"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
A Honda na Champ
Car

Em 1993
Bobby Rahal e Carl Hogan aceitaram o desafio de tornar a Honda vitoriosa
nos Estados Unidos.
E como a atual fase da
Champ Car atual não ajuda, vou rebuscar nos eventos no passado da
categoria para trazer, quem sabe, termos alguma diversão antes das últimas
duas provas do ano. Confesso que esta inércia do certame com estes longos
intervalos e cancelamentos já deixa qualquer fã de cabeça cheia. Mas vamos
lá, pois o prazer desta, que é para mim, e será sempre, a grande categoria
norte-americana.
O ano era 1993 e Bobby Rahal e seu sócio, o saudoso Carl Hogan aceitaram
um desafio. Tornar vitorioso nos Estados Unidos o motor Honda tantas
vencedor na Fórmula 1. Não era algo tão simples, mas isso necessitaria de
muita paciência e dinheiro envolvido. E, nestas duas vertentes, os
japoneses são soberbos. Tudo isso aliado a migração de pessoas e
fornecedores que migrou da Europa. Escrevo especificamente da própria
Honda e do campeão da temporada de 1992, o britânico Nigel Mansell. A
expectativa era muito grande e no Brasil não era diferente, pois Émerson
Fittipaldi estaria de volta no seu Penske Chevrolet, mas com um
companheiro que, desde a pré-temporada em Nazareth, Michigan e Firebird,
mostrava-se pronto para, senão lutar pelo título, para aprontar muito e
incomodar os gigantes da categoria. Escrevo sobre um garoto chamado Paul
Tracy. Neste cenário com a Galles deixando os chassis Galmer e voltando
aos Lola com Al Unser Jr. e a Newman Haas com Mario Andretti e o já citado
Mansell, além do holandês voador Arie Luyendyk a bordo da emergente Target
Chip Ganassi.
A situação da equipe Rahal Hogan era, no mínimo, desconfortável em relação
aos adversários, pois a equipe não lembrava, em nada, o desempenho do ano
anterior onde conquistou a PPG Cup. Não preciso dizer que nada que
fizessem em pista daria condições de ser, pelo menos, combativos. Os caros
da equipe e seu pessoal de pista e fábrica estavam desenvolvendo motores
Honda que, no futuro, deixariam as garagens desta equipe e, também,
deixariam os carros de Bobby Rahal para trás. Os japoneses foram sempre
muito aplicados no seu trabalho. Sempre foram grandes ouvintes e valorizam
muito uma informação bem repassada. Talvez por isso nunca escondessem
certa predileção por pilotos como Gil de Federam, Alex Zanardi e Jimmy
Vasser, pois tinham talento suficiente e conhecimento de sobra do carro,
mesmo em condições não tão favoráveis.
Já em 1994, os carros impulsionados com os motores japoneses mostravam,
mesmo que lentamente, evoluções, mas o “susto” dos concorrentes ocorreu
mesmo em 1995, especialmente nos grandes ovais como Michigan e
Indianápolis. As velocidades obtidas por André Ribeiro e Scott Goodyear
(pela Tasman) e Parker Johnstone pilotando o Reynard Honda da Comptech
impressionaram todos pela facilidade de alcançar altas velocidades sem a
necessidade de estar com muito embalo de voltas, ao contrário os
Mercedes-Benz e Ford Cosworth. O mais impressionante era que o motor não
era o maior “beberrão” da categoria, pois conseguia ter um bom
gerenciamento de distribuição multiponto. A esta altura, o glorioso piloto
– e não o detestável dirigente – Bobby Rahal deve ter se arrependido de
não renovar o contrato de fornecimento de motores Honda. Já que o Ford era
até mais econômicos, mas não apresentavam grandes picos de velocidade e a
Toyota, recém chegados não eram nada do que poderiam ser ainda, pois os
times tinham a preferência pelos Honda e Ford. Apenas a Penske, Player´s
Forsythe e PacWest eram os grandes desenvolvedores dos motores alemães.
De 1996 até 2001 a Honda não conseguiu saber o que seria concorrência,
pois uma das certezas era que algum carro impulsionado pelos japoneses
ganharia o campeonato. A dúvida era quem... Aos outros restavam apenas
contentar-se com outras posições. Uma rara exceção foi em 2001 já que
Kenny Brack, abordo de sua Lola-Ford (Shell-Rahal), resolveu aprontar para
cima do Marlboro Team Penske. Mas, acredito que faltou um pouco mais de
malícia e maturidade ao time do Bobby Rahal, que parece ter “ficado de
lado”, pois Tim Cindric havia migrado para a Penske, Bobby Rahal estava,
entre outras coisas, prejudicando a carreira do Luciano Burti na Jaguar e
o Bill Van der Satt, que era o general manager do time de provas acabou
assumindo esta vaga, meio que temporário.
No mais, não houve problemas para a Honda. O que provocou o “racha” entre
a Honda e a Cart Inc. foi a “jogada” da Toyota em aplicar a válvula
pop-off fazendo com que as velocidades dos motores Honda, superiores aos
dos Toyota, ficassem um tanto quanto equiparados. Os dirigentes da Cart
Inc. acreditaram que, com isso, a grande rival da Honda continuaria com o
certame em 2003, o que acabou não acontecendo e todos já sabem o desfecho
desta história.
Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

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Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
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