"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
Paraíso
Australiano

O
norte-americano John Andretti foi o primeiro a vencer nas ruas de Surfer's
Paradise no ano de 1991.
A temporada 2007 da
Champ Car está chegando ao seu final com menos esperanças do que no ano
passado, pois o planejamento adotado pela cúpula da OWRS não surtiu o
efeito esperado. Ao menos em relação aos pilotos, não há o que reclamar já
que mesmo com um dos piores níveis técnicos de sua história, houve
valentia e competição. Por mais que soubéssemos que este ano seria mais um
sendo conquistado pelo francês Sebastien Bourdais, a competição rolou
solta.
A próxima etapa ocorre na doce e paradisíaca Surfer's Paradise. Confesso
que não gosto muito do traçado, mas o local em si supera qualquer
deficiência. Além do povo e dos patrocinadores da terra do canguru terem
sido muito fiéis a categoria, principalmente nestes últimos anos de
incertezas. Eventos sempre cheios, pagamentos de transportes sempre
adiantados e a certeza de muita disputa. A Austrália é até o presente
momento, o único lugar a ostentar a marca Indy que, para o engano de
muitos, não é de exclusividade de Tony George e da IRL. Aqui mesmo no
Brasil esta marca pertencia a Intag, antiga organizadora da finada Rio
400.
Em 1991 quando a categoria desembarcou por lá foi como a abertura daquele
campeonato e Al Unser Jr. iniciava o desafio de manter seu título,
conquistado com muita luta, em 1990. Novas equipes, patrocinadores mudando
de casa, despedida de algumas lendas e o retorno de outras. A temporada
de 1991 prometia ser muito interessante e começava pela deliciosa novidade
de correr fora do continente norte-americano em anos. A Penske vinha com
dois carros, pela primeira vez sem o tradicional Pennzoil. Eram dois
carros Marlboro e com o apoio da Mobil. A citada Pennzoil resolveu
respirar outros ares e migrou para a equipe Hall da lenda Jim Hall. John
Andretti, sobrinho de Mario e primo de Jeff e Michael Andretti, era o
piloto da equipe e, por conta de uma ótima estratégia e muita sorte,
acabou vencendo esta prova de estréia. Por sinal o seu único momento de
triunfo e de grande destaque na Champ Car, excluindo-se as batidas.
Émerson Fittipaldi venceu a etapa de 1992 numa das mais confusas provas da
história da Champ Car. Choveu, secou, voltou a chover. Foram quase cinco
horas de prova, já que não existia a limitação de tempo imposta pela TV,
de, no máximo 120 minutos. Hoje em dia esta limitação está em 105 minutos.
Em 1993 o mundo viu um duelo de gigantes. Mario Andretti, Arie Luyendyk,
Émerson Fittipaldi e Nigel Mansell, então campeão mundial de F-1. Disputas
maravilhosas do início ao fim. Mas nem só de festa viveu este evento. Em
1997 Christian Fittipaldi sofreu um seriíssimo acidente causado por Gil de
Ferran, que prejudicando completamente a temporada e suas chances de
disputar o título daquele ano. Em 2002 uma seqüência de erros da
organização e uma largada cheia de acidentes graves, mas felizmente, sem
feridos. O grande desastre ocorreu na bandeirada final. Quem foi o
vencedor? Mario Dominguez, que havia largado em antepenúltimo.
Uma das grandes lembranças que, nós brasileiros, devemos guardar foi o da
corrida de 2000. Depois de uma "orelhada" entre Gil de Ferran – líder do
certame – e Juan Pablo Montoya, correndo de franco atirador, na largada.
As coisas ficariam tranqüilas para Paul Tracy diminuir a diferença de
pontos para o franco-brasileiro que pilotava a Penske. Mas existia um
grande amigo dos brasileiros, o espanhol Oriol Servia que, chocou-se com
Tracy, jogando-o para fora da pista e de qualquer chance de vencer o
campeonato. Seria ali também que Gil de Ferran levantaria seu segundo
título de campeão da Champ Car. Depois de uma combinação favorável de
resultados e falta de gestão da concorrente equipe Rahal a Penske e o Gil
venceram com sobras. Falou alto o planejamento e competência de um time
gerenciado por uma pessoa do ramo e não por um aventureiro.
A pista de Surfer's Paradise deixa para mim sempre uma coisa na garganta,
uma tristeza, mesmo não vivendo o dia-a-dia da categoria, é algo que ainda
é forte. Não tinha um contato tão grande com o Walter Payton, apesar de
achar a Payton Coyne um time super simpático. Foi à última vez que ele foi
visto num evento, pois, semanas depois, no início de novembro de 1999
morreria em conseqüência de um câncer gravíssimo no intestino. E
principalmente por ter sido essa a última corrida em que Greg Moore
conseguiu receber a bandeirada de chegada. Ano no qual Juan Pablo Montoya
quase entregou o título para Franchitti. Mesmo depois da crise que
extinguiu a Cart, e os inúmeros erros cometidos pela OWRS, a etapa
australiana mantém-se forte. Will Power e o Team Australia não me deixam
mentir.
Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

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Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
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