Colunas 2007


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

Novos desafios

 

Bourdais será companheiro de Vettel, na Toro Rosso em 2008.

 

Agora, estou quase totalmente recuperado de uma cirurgia chata, mas nem isso me fez ficar parado. O mundo gira e temos de estar antenados a tudo. Campeonatos sendo decididos e definições – positivas ou não – vindas no mesmo embalo. A partida do supercampeão Sebastien Bourdais para a Fórmula 1 foi finalmente definida. Desejo todo o sucesso a ele e que as pessoas dessa categoria olhem com mais carinho para a Champ Car. Mesmo com aquele carro ruim demais que é a STR, a experiência adquirida nos Estados Unidos será fundamental na análise do carro e do dia a dia, mas ele, de cara, terá um grande oponente. Seu "xará" Sebastian Vettel, um dos futuros grandes talentos do automobilismo e não tenho a menor dúvida que a BMW vai aproveitar muito bem esta grande promessa futuramente.

Nos lados da Champ Car, a corrida de Zolder marcou a volta de Bruno Junqueira ao pódio. A vitória do Bourdais foi tranqüila e, nem que o Junqueira quisesse acelerar, ele chegaria perto do francês. Mas é de impressionar que ele, o Bruno, tem feito alguns milagres com aquele carro. Mas proporcionalmente este não é o melhor resultado da Dale Coyne. Roberto Moreno, em 1996, chegou à terceira posição na US 500 quando o grid era repleto de carros, montadoras e grandes talentos. Mas algo que está deixando um grande constrangimento é que está ficando normal e tradicional na Champ Car o cancelamento de eventos. Primeiro em Zhuhai e agora em Phoenix. Empresários aventureiros existem em qualquer lugar mundo no Brasil, por exemplo, apareceram quatro senhores dizendo que montariam uma equipe brasileira na Champ Car em 2006, com o paranaense Enrique Bernoldi e o amazonense Antonio Pizzonia, ambos com passagens pela Fórmula 1. Alguém por acaso saber dizer o paradeiro desse quarteto atualmente?

Fatos como esses depõem contra a imagem da categoria como negócio rentável e com credibilidade. Assim, o mercado publicitário que já não anda receptivo ao automobilismo nos Estados Unidos (vide a extinção da tradicional Iroc esse ano) fica desinteressado em arriscar uma associação a um evento que não cumpre sequer o seu calendário (uma tradição que vem desde 1999 com o fracassado Super GP do Havaí). Retração econômica norte-americana à parte são os problemas históricos de desorganização, falta de talentos locais e instabilidade dos regulamentos que impedem a concretização de novos investimentos.

Por isso um pouco antes de anunciar sua transferência para a Fórmula 1 o francês Bourdais deixou claro que caso as negociações falhassem ele iria correr na Nascar em 2008. Enquanto isso os atuais patrocinadores do certame tentam encontrar entre os pilotos algum que possa dar retorno a suas marcas, uma missão que anda sendo ingrata. Bruno Junqueira e Paul Tracy, dois pilotos com muitas temporadas na Champ Car, parecem que estão no fim do ciclo, mesmo o último sendo um grande nome na história da categoria e campeão em 2003.

Na IRL o campeonato é divido em duas fases: antes e depois das 500 milhas de Indianápolis. Nesse ano essa séria começou a temporada com grids que chegaram a possuir 21 carros (não contando as 500 milhas com os tradicionais 33 carros). Após maio o grid foi encolhendo aos poucos até chegar aos atuais 17 carros na etapa de Detroit. Esta história de algumas equipes possuírem mais de três carros, como ocorre na Andretti Green, faz com que certas atitudes anti-desportivas sejam previsíveis como aquelas ocorridas na corrida defensiva do Tony Kanaan para proteger o Dario "Air" Franchitti. O escocês parece estar de mudança para a equipe Penske. Em outras épocas, diria que é um grande negócio para o Dario, mas no atual estágio que encontra o time, ainda se adaptando a transferência de sede e envolvida como nunca nos projetos com o Porsche Spyder da ALMS e com a equipe da Nascar a operação da IRL perdeu fôlego em relação à Ganassi e Andretti Green.

A Penske possui uma estranha tradição de aposentar pilotos (casos de Rick Mears, Émerson Fittipaldi, Gil de Ferran, André Ribeiro, Al Unser Sênior e Al Unser Jr.). Não duvido que tanto o Hélio Castro Neves quanto o Dario Franchitti, se esses realmente forem confirmados como pilotos do time, estarão correndo por mais algumas temporadas e alguns milhões de dólares. Acho que, quem é da minha geração e não começou a curtir a categoria apenas no final dos anos 1990 sabe bem que a categoria esbanjava saúde e assustava a Fórmula 1. Hoje, está dividida em duas séries envolvidas numa disputa para ver quem, infelizmente, afunda primeiro. E isso tem feito um efeito cascata, pois com o crescimento das competições de carros de turismo e esportes protótipos anulam categorias de base de monoposto (Fórmulas 3, Ford, Atlantic, Indy Pro Series entre outras) inclusive na Europa e América do Sul.

Tomara que, não só no Brasil apareçam alguns novos e competentes pilotos como na América do Norte também. Confesso que acho o automobilismo norte-americano bem mais interessante no que diz respeito à emoção e disputa, ao contrário da Fórmula 1 onde impera uma guerra tecnológica e política onde o esporte, nunca é direcionado como o principal fator da disputa.

 

Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com                                                                             

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

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