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      Surpreendente Katherine Legge
       
      
      Por Vanderson Castilho
      
      
       
      
      
      
      
      A inglesa Katherine Legge parte para sua segunda temporada na Champ Car 
      com perspectivas muito boas.
      
       
      
      No início da temporada 
      2005 da Fórmula Atlantic, todos estavam de olho nos jovens pilotos que 
      poderiam se tornar um dia estrelas das categorias norte-americanas. Mas 
      entre esses estava uma jovem desconhecida do público local. Desconhecida 
      até o momento em que ela conseguiu vencer a corrida e justamente em sua 
      estréia na competição. Seu nome: Katherine Legge. Essa simpática inglesa 
      nascida em Halsemere, depois que conquistou tal feito, já começou a ser 
      bastante comentada principalmente na Champ Car, categoria rival da IRL. 
      Mas afinal, quem é Katherine Legge?
      
      
      Para começar, vamos fazer o retrospecto de sua carreira. Katherine Legge, 
      assim como vários pilotos que sonham em chegar até à Fórmula 1, passou 
      antes pelas categorias européias entre elas, a Fórmula Renault Inglesa, e 
      chegou a disputar algumas poucas corridas na Fórmula 3 Inglesa. O 
      orçamento curto para as corridas era outro obstáculo a ser percorrido. 
      Nessas horas ela só contava com o apoio de seu pai nas corridas. Foi 
      lutando contra essas adversidades que Katherine Legge persistiu e resolveu 
      mudar de rumo, rumando para os Estados Unidos.
      
      
      No primeiro ano dela no Novo Continente, isso foi em 2004, ela disputou a 
      temporada de Fórmula Renault Americana e conseguiu alguns pódios, 
      terminando o certame em décimo lugar, sempre contando com o apoio paterno 
      nessas horas. Mas depois, que rumo tomar? Katherine Legge chegou a testar 
      um carro da Infiniti Pro Series, categoria de acesso à IRL e foi 
      supervisionada por Lyn St. James nesse teste. Legge foi bem, mas a falta 
      de patrocínio esbarrou as pretensões dela de seguir na IPS.
      
      
      Foi quando em 2005 ela conheceu Kevin Kalkhovien e aceitou um convite para 
      guiar pela equipe Polestar na Fórmula Atlantic. A Polestar é uma espécie 
      de filial da PKV, equipe da Champ Car, e de repente, poderia ser uma boa 
      correr nas preliminares da categoria. E logo na abertura do certame em 
      Long Beach, ela venceu e, além disso, destronou o seu companheiro de 
      equipe, o canadense Antoine Bessette, que já tinha experiência na 
      categoria.
      
      
      Essa vitória já foi marcante por vários motivos: foi no mesmo dia em que 
      Bia Figueiredo venceu na Fórmula Renault Brasileira pela primeira vez e 
      também porque ela conseguiu superar a norte-americana Danica Patrick, 
      fenômeno da IRL, que em três temporadas completas na Atlantic, não tinha 
      obtido nenhuma vitória. Aqui no Brasil, a vitória de Legge foi 
      menosprezada pela mídia local.
      
      
      Mas se no Brasil, não deram o devido valor, o mesmo não aconteceu nos 
      Estados Unidos e na Europa. O nome Katherine Legge já fez despertar 
      relações de amor e ódio. Amor dos fãs da Champ Car, que vêem nela um ótimo 
      instrumento para desbancar o sucesso do marketing de Danica Patrick na IRL. 
      Por outro lado, os fãs da “Mulher Maravilha” passaram a odiar a piloto 
      inglesa pelo fato dela conseguir em uma corrida o que Danica não fez em 
      três anos. Muitos diziam ser "brilhareco" a presença de Katherine Legge na 
      Atlantic.
      
      
      Mas para provar que eles estavam errados, a inglesinha ainda conseguiu 
      mais duas vitórias: em San José e em Edmonton (Canadá), terminando o 
      certame em terceiro lugar com a mesma pontuação de seu companheiro de 
      equipe e em segundo lugar no Rookie Of The Year. Essa boa atuação na 
      Atlantic fez render a ela testes na Minardi da Fórmula 1 e também testes 
      na Champ Car com as equipes Rocketsports e PKV, onde Legge se apresentou 
      muito bem nessas ocasiões.
      
      
      Finalmente em 2006 ela estreou na Champ Car pela equipe PKV. Seu melhor 
      resultado foi um sexto lugar em no GP de Milwaukee - melhor colocação 
      feminina na história do campeonato - quando em sua estréia em um oval, 
      liderou a corrida, sendo a primeira mulher a conseguir essa façanha na 
      categoria. Ainda foi a primeira a disputar integralmente uma temporada de 
      Champ Car, terminando o ano com a décima sexta posição. Mas esse ano 
      também foi marcado por fatos negativos: Legge sofreu um gravíssimo 
      acidente em Elkhart Lake, quando foi vítima de um problema no aerofólio e 
      despedaçou seu carro, a cerca de 260 km/h contra o muro de proteção, e 
      felizmente saiu sem maiores ferimentos.
      
      
      Todos estão de olho no que essa jovem inglesa pode fazer nessa temporada. 
      Para os fãs da Champ Car, ela é a aposta para desbancar Danica Patrick 
      como a melhor piloto do automobilismo. Para os fãs da IRL, o desempenho 
      dela vai ser um total desastre. Alheia a tudo isso, Katherine demonstrou 
      possuir o potencial para se tornar à primeira mulher com reais chances de 
      vencer na Champ Car. É esperar e conferir as suas atuações em 2007 na sua 
      nova equipe, a Dale Coyne.