"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
Um balanço
parcial da temporada

Já passou
da hora da organização da Champ Car parar de cometer deslizes amadores.
Depois de um breve e
rápido, porém necessário período de férias – fui ao Rio de Janeiro rever
as pessoas especiais da minha vida – estamos de volta. Vou ser direto ao
ponto. Estou achando que a Champ Car necessita, e de uma forma definitiva,
de um grande sacode. É estranho termos intervalos tão grandes de datas no
calendário, se não me engano este ano tivemos dois.
Gostaria de entender a necessidade de anunciar tantas etapas e depois o
cancelamento de mais algumas. Isso somente depõe contra todos os
investimentos de times, imprensa e público, ainda mais das praças que
receberam o cancelamento. Acho que seria muito mais interessante, em todas
as questões, uma quantidade menor de eventos, porém com maior
credibilidade. Vejam as provas fortes como Long Beach, as etapas do Canadá
e México e também as duas etapas européias. Acredito que a estratégia
correta seria massificar, ainda mais, a atenção e criar uma tradição
nestes lugares. Assim sendo teríamos, pelo menos, nove eventos fortes.
Depois disso, poderia partir para novos mercados.
Lembro que no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, quando começou o
processo de internacionalização da categoria, isso somente aconteceu – a
busca de novos mercados – quando alguns eventos fortes e tradicionais
poderiam "bancar" estas "aventuras". Hoje leio com muita tristeza que
eventos como a tradicional pista de Portland podem estar fora do
calendário. Fora que a corrida de San José, que tem sido muito lucrativa,
pode seguir este mesmo caminho. E com tristeza que vejo o retorno de
Laguna Seca. Confesso que nunca gostei daquela pista, apesar de o lugar
ser maravilhoso. Carmel é demais, mas aquela pista está "parada" no tempo,
pois não recebeu uma atualização, sequer, de segurança. Para não ficar
citando o acidente fatal de Gonzalo Rodriguez, uso outros dois exemplos:
A capotagem de Oriol Servia no extinto Team Sigma e, especialmente, o
acidente de Patrick Carpentier que, literalmente, voou sobre o alambrado.
Felizmente não havia arquibancadas ali e nem mesmo os pilotos sofreram
algum dano. Mas sinto que aquilo foi um aviso, porém nada foi feito neste
sentido na época. Creio na tradição de um evento como este, mas se várias
pistas no mundo recebem configurações de segurança devido a evoluções de
carros, pneus e motores, porque os promotores não realizam o mesmo?
Acredito que existam pistas em condições muito melhores que Laguna Seca,
pois, caso ela estivesse em grandes condições, à turma da AMA e Moto GP
continuaria seus eventos ali. Mas volto a repetir. Está na hora do pessoal
da Champ Car voltar a ter uma sacudida, pois estas ações não estão sendo
próprias para uma companhia (OWRS Inc.) que visa o crescimento e
recuperação depois de alguns anos bem obscuros.
Voltando aos comentários de especulações, nada foi definido ainda sobre o
substituto de Sebastien Bourdais. O que mais deixa em dúvida é que a
Nascar está aproveitando o momento ruim de salários e prêmios baixos que a
Champ Car e a IRL oferecem aos seus competidores e equipes. O que mais tem
atrapalhado as negociações é a incerteza sobre o campeonato, pagamento de
direitos de arena e prêmios. Na IRL havia um atraso grande e este ano as
coisas ainda estão nebulosas, mas a Champ Car também não fica em situação
melhor.
A Penske tentou a contratação de Dario Franchitti, que receberá uma boa
grana na equipe de Chip Ganassi na Nascar e Tony Kanaan, que preferiu
continuar na Andretti Green. Hélio Castro Neves é uma grande incógnita,
pois pode continuar na Indy Car por mais um ano ou mesmo seguir,
definitivamente, para o Penske Porsche Team no ALMS. Acredito que Vitor
Meira merecia uma vaga num time decente, até para vermos se é só o tão
falado azar que tanto atrapalha o piloto do Distrito Federal.
Na Champ Car, nenhuma novidade. Existem conversas do Doornbos para retomar
a Fórmula 1 pela Williams ou Toyota, mas acredito que fica na categoria.
Em relação à dupla do Team Austrália, creio que poderão fazer algo num
futuro próximo. Enquanto para Paul Tracy a motivação é saber se ainda está
apto para mais uma temporada já que 2007 é um ano a ser esquecido pelo
campeão de 2003. Sobre Bruno Junqueira, eu pergunto: por que ele não
correu assim quando estava na poderosa Newman Haas? Acredito que, se ficar
na Champ Car, continuará na Dale Coyne.
Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

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Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
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