Aquário
Como
o objetivo deste site é ser simples e verdadeiro, vamos dar aqui as dicas para
construir um sistema de criação e reprodução de Mbunas.
Mais
uma vez, há vários textos que defendem muitos requisitos que na verdade não são
necessários. Neste site vamos considerar o lado prático: você mora num lugar com
pouco espaço, não tem dinheiro sobrando e não pretende ir
para a Califórnia participar do concurso mundial do “Aquarioman mais
invejado do planeta”.
-
Temos um aquario de 200 litros (80x50x50) para os adultos. Para os juvenis temos um
de 60 litros. Não precisa ter aqueles de 1000 litros que os sites estrangeiros
apregoam como o mínimo para ter 2 machos.
-
O p.h ideal é 8,0. Acima de 7 é aceitável. Como conseguir? Compre
cascalho alcalino – aquele que é composto de concha moída -. É barato e
fica bonito. Espalhe pelo fundo numa camada entre 2 a 7 cm.
Com isso você mata dois coelhos com uma cajadada: irá ter o p.h e a
dureza da água – deve ser bem dura – necessárias. Não precisa se
preocupar com medidores de p.h marinho e muito menos com medidores de dureza da
água.
- Para fazer a filtragem você pode ir na loja e comprar aqueles produtos caros. Mas também pode comprar uma esponja de dois tostões e fazer um ótimo filtro. No nosso sistema temos dois filtros esponjas, feitos em casa. Pegamos um tubo de PVC com 1 polegada de diâmetro e 15 cm de comprimento. Fizemos vários furos em torno dele e tapamos um dos lados com um pedaço de acrílico. Pegamos a esponja, na espessura de 3 cm, enrolamos em torno do cano e colamos as pontas com cola (a cola é daquelas que são aplicadas com uma pistola térmica, encontrada em qualquer camelô). Conectamos a mangueira ligada numa bomba de saída dupla e pronto. A água fica cristalina, com boa movimentação na superfície – onde ocorre a troca de oxigênio – e depois de 2 semanas a esponja é um viveiro de bactérias nitrificantes.
Os peixes urinam e defecam na própria água. Isso acarreta uma elevação
dos níveis de amônia e nitrito que são altamente nocivos. Para manter em níveis
baixos é preciso ter um sistema de filtro biológico onde as bactérias
transformem a amônia e o nitrito em nitrato que é bem menos tóxico para o
peixe. O sistema de filtro esponja que utilizamos faz isso. Outra providência a
ser tomada é a troca semanal ou quinzenal de 20% da água. Além de baixar os níveis
de toxicidade da água, favorece o acasalamento.
Lavamos as esponjas a cada 2 semanas e os peixes parecem estar satisfeitos já
que não param de se reproduzirem. Um outro sistema excelente, que pretendemos
fabricar, usa areia de construção em movimento como cultura das bactérias
nitrificantes e também é barato. Informaremos mais detalhes posteriormente.
-
Consiga muitas rochas de tamanho médio. Não há problema em usar
troncos: o seu poder acidificante é desprezível perto do substrato alcalino.
Tijolo é muito feio mas é excelente como esconderijo. Mais tarde, quando você
quiser capturar algum peixe específico o tijolo facilita muito o serviço. Faça
com que o peixe entre no tijolo, tape os dois lados com a mão, retire-o e
coloque-o em outro aquário.
-
As plantas podem ser usadas como decoração e como refúgio. Mas não se
iluda, em questão de semanas elas estarão boiando, pois eles vão cavar até
chegar ao vidro.
- Luminosidade: nós instalamos um lâmpada eletrônica em cima, que só é utilizada esporadicamente. A luz ambiente é suficiente. Pense que no ambiente em que vivem, na profundidade em que se locomovem e dentro dos refúgios, a luminosidade é bem pequena. Muita luz será estressante.
T
Temperatura não é problema no Rio de Janeiro. No verão
-
Ao introduzir água nova o maior cuidado que se deve ter é com o cloro.
Diferença de ph e dureza não é tão crítico. Cloro sim. Certifique-se que a
água descansou pelo menos 24 horas, ou utilize um produto anti-cloro. Isto é
especialmente importante no Rio de Janeiro, onde a água tem níveis altíssimos
de cloro. O cloro mata em menos de 24 horas os seus peixes. Nunca
coloque água diretamente da torneira mesmo que você tenha cisterna e caixa
d’água grande. Se após uma troca de água você percebe uma mudança de
comporta- mento nos ciclídeos, se eles começam a subir e a descer freneticamente
ou ficam meio deitados, pode ter certeza: o cloro está matando. Retire seus
peixes e ponha em outro aquário e reze para que consigam sobreviver.