 
      número 2. Mas com a contratação de Kurt Busch assim como o carinho e 
      apreço que Roger Penske tem por Ryan Newman, ao contrário do que acontece 
      em relação ao Hornish Jr., creio que o “temível” como é carinhosamente 
      chamado por Celso Miranda deve seguir outros ares.
      
      Não acredito quando Chip Ganassi afirma estar comprometido com a IRL e 
      muito menos no Bobby Rahal, pois até seu filho compete na série rival e, 
      com certeza, terá muito sucesso na equipe Newman Haas Lanigan. O Michael 
      Andretti segue fiel a Honda e se caso os japoneses resolverem deixar a IRL 
      e participarem de outro campeonato qualquer, é capaz do Michael e família 
      seguirem o mesmo rumo. Não estarão errados. Por falar nisso, já estão 
      testando os Acura e correndo com o apoio dos japoneses na ALMS. No lado da 
      Champ Car, as coisas não deixaram estar tenebrosas e só não vê isso quem 
      não quer. Como o mundo é cheio de viúvas, vai ter muita gente para chorar 
      os dois mortos se nada for feito imediatamente. Nunca fui a favor da 
      unificação e mantenho essa opinião, mas se for à única solução para salvar 
      o automobilismo de monoposto nos Estados Unidos, que seja feita e que as 
      opiniões de "especialistas, entendidos, puritanos e viúvas" sejam 
      colocadas de lado em prol do esporte.
      
      Isso é tudo especulação e como ainda estamos em maio, muita coisa poderá 
      ou surgir a partir do dia 28, pois até o último domingo do mês, todas as 
      atenções estarão voltadas para o "Milion Pay Day" (nome que recebe a 
      corrida devido ao prêmio pago ao vencedor, superior a 1 milhão de 
      dólares).
       
      Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
       
      
      Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com                                                                              
      
       
      
        
        
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            Torcedor do Vasco da Gama 
            e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske, 
            atualmente sou Analista de Tecnologia da 
            Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como 
            nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na 
            categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos 
            conhecem.
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