De American 
      Racing Series a Indy Lights: 16 anos de história
       
      
      Por Wallace Michel
      
      
       
      
      
      
      
      Pat Patrick, Ralph Sanchez e John Frasco foram os criadores da Indy Lights: 
      os custos altos mataram a categoria.
       
      
      A Indy Lights começou 
      em 1986 sendo chamada inicialmente de American Racing Series (ARS), os 
      idealizadores foram Pat Patrick, lendário dono de equipe da Champ Car e 
      IRL, Ralph Sanchez, promotor de corridas, e John Frasco, ex-presidente da 
      Cart (entidade que organizava a Champ Car). O inglês naturalizado 
      norte-americano Roger Bailey foi o único presidente em toda a existência 
      da categoria.
      
      Desde o início, a Indy Lights foi responsável pelo surgimento de grandes 
      pilotos. Entre os campeões da categoria, incluem-se dois campeões da Champ 
      Car (Paul Tracy e Cristiano da Matta), dois campeões da IRL (Tony Kanaan e 
      Scott Dixon), sete vencedores de provas da Champ Car (Paul Tracy, Bryan 
      Herta, Greg Moore, Tony Kanaan, Cristiano da Matta, Oriol Servia e Scott 
      Dixon) e dois pilotos de Fórmula 1 (Fabrizio Barbazza e Cristiano da Matta).
      
      Durante as temporadas de 1986 e 1992, o campeonato utilizou o chassi 
      Wildcat/March 85B, adaptados da Fórmula 3000 Internacional, com um motor 
      Buick V6 de 4.2 litros e 425 cv, (que foi o único usado em todas as 
      temporadas) com a tradicional caixa de câmbio Rewland de cinco marchas, 
      capaz de levar o conjunto a uma velocidade final de 370 km/h em circuitos 
      ovais velozes como o de Michigan. Todos os motores, lacrados, eram de 
      responsabilidade do ex-piloto de dragster George Montgomery. A partir de 
      1991, o certame passou a se chamar Indy Lights, além da Firestone 
      tornar-se a patrocinadora principal da categoria.
      
      No ano de 1993 teve a estréia do Lola T92/20, novamente um chassi de 
      Fórmula 3000 adaptado. Finalmente em 1997, ocorre a mais importante 
      evolução técnica da categoria. Foi desenvolvido um chassi exclusivo pela 
      Lola chamado T97/20, que melhorou o desempenho nos circuitos ovais.
      
      Depois em 1998, a Firestone transferiu o direito de patrocinar da 
      categoria para sua subdivisão, a Dayton, que permaneceu até a temporada de 
      2001. Foi nesse mesmo ano que a Cart assumiu o controle do campeonato, e 
      quando começa a decadência do torneio, pois a Cart também organizava a 
      Fórmula Atlantic, categoria de acesso concorrente da Indy Lights.
      
      Então ocorre o que já era previsto: Bobby Rahal, então presidente da Cart, 
      anunciou a um pequeno comitê de dos dirigentes e chefes de equipe da 
      categoria no final de 2000 que havia decidido extinguir a Indy Lights no 
      ano seguinte. Rahal justificou a decisão por não achar lógico manter duas 
      categorias concorrentes, com prestígio de preparatória para a Champ Car. A 
      Tasman, por exemplo, chegou a cobrar US$ 1,3 milhão por ano, enquanto as 
      outras equipes de bom nível como a Brian Stewart, a Conquest e a Green, 
      tinham orçamentos entre US$ 800 e US$ 900 mil por temporada.
      
      A Fórmula Atlantic foi mantida por contar com o patrocínio da Toyota. 
      Diante dessa decisão, muitos planos de equipes foram revistos, resultando 
      em grids reduzidos durante a temporada de encerramento, com média de 
      apenas dez carros por etapa. A categoria naufragou diante dos altos custos 
      e, principalmente, pela falta de um patrocinador que pudesse dar 
      sustentação técnica e de marketing ao certame.
      
      No fim daquele ano, Tony George, dono da IRL e do circuito de 
      Indianápolis, adquiriu o espólio da falida categoria, para recriar como 
      categoria de acesso da IRL com o nome de Indy Pro Series (IPS). Disputada 
      a partir de 2002, a IPS utiliza chassi Dallara e motor Infiniti Q45 V8 
      aspirado de 450 cv, sendo atualmente a categoria de acesso para os pilotos 
      que pretendem correr na IRL e participar das 500 milhas de Indianápolis, 
      um papel que antigamente era feito pela Indy Lights para a Champ Car.
      
      
      
      Os campeões da Indy Lights
      1986 - Fabrizio Barbazza (ITA, Arciero)
      1987 - Didier Theys (BEL, Truesports)
      1988 - Jon Beekhuis (EUA, PIG)
      1989 - Mike Groff (EUA, Leading Edge)
      1990 - Paul Tracy (CAN, Landford)
      1991 - Eric Bachelart (BEL, Landford)
      1992 - Robbie Buhl (EUA, Leading Edge)
      1993 - Bryan Herta (EUA, Tasman)
      1994 - Steve Robertson (ING, Tasman)
      1995 - Greg Moore (CAN, Forsythe)
      1996 - David Empringham (CAN, Forsythe)
      1997 - Tony Kanaan (BRA, Tasman)
      1998 - Cristiano da Matta (BRA, Tasman)
      1999 - Oriol Servia (ESP, Dorricott)
      2000 - Scott Dixon (NZL, PacWest) 
      2001 - Townsend Bell (EUA, Dorricott)