"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
Novos desafios

Bourdais
será companheiro de Vettel, na Toro Rosso em 2008.
Agora, estou quase
totalmente recuperado de uma cirurgia chata, mas nem isso me fez ficar
parado. O mundo gira e temos de estar antenados a tudo. Campeonatos sendo
decididos e definições – positivas ou não – vindas no mesmo embalo. A
partida do supercampeão Sebastien Bourdais para a Fórmula 1 foi finalmente
definida. Desejo todo o sucesso a ele e que as pessoas dessa categoria
olhem com mais carinho para a Champ Car. Mesmo com aquele carro ruim
demais que é a STR, a experiência adquirida nos Estados Unidos será
fundamental na análise do carro e do dia a dia, mas ele, de cara, terá um
grande oponente. Seu "xará" Sebastian Vettel, um dos futuros grandes
talentos do automobilismo e não tenho a menor dúvida que a BMW vai
aproveitar muito bem esta grande promessa futuramente.
Nos lados da Champ Car, a corrida de Zolder marcou a volta de Bruno
Junqueira ao pódio. A vitória do Bourdais foi tranqüila e, nem que o
Junqueira quisesse acelerar, ele chegaria perto do francês. Mas é de
impressionar que ele, o Bruno, tem feito alguns milagres com aquele carro.
Mas proporcionalmente este não é o melhor resultado da Dale Coyne. Roberto
Moreno, em 1996, chegou à terceira posição na US 500 quando o grid era
repleto de carros, montadoras e grandes talentos. Mas algo que está
deixando um grande constrangimento é que está ficando normal e tradicional
na Champ Car o cancelamento de eventos. Primeiro em Zhuhai e agora em
Phoenix. Empresários aventureiros existem em qualquer lugar mundo no
Brasil, por exemplo, apareceram quatro senhores dizendo que montariam uma
equipe brasileira na Champ Car em 2006, com o paranaense Enrique Bernoldi
e o amazonense Antonio Pizzonia, ambos com passagens pela Fórmula 1.
Alguém por acaso saber dizer o paradeiro desse quarteto atualmente?
Fatos como esses depõem contra a imagem da categoria como negócio rentável
e com credibilidade. Assim, o mercado publicitário que já não anda
receptivo ao automobilismo nos Estados Unidos (vide a extinção da
tradicional Iroc esse ano) fica desinteressado em arriscar uma associação
a um evento que não cumpre sequer o seu calendário (uma tradição que vem
desde 1999 com o fracassado Super GP do Havaí). Retração econômica
norte-americana à parte são os problemas históricos de desorganização,
falta de talentos locais e instabilidade dos regulamentos que impedem a
concretização de novos investimentos.
Por isso um pouco antes de anunciar sua transferência para a Fórmula 1 o
francês Bourdais deixou claro que caso as negociações falhassem ele iria
correr na Nascar em 2008. Enquanto isso os atuais patrocinadores do
certame tentam encontrar entre os pilotos algum que possa dar retorno a
suas marcas, uma missão que anda sendo ingrata. Bruno Junqueira e Paul
Tracy, dois pilotos com muitas temporadas na Champ Car, parecem que estão
no fim do ciclo, mesmo o último sendo um grande nome na história da
categoria e campeão em 2003.
Na IRL o campeonato é divido em duas fases: antes e depois das 500 milhas
de Indianápolis. Nesse ano essa séria começou a temporada com grids que
chegaram a possuir 21 carros (não contando as 500 milhas com os
tradicionais 33 carros). Após maio o grid foi encolhendo aos poucos até
chegar aos atuais 17 carros na etapa de Detroit. Esta história de algumas
equipes possuírem mais de três carros, como ocorre na Andretti Green, faz
com que certas atitudes anti-desportivas sejam previsíveis como aquelas
ocorridas na corrida defensiva do Tony Kanaan para proteger o Dario "Air"
Franchitti. O escocês parece estar de mudança para a equipe Penske. Em
outras épocas, diria que é um grande negócio para o Dario, mas no atual
estágio que encontra o time, ainda se adaptando a transferência de sede e
envolvida como nunca nos projetos com o Porsche Spyder da ALMS e com a
equipe da Nascar a operação da IRL perdeu fôlego em relação à Ganassi e
Andretti Green.
A Penske possui uma estranha tradição de aposentar pilotos (casos de Rick
Mears, Émerson Fittipaldi, Gil de Ferran, André Ribeiro, Al Unser Sênior e
Al Unser Jr.). Não duvido que tanto o Hélio Castro Neves quanto o Dario
Franchitti, se esses realmente forem confirmados como pilotos do time,
estarão correndo por mais algumas temporadas e alguns milhões de dólares.
Acho que, quem é da minha geração e não começou a curtir a categoria
apenas no final dos anos 1990 sabe bem que a categoria esbanjava saúde e
assustava a Fórmula 1. Hoje, está dividida em duas séries envolvidas numa
disputa para ver quem, infelizmente, afunda primeiro. E isso tem feito um
efeito cascata, pois com o crescimento das competições de carros de
turismo e esportes protótipos anulam categorias de base de monoposto
(Fórmulas 3, Ford, Atlantic, Indy Pro Series entre outras) inclusive na
Europa e América do Sul.
Tomara que, não só no Brasil apareçam alguns novos e competentes pilotos
como na América do Norte também. Confesso que acho o automobilismo
norte-americano bem mais interessante no que diz respeito à emoção e
disputa, ao contrário da Fórmula 1 onde impera uma guerra tecnológica e
política onde o esporte, nunca é direcionado como o principal fator da
disputa.
Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

 |
Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
|