"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
O futuro pode
ser ainda mais negro

Enquanto
os pilotos fazem bem sua parte, os dirigentes não se entendem.
Depois de mais uma
etapa da Champ Car na maravilhosa pista de Long Beach - pela pista que é a
sua história e pelo seu apoio a categoria no seu momento mais crítico -
que é considerada por todos os envolvidos a prova mais tradicional do
certame e em questão de circuitos mistos é a grande "vedete" nos Estados
Unidos. Confesso que foi bom ver o Sebastien Bourdais vencer, mas que,
desta vez, as coisas parecem que serão diferentes, pois a turminha que
chegou este ano está bem dedicada. Esta pista é cercada de tradição e
muita emoção. Al Unser Jr. é o grande vencedor da história e o Brasil só
venceu uma edição com Hélio Castro Neves em 2001 guiando a Penske o seu
derradeiro ano de Champ Car. Mesmo com a crise do campeonato e com a
insistência da IRL em ter este evento, comprometimento dos organizadores
em manter o formato que, há anos, é um tremendo sucesso de público foi
mais forte. Chris Pook, ex-presidente da Cart Inc. no seu pior momento,
entre 2002 e 2004 foi o promotor do GP desde a época da Fórmula 1 e na
fase dourada da antiga Fórmula Indy, antes da cisão.
A próxima etapa do certame é na nova pista de Houston, não confundam esta
com a antiga pista dos anos 1990. É aguardar e ver se Paul Tracy estará em
condições de atuar, já que o acidente sofrido no final de semana em Long
Beach foi sério. É impressionante como o carro da equipe Forsythe é bom,
pois o Oriol Servia, mesmo fora de forma, conseguiu desenvolver um grande
trabalho. É esperar que algum time consiga uma vaga onde este jovem
catalão possa guiar. E como justiça deve ser feita e a humildade faz parte
de nossas vidas, assumo aqui uma mea culpa: Neste momento o Bruno
Junqueira, único representante brasileiro na categoria, tem feito um bom
início de temporada com um carro sofrível e sem muito orçamento. Sempre
fui e acho que ainda serei um crítico de pilotos burocratas, como o antigo
estilo do Junqueira, assim como os Speraficos e Mário Haberfeld, apenas
para citar alguns só que neste ano, Bruno está andando de forma que está
dando um novo ar de graça para a nanica equipe do veterano Dale Coyne. Mas
algo que continua deixando este escriba bem preocupado são as contas e o
futuro em médio prazo da companhia que comprou o espólio da Cart. Soube
através de informações não oficiais que o clima entre Gentilozzi e
Forsythe não era dos melhores e que o Kevin Kalkhoven estava tendo
dificuldades com promotores e com algumas equipes que poderiam não
participar de uma temporada inteira por causa dos custos. A viagem à
Europa assim como a ida a Ásia e a Oceania é bancada pelos organizadores,
mas o transporte para o México e interno nos Estados Unidos é patrocinado
por cada equipe e a estrutura não é simples já que o combustível na
América do Norte tem aumentado a cada época sem contar que outros custos e
taxas nos tempos em que os patrocínios andam tão raros e mais baratos.
Outra coisa que deixa esta coluna sempre atenta é o crescente de outras
categorias como a ALMS e a Nascar que não pára de arrebanhar fãs,
patrocinadores e atração da mídia norte-americana... Agora que existe um
princípio de internacionalização da categoria da família France, a cisão
entre a Champ Car e a IRL provoca um emaranhado de confusões e se não
bastasse tudo isso, a administração de conflitos tem sido um grande
problema. Nunca deixei de acreditar nesta gestão que dirige a Cart, só que
caso algo realmente de notável não seja feito o mais breve possível, o
futuro pode ser mais negro do que o presente.
Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.
Fabio
"Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

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Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
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