"Coluna do
Hyder"
-
Fabio "Hyder" Azevedo
A
fidelidade
não se compra

O maior responsável pela recuperação da Champ Car é a torcida.
Como de costume começo as colunas com as novidades sobre a
fantástica recuperação do Cristiano da Matta. Ele já está
apresentando grande evolução e receber a notícia de sua alta
hospitalar será muito, mas muito bem recebida. A Champ Car está num
momento decisivo de seu campeonato e a grande nova é que o novo DP01
está sendo muito bem conduzido pelo experiente Roberto Moreno. Ao
contrário de uma garotada inexpressiva, recrutaram um piloto que
conhece carros de corrida como poucos.
Escrever esta coluna foi algo muito bem pensando e repensando,
especialmente nestes últimos dias, pois não queria passar uma idéia
passional sobre a história da Champ Car, conhecida por todos os seus
fãs. Mas um detalhe que muitas vezes não é citado e, torna-se
desconhecido de muitos fãs, será abordado. Sem medo algum de ser mal
interpretado, o que salvou a Champ Car da falência não foi apenas os
trabalhos da equipe de Chris Pook nos bastidores ou o dinheiro
aplicado em times duvidosos, mas que encheram o grid complementar de
18 carros, exigido pelas emissoras de TV. A fidelidade dos fãs foi o
que manteve esta categoria viva e falo isso em alguns aspectos. A
Champ Car sempre teve por tradição o trabalho voluntário no seu
corpo operacional nos eventos organizados por ela. Digo isso, pois
fui voluntário em ocasiões antes de mudar o meu foco dentro do
campeonato. Normalmente não é pago nada por isso, mas nos Estados
Unidos, Canadá, Austrália e Japão este tipo de serviço consta como
bônus para diversos tipos de serviços e ingresso em faculdades e
cursos de especialização, apenas para citar que o trabalho
voluntário poderia ser mais bem valorizado.
A fidelidade dos fãs, que compravam produtos licenciados, apoiava em
audiência em suas residências e compareciam aos eventos In Loco
lotando as arquibancadas mostraram aos investidores e justiça
americana no momento da falência quase decretada que apesar de erros
de certos dirigentes, que o produto em si, o campeonato da Champ
Car, era altamente viável e que, com uma administração competente e
sem os vícios de um passado recente, poderia retornar a
rentabilidade de outrora. No mundo inteiro, mesmo em países onde a
categoria nunca passou, tem respeito considerado, pois é tratado
como a grande categoria desportiva americana, ao contrario dos
"shows" protagonizados pelo pessoal da Indy Racing League ou da
própria Nascar.
Quando a categoria fez uma apresentação de marketing na Argentina em
2000, mais de dez mil fãs lotaram o espaço destinado para
apresentação do Reynard da equipe Walker Racing e do Swift da equipe
Della Penna Motorsports, que tinha o piloto Norberto Fontana sob
contrato. Em outros eventos na Coréia do Sul - mesmo com esta novela
se teremos ou corrida lá - o simples fato de éter um champ car
desatualizado deixou muitos fãs muito felizes apenas pelo simples
fato de que esta categoria proporciona. Veja que os pilotos são
obrigados, por contrato, a atender os fãs e local e hora
especificados previamente pela organização. Era claro ver a alegria
dos fãs (meninos, meninas, adultos, senhores, crianças acompanhados
de pais, etc.) em estar perto de seus ídolos sem tanta frescura como
tantos outros lugares não somente no esporte assim como nos meios
musicais e televisivos. Além de que os ingressos para corridas
americanas são imensamente mais acessíveis ao publico médio que um
evento como a F-1 ou a Nascar.
Outra coisa é que as equipes fazem as suas apresentações em lugares
próximas do público sempre com muitos anúncios antecipados, deixando
claro que o público, em alguns casos torcedores exclusivos dessa ou
daquela equipe - assim como este colunista que vos escreve - seja
parte fundamental de todos os momentos deste espetáculo.
A importância dos fãs na CART (Fórmula Mundial, Fórmula Indy, Champ
Car, OWRS ou tantos outros nomes) é tão grande que, depois de salvar
a categoria, nós, incluímos-me neste time, vamos voltar a fazer
desta, a grande categoria que ela foi um dia, nos anos 1980 e 1990.
Um grande abraço e até a
próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo

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Torcedor do Vasco da Gama e da
Associação Atlética Anapolina, fui
membro da Penske,
atualmente sou Analista de
Tecnologia da Informação mas continuo
apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as
minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que
poucos conhecem.
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